— Pode continuar a história, Laninha. Eu quero muito saber de que maneiras você vai alterar a história dessa vez. - Ellen sentou-se em uma cadeira, cruzando as pernas. - Porque para a Senhora Prince foi uma versão, para o oficial foi outra e eu quero ver com qual das duas essa vai se parecer.
As feições de Lana se endureceram, os lábios apertados em uma linha fina, Suas costas tensas traiam a sua fachada de calma. Ellen tinha algo em si que fazia Lana agir de maneira irracional.
— Eu não sei qual ilusão de grandeza está na sua mente agora, mas por favor para com essa idiotice. - A tensão no ar era sufocante.
— Ilusão? Você acabou com a minha vida, eu vou acabar com a sua. É bem simples, você não é tão ruim em matemática assim. - A última parte era uma mentira, já que Lana sempre tirou notas melhores do que Ellen em matemática.
— Só na sua mente isso seria um insulto. Ellen, me poupe, se poupe, nos poupe desse showzinho. Ou a sua psiquiatra autorizou esse exercício de confiança?
— A Doutora Sinjay pode ficar de fora dessa conversa.
— Você pode ficar de fora dessa conversa, o que você pensou vindo até aqui?
— Eu vim conhecer o terreno, é sempre melhor estar preparada.
— Preparada para que? Isso não é uma guerra, é só o ensino médio. E um dia vai acabar. Tudo de bom ou ruim vai ficar para trás, e a vida vai seguir em frente.
— Pensar assim é bonitinho, amiga. Mas não vai te levar a lugar algum.
— Eu estou perfeitamente bem aonde estou no momento. - A frase foi pontuada com um olhar para Theo e para seus amigos. Não os trocaria por nada.
— Nossa, você realmente mudou. O que aconteceu com a menina que eu conheci? - Ellen estava surpresa, a Lana que ela conhecera já teria gritado pelo menos uma vez, essa menina não levantou a voz um segundo sequer.
— Ela amadureceu, você deveria tentar. - Camila segurou uma risada com a expressão de ultraje que tomou conta da face da loira.
— Bem, isso não vem ao caso no momento. Boa sorte, Laninha. Você vai precisar. - Com um sinal para Bryce, a dupla foi embora. O menino não era necessário para o confronto mas como sua carteira de motorista continuava suspensa, alguns sorrisos e palavras tinham feito o truque.
O menino era quase fácil demais de ser manipulado, Ellen pensou com descaso enquanto iam embora. Mas agora já sabia um dos próximos passos do seu plano, Bryce ficou feliz de ajudar uma vez que lhe fora prometido Lana no fim de tudo. No fundo, ele pensava se uma menina qualquer valia tento esforço mas aí ele pensava que precisava de algo para ocupar seu tempo, considerando que sua bolsa de estudos pelo basquete já estava garantida.
Na sala de paredes azuis, Lana estava apertando as unhas na palma das mãos, tentando se acalmar. O silêncio estava tanto que se algo caísse, o barulho ecoaria.
Inspire o ar por sete segundos, segure por cinco segundos, solte por seis segundos. As palavras da sua psicóloga se sobrepuseram ao turbilhão de memórias que ver Ellen naquela situação familiar. Gritos de alegria, risadas, passos no corredor, uma porta batendo, o carro batendo, o monitor cardíaco parando, uma mão em seu rosto.
— Lani, olha para mim. - Theo conhecia os sinais de dissociação dos muitos curso que fizera. - Foca nos meus olhos.
Aqueles olhos castanho esverdeados pelos quais ela estava se apaixonando, capazes de acalmar a tempestade de sentimentos dentro dela.
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ANÔNIMOS | ✔️
Novela Juvenil"Esperamos você às quartas feiras, às 20:00, na sala 5 do bloco B do centro comunitário de Detroit". Era isso que dizia no panfleto que foi entregue para cada um daqueles jovens. Mal sabiam eles que aquele pedaço de papel seria o ingresso...