Choque

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Dava pra sentir a Carol tremendo ainda abraçada a mim, mas eu estava com medo de acabar assustando ela de alguma maneira ao tocar nela, mas então percebi um policial se aproximando de nós.

- Boa noite - o guarda diz e então fica me olhando desconfiado - acho que nunca te vi por aqui.

- Me mudei a dois meses - digo - vim do sul.

- Isso explica muita coisa - ele diz então olha para a Carol - já essa moça já conhecemos a bastante tempo.

- Muitos casos como esse? - pergunto.

- Pior que sim - ele responde e então olha para o rapaz perto da ambulância - mas nunca aconteceu algo tão extremo.

- Desculpe, acho que exagerei na hora de conter ele - faço  coçando a cabeça envergonhado.

- Melhor você fazer isso se acontecer uma próxima vez - o guarda me repreende e então volta para a sua viatura.

- Vou te pegar no colo, O.K.? - sussurro no ouvido da Carol, esperei um pouco e logo ela acenou com a cabeça.

Pego ela no colo enquanto ela continuava com os braços ao redor do meu pescoço, então vou andando com ela na direção da minha casa já que era mais perto, mas quando passamos pra fora do beco percebo o olhar do Paulo e então encaro ele, apenas para ele desviar os olhos rapidamente.

Assim que chego na frente do meu apartamento coloco ela no chão, mas suas pernas fraquejam então tenho que fazer ela se apoiar em mim enquanto destranco a porta, assim que minha porta está aberta a pego no colo novamente e então a coloco deitada na minha cama.

- Fique aqui um pouco ta - falo suavemente para ela e beijo de leve a testa dela.

Vou para a cozinha e começo a preparar uma sopa para ela, afinal ela tinha acabado de passar por uma experiencia nada agradável, então não seria bom fazer algo que seja difícil de comer, então pego meu celular e ligo para o celular do Pablo.

- Eae Gabriel - Pablo fala atendendo.

- Eae cara - falo um pouco desanimado - pode passar pra sua vó?

- Claro, só um pouquinho - ele fala e mesmo do telefone consigo ouvir ele descendo as escadas e falando com a avó dele.

- Boa noite querido - ouço a voz da Maria no telefone.

- Boa noite - respondo e então explico o que aconteceu, pelo menos o que eu lembrava e o que eu achei que tinha acontecido - por isso trouxe ela aqui pra casa, tudo bem se ela dormir aqui? Afinal não acho que seria muito bom para ela ir pra casa agora.

- Tudo bem - ela responde - mas não acredito que isso tenha acontecido, ele parecia um rapaz bem comportado.

- Alguns dos mais quietos são os mais perigosos - falo um pouco sombrio.

- Então espero que você não seja perigoso - ela fala rindo um pouco.

" Sou mais do que você pensa " penso comigo mesmo mas não me atrevendo a falar isso, mas em vez disso dou uma risada.

- Gosto de mais da sua neta para fazer algo do tipo - respondo.

- Isso é bom - ela fala rindo - quero só ver o que vai acontecer daqui a algum tempo.

- Como assim? - pergunto um pouco desconfiado.

- Você acha mesmo que eu não vejo a maneira como você olha para ela ou como ela olha para você? - ela perguntou o que me faz ficar envergonhado - só fico imaginando quando que você vai pedir ela em namoro.

- Talvez isso ainda demore um tempo - respondo meio evasivo mas sem falsidade.

- É bom que você pense nisso - ela fala - bem, boa noite e de um beijo na Carol por mim.

No Auge da Vida.Where stories live. Discover now