Philippa Donnel soube que algo estava errado no momento em que entrou em casa, a atmosfera estava perfeita demais, se bem que ela mal passava tempo em casa para saber qual era a atmosfera normal do lugar. Pela primeira vez sua filha estava na cozinha quando chegaram, com um avental preso por cima do vestido preto simples de meia manga que usava, ela sorria, carregando um prato cheio de biscoitos para sua visita a Lana mais tarde. Ela sorriu para sua mãe e seu pai, Leonardo pareceu surpreso mas feliz com a gentileza de sua filha, ele estava debaixo da leve impressão que ela lhe desprezava mas a menina só sentia pena de seu pai no momento.
— Ah, vocês chegaram. - Para que seu plano desse certo, Kat precisava ficar nas boas graças de seus pais. - Eu estava esperando vocês só mais tarde, a mesa do café nem está pronta.
— Não tem problema. - Philippa nem se prestou a retribuir o sorriso.
— Ah, mãe. - A palavra deixou um gosto amargo na boca da menina. - Chegou um envelope para a senhora, está no passador perto da escada já que eu não tenho a chave do escritório.
O que não era necessariamente uma mentira, pois o objeto em seu bolso era uma cópia da chave. E os papéis embaixo da sua cama eram cópias de todos os documentos do escritório e da pasta, nada que ela tivesse roubado.
— Sério? Eu vou conferir eles agora mesmo. - Antes que alguém pudesse protestar, a mulher subiu as escadas com uma velocidade quase sobrenatural, desaparecendo atrás da porta do escritório.
Uma vez que sua mãe estava virtualmente fora do caminho, Kat colocou a segunda parte de seu plano em ação. Enquanto ela pegava a jarra de suco para o café da tarde, seu pai pensava no que poderia estar dentro daquele envelope. Desde que se casaram, Leonardo e Philippa eram completamente honestos um com o outro mas ultimamente Leonardo não achava isso, a mudança de senha do celular de sua esposa, os olhares que ela mandava para o novo advogado deles e um número de outras coisa estava lhe deixando extremamente desconfiado.
Seu devaneio foi interrompido por uma das empregadas lhe chamando para tomar café, chegando na sala viu sua filha sentada à mesa. Não poderia machucar tentar falar com ela, quem sabe ela mudou. E Kat tinha mudado, mais do que tudo ela gostaria que seu pai falasse com ela.
— Oi pai.
— Oi filha.Os dois falaram ao mesmo tempo, criando uma atmosfera estranha.
— Você primeiro.
— Você primeiro.Novamente o par falou juntos mas dessa vez riram. Como um clarão de luz, ambos perceberam que não adiantava jogar o resto da vida fora sem se falar.
— Kat, eu sei que nós não somos os pais mais presentes. - Ah, jura? - Mas se você quiser, estou disposto a tentar mudar.
A menina ficou sem palavras, boca aberta no meio de um gole de café.
— Eu não posso dizer o mesmo da sua mãe, infelizmente. - A xícara de Kat voltou ao pires com um clink.
— Sério? Ah, isso é incrível. Eu adoraria. - Ela sorriu esperando que seu sorriso expressasse o que suas palavras não podiam.
Leonardo sorriu e os dois começaram a conversar animadamente, Missy parou na entrada, feliz por ver um pouquinho de alegria de volta aquela casa.
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ANÔNIMOS | ✔️
Teen Fiction"Esperamos você às quartas feiras, às 20:00, na sala 5 do bloco B do centro comunitário de Detroit". Era isso que dizia no panfleto que foi entregue para cada um daqueles jovens. Mal sabiam eles que aquele pedaço de papel seria o ingresso...