Três quase beijos e um nem tanto
Roy Harper e Katherine Donnel se conheceram pela primeira vez no começo do ensino médio.
Era o primeiro dia de aula e Kat estava completamente perdida no prédio da escola pública. Essa é a primeira vez que a menina estudou em um colégio assim durante toda sua vida, antes ela passava os anos pulando de colégio interno para colégio interno, suas atitudes fazendo com que seus pais finalmente desistissem e simplesmente largassem a adolescente aos cuidados da avó materna.
Em um último ato de rebelião contra seus pais ausentes, seu cabelo estava em um tom gélido de azul, destacando ainda mais sua presença na multidão. Com a cabeça baixa, a garota tentava entender como funcionava o mapa dos corredores daqui quando um corpo colidiu com o seu, se não fosse pela pessoa segurar seus braços ambos teriam ido para o chão.
Os dois acabaram tão próximos que um movimento errado poderia acabar com um encostar de lábios, considerando a aparência do menino, Kat não seria totalmente contra. Ele tinha olhos mais azuis que o cabelo dela e um sorriso que iluminava o corredor inteiro.— Ei, cuidado. - A parte de trás da jaqueta dele indica que era do time de basquete.
Smith, 16. É talvez essa experiência não fosse tão ruim.
O segundo quase beijo ocorreu alguns meses depois. Dessa vez, no corredor de uma casa, a de Ryder Daniels para ser exata.
Agora Kat estava levemente menos perdida, tinha pessoas que considerava suas amigas, um menino bonitinho chamado Bryce correndo atrás dela e notas boas mas não tinha visto Smith 16 fora da quadra desde o primeiro dia de aula.
As festas de aniversário de Ryder eram épicas, pelo menos lhe fora dito isso. Esse ano tinha uma cabine de fotos, um buffet de sorvetes e cada convidado levaria um par de óculos de sol personalizados para casa. Roy só ia para esse tipo de evento porque era o esperado do principal jogador do time de basquete mas em uma hora, quando a festa estivesse a todo vapor, ele iria sair de fininho pela porta.
Esse era o plano até ele avistar a familiar cabeleira azul conversando com Bryce, Kat não sabia da verdade sobre o menino ainda por isso estava muito lisonjeada com a atenção que recebia. Depois de ver que a misteriosa menina estava na festa, talvez Roy fosse persuadido a ficar mais um pouco.
Era perto da meia noite quando Katherine decidiu ir embora, Bryce lhe oferecera carona mas ela preferiu chamar um uber para o McDonalds mais próximo, sua companhia original bêbada demais para lhe dar carona de volta. A água gelada da pia do banheiro serviu para deixar sua mente alerta e ela começou a sair pelo corredor, se despedindo das pessoas pelas quais passava.
Roy passeava pela festa, a casa era grande o suficiente para não entrar no mesmo cômodo duas vezes, inconscientemente procurando por Katherine (ele nem sabia que esse era o nome da menina ainda) quando o destino decidiu dar uma mãozinha para os dois e fez Kat tropeçar em um copo caído no chão. Instintivamente as mão dele seguraram os braços dela.— Nós precisamos parar de se encontrar assim. - O menino sorriu de uma maneira que esperava que fosse charmosa. - Pelo menos me diz seu nome dessa vez.— Katherine mas por favor me chame de Kat.
Depois do encontro acidental na festa, os dois começaram a reparar mais um no outro, perceberam que tinham a maioria das aulas juntos e com a entrada de Bryce no time de basquete também, até o período de almoço era passado junto.
Passou quase um ano até que o relacionamento deles mudasse de amizade para outra coisa. Nesse meio tempo, Kat e Bryce oficializaram que eram alguma coisa, não um namoro sério mas eram "exclusivos" por assim dizer. Enquanto dividia seu tempo com namoro, escola, sua avó e as séries que assistia, ainda dava tempo de sair com seus amigos mais especificamente Roy. Por ambos fazerem parte do grupo dos "populares" era inevitável passarem tempo juntos.
Mas havia algo a mais entre eles, era uma tensão tangível que deixava Bryce morrendo de inveja. Em uma das muitas festas que aconteciam entre a "elite" dos alunos, Roy decidiu falar com Kat a respeito de suas suspeitas sobre o menino, ontem mesmo vira ele ir embora mais cedo com Krista Lee, uma menina que estava em sua aula de alemão, depois eles voltaram bagunçados demais para ter sido um almoço normal.
Foi um bom tempo até que encontrasse sua amiga na cozinha, pegando uma garrafa d'água na geladeira.
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ANÔNIMOS | ✔️
Teen Fiction"Esperamos você às quartas feiras, às 20:00, na sala 5 do bloco B do centro comunitário de Detroit". Era isso que dizia no panfleto que foi entregue para cada um daqueles jovens. Mal sabiam eles que aquele pedaço de papel seria o ingresso...