The New World/ Carl Grimes

Capítulo 69

Nesse exato momento está ocorrendo o velório da pessoa que eu mais amava. Todos estão aqui na igreja, a maioria conversando, já eu estou em frente à seu caixão, observando seu rosto.

Eu já chorei tanto, acho que nem tenho mais lágrimas para isso.

Após aquela cena horrível no quarto em que Carl estava, Rick me tirou de lá e depois disso não lembro de nada.

Ele me disse que eu desmaiei. Mas está tudo bem com meu bebê. O médico me deu soro e examinou minha barriga.

Eu não consigo entender. Por que todos que eu amo não ficam comigo? Por que todos tem que partir?

Carl foi a única pessoa que eu tive realmente certeza que amava. Eu o amava de todo o meu coração. Carl foi pra mim a prova viva de que o amor ainda existe. Ele foi a prova mais concreta.

E sem dúvidas, ninguém será capaz de substituí -lo.

-Sofia. -Maggie me chamou. -Tem 30 minutos que você está aí parada. Por favor, você precisa descansar.

Não tirei o olhar de Carl.

-Eu não quero. -Peguei na bochecha dele.

Ela suspirou.

-Tudo bem, a decisão é sua.

Não disse nada. Apenas continuei o observando.

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-Cachinhos dourados. -Dessa vez foi Daryl. -Você precisa se sentar.

Por que todos falam a mesma coisa?

-Daryl, você é a sétima pessoa que me diz isso. -O olhei. -Quantas vezes vou ter que falar que eu não quero me sentar?

-Eu sei. Sei bem que você não quer. Mas você precisa. -Ele pegou em meu ombro. -Eu já perdi a noção do tempo que você está aí, na mesma posição.

Neguei.

-Vamos, eu me sento com você.

Olhei novamente para o caixão. E foi aí que eu comecei a chorar.

-Eu não quero deixá-lo sozinho. Eu prometi ficar com ele. -Mordi os lábios.

-Cachinhos dourados. -Olhei para ele. -Vem se sentar comigo.

Passei a mão em meu nariz e concordei. O segui até uma das primeiras cadeiras e me sentei.

-Olha. Você sabe que eu não sou bom nessas coisas, mas, se quiser conversar.

As lágrimas começaram a escorrer em minha bochecha.

-Eu só queria que ele estivesse aqui comigo. Sabe...-Funguei o nariz. -Carl foi a melhor coisa que aconteceu em minha vida. E o ver nessa situação...

-Eu imagino que não deve estar sendo fácil. Mas não posso te dizer que isso vai passar, por que não vai. O que você pode fazer, é apenas aprender a conviver com a dor.

-E como farei isso? Eu não consigo pensar em viver sem ele. -Sequei meus olhos.

-Somente o tempo é capaz de te mostrar. -Ele tirou sua mão de meu ombro e se levantou. -Vou buscar uma água pra você.

Ao sair, olhei novamente para seu caixão.

Flashback on:

-Mas amor, não podemos decidir o nome se a gente nem sabe qual é o sexo. -Falei rindo.

-Eu sei. -Ele caiu na gargalhada. -Mas, vamos supor que fosse uma menina, qual nome daríamos pra ela? -Carl desligou a luz do quarto e se deitou ao meu lado.