• 01 • Quartas Prediletas

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Lucy Hammond levou o último pedaço de queijo á boca e o engoliu com astúcia. Estava pronta para a melhor parte da manhã e, isso acontecia apenas uma vez por semana. Tomou o resto do seu suco e olhou para seus irmão gêmeos: Bethany e Callum de 9 anos de idade. Acenou com a cabeça mostrando a porta para os irmãos que, discretamente, afirmaram entender qual seria o próximo passo.
Seu afazer seguinte os incluía e sentia-se mais que preparada para deixar a mesa do café da manhã e então, quando esticou-se para levantar-se, a voz entediada de sua mãe frustara sua partida.

— Nem ouse levantar-se de seu acento senhorita Lucy Madison Hammond. Vocês dois podem se retirar. -— Disse a matriarca expessionando a saída de Bethany e Callum.

Lucy olhou para os gêmeos que sorrindo se levantaram da mesa e, com um olhar traquina e zombeteiro dedicado á ela se retiraram. Se nas diversas vezes que ela ameaçou à Reuben, o fitara com aquele olhar e o sorrira daquela maneira, poderia entender o porque dele sempre ter se afugentado a bainha de vossa mãe. Devia ser o próprio demônio na infância. Pobre Reuben.

Incorformada com a atitude da mãe em lhe deixar ali, Lucy mexia-se em seu assento diversas vezes, queria levantar-se e sair correndo na frente se seus irmãos. Infernos! Certamente eles pegariam o jornal primeiro e leriam a coluna de contos de terror antes dela. Sempre era a primeira a pegar o jornal e sentar-se sobre a poltrona de acento único da sala. Seus irmãos sentavam à sua frente e quietos, tomados de pavor, a escutavam ler o conto assustador da vez. Ela sempre o lia, compassadamente, fazendo-o ficar mais apavorante e assustador. Seu prazer era ver as caras dos irmãos e ás vezes até ouvir seus gritos. Não podia esquecer-se da vez que construiu uma fantasia de "Jack, calcanhar de mola" e os esperou no corredor de seus quartos. Eles gritaram e saíram correndo. Teria saído impune se seus irmãos não tivessem passado uma semana inteira tendo pesadelos.

— Mamãe...  — pigarreou. Sua mãe de forma tranquila servia-se de chá e ela havia quase devorado seu café da manhã para enfim poder realizar sua preciosa tarefa das quartas-feiras. Se não conhecesse sua mãe jurava que tudo aquilo fora premeditado. E ela conhecia, conhecia muito bem, mas ainda lhe sobrava um resquício de esperança de que não o fosse.
Não lhe restava dúvidas de que seus irmãos leriam a coluna antes dela, á esconderiam e lhe torturariam ao ditar trechos do conto do dia. Isso não podia acontecer.

Sarah Hammond ainda estava com uma postura seria e autoritária. Todas as quartas feiras, o dia seguia uma rotina única e, por mais desagradável que a pequena reunião que seus filhos faziam na sala azul poderia parecer, omitia em seu íntimo que também se divertia com tudo. Bastava alguns minutos para ouvir os gritos de horror dos gêmeos pela casa, sua filha Lucy parecia ter o dom da leitura. — Deus sabe o quanto quisera que ele possuísse o dom da boa educação, etiqueta e graciosidade.
Jamais confessaria que em tudo que fazia, Lucy a divertia. Oras, ela era a mãe, devia ser a responsável então. Não podia encorajar muito a filha, devia apenas casa-la. Ôh, céus! E lembrar que odiara seu debute e teria de o fazer com Lucy e ainda tinha Bethany. Não suportaria.

A postura da mãe intimidou a filha, por mais um pouco tempo, enquanto pensava, apenas o necessário, para que também ela tirasse o jornal tão desejado de seu colo pondo-o sobre a visão de Lucy. Seus dedos esguios seguravam, com certa força, o papel que provavelmente Callum e Bethany estariam buscando pela casa.
Em sua mente poderia confessar que Lucy era sua queidinha, que sempre o fora. E poderia não ter se arrependido de pensa-lo se sua consciência não retrucasse dizendo-lhe que por esse motivo ela devia ser terrível. Já não possuía concerto.

A atitude inesperada da mãe fizera Lucy irradiar, raramente Sarah se mostrava tão afoita, normalmente, quando o fazia as coisas não acabavam muito bem para ela, na última vez que sua mãe fora, a fez tropeçar  — quando pós o pé em seu caminho —  fazendo-a cair sobre o corpo de um dos amigos de seu irmão mais velho, o irmão do Barão Saunders, o loiro do meio. O Barão era o primeiro filho, Richard o segundo e o terceiro da linhagem era uma mulher, a esposa de seu irmão Reuben, Annie Hammond, a viscondesa.

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