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— Como assim? - Se tinha algo de que Ellen se orgulhava era da sua habilidade de fingir surpresa, tinha lhe salvado de confusões algumas vezes.

— Você sabe muito bem do que eu estou falando! Já não bastou você ter dito para todo mundo da nossa escola antiga que eu forjei os resultados da eleição, agora você quer acabar com a minha vida aqui também? Eu nem pude escolher voltar para a escola.

          As meninas que estavam ao redor de Ellen como cachorros perdidos assistiam a discussão assim como todos naquele corredor. A ruiva tinha ficado conhecida por sua natureza serena, nunca levantando a voz, mas a menina que estava ali era quase irreconhecível. Com a voz beirando um grito e a face vermelha, Lana estava se defendendo.

— Como se você se importasse. – Ellen fez um barulho de escárnio com a garganta. – Tudo o que você queria era roubar tudo o que eu construí com tanta dedicação, eu só estou retribuindo o favor.

          Pessoas começaram a se acumular ao redor do par, esperando que algo explosivo saísse da interação entre elas mas partir para uma briga física era algo que a ruiva nunca, jamais, faria. Camila e Katherine, acompanhadas por Roy e Jasper, estavam preparadas para intervir na "briga" caso fosse necessário. A tensão no ar aumentou conforme as duas continuaram a conversar.

— Mas é claro que eu me importo, sempre me importei. Você era minha melhor amiga. – Apesar de saber que a menina loira era um tanto irracional, Lana ia tentar convencê-la com palavras.

— Aham, sei. – A menina se virou pegou suas coisas no armário como quem não queria nada e então voltou a olhar para Lana.

— Nós éramos inseparáveis, Ellen. Isso não valia nada para você?

          Nesse ponto, as duas já tinham esquecido da pequena multidão que lhes assistia e haviam focado uma na outra. Lana tentava fazer a menina entender e quem sabe parar com essa loucura toda mas a outra menina só estava focada no que achava ter perdido. Verdade seja dita, essa busca insana por atenção era fruto da negligencia constante que sofrera dos pais enquanto crescia.

— Valia até você roubar a minha coroa. – Ela pontuou suas palavras batendo a porta do armário e com uma virada do cabelo. – Agora eu só quero que você sinta o que eu senti.

— Sentir o quê? Loucura? Era um baile de escola. Escola, Ellen. Nem era o de formatura. Eu sei como era importante para você mas vão ter outros, você até ficou com a coroa.

          De uma maneira literal, Lana quis dizer que haveriam outros bailes e evento sim. Por exemplo em alguns dias teria o baile de inverno, e ela ainda nem tinha separado um vestido.

— Louca? Eu? Como se você fosse muito melhor. Será que seus amiguinhos sabem o que você realmente fez para sair da escola? Ou você contou mentiras para eles também?

— O que eu fiz para sair da escola? Andei até a porta? Por favor Ellen, pare de tentar aumentar o que aconteceu. Se você usasse um pouco dessa sua grande inteligência para entender que a vida não acaba no ensino médio talvez a gente não estivesse nessa situação.

— Ah, ruivinha. – A voz da loira praticamente pingava desdém e pena. – A situação vai ficar bem pior, confie em mim.

          Se as pessoas já tinham suas desconfianças quanto ao caráter da garota loira, as palavras (e atitude) dela só estavam piorando tudo. Seria difícil reconquistar a confiança de seus colegas. Ela tinha subido na escala social mas não na estima das pessoas e talvez isso tenha sido a causa de sua queda.

— Quer saber de uma coisa, Danvers? Eu cansei de ser boazinha. – Lana deu um passo a frente e ficou bem perto da menina que tanto lhe prejudicava. – Se você chegar perto de mim ou das pessoas que eu amo de novo, se você sequer sonhar com isso, a ordem de restrição não vai ser entregue pela polícia.

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