• 16 • Sangue

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  Eu o escolhi Dominic... Serei eu à te fazer feliz para sempre porque o amo como jamais podes imaginar, nem mesmo eu compreendo. Nasci para isso e acho que ainda não entendeste.

Como ele não à puxaria para si lhe olhando nos olhos e em seguida lhe beijando? Depois de tais palavras?  Pelas chamas do inferno! Lucy... Ela não era medrosa, ela dizia o que sentia, ela demonstrava o que desejava enquanto ele não era capaz de nada disso. Nunca fora. Escolheu Abigail para ser sua esposa porque lhe convinha. Lhe sentia afeto, mas não era capaz de assumir, de dizer letra por letra,  ao invés disso fingia ter um clima agradável quando na verdade Abigail estava frustada, triste e morta. Como se tivesse visto uma bela flor no jardim e a arrancado, esquecendo-se que ela murcharia  em seguida. Abigail murchou e ele teve de deixa-la. E, agora Lucy lhe dissera o que sempre anseiou ouvir, ela o olhou nos olhos sem nem sequer tremer ou pestanejar, com tanta convicção que o fazia estremecer diante daquela figura feminina poderosa.
  Ele amou Abigail, mas Abigail nunca o amou. Ele não amava Lucy e ela o ama. Finalmente alguém diz o amar, mais de um alguém. Possuía em suas mãos o passado e um novo futuro. O que deveria fazer?

—Por que não podes desposar-me? —perguntou-o Lucy ainda naquele corredor escuro. Ele à olhou nos olhos mais uma vez, vendo o fogo da lamparida que estava enganchada na parede sobre seus  olhos verdes. À beijaria novamente, tocaria sua pele e a faria sua pois agora ela era sua mulher. Infernos! Deveria ser, era para ser...  Mas já sendo casado o segundo é nulo. Se Abigail estivesse realmente morta, Lucy seria realmente sua esposa, mas ela está tão viva quanto presente. Depois de anos desaparecida, Aidan à encontrou e ele correra para encontro-la, um dia antes de Lucy o escolher. O que iria fazer?
  Seu polegar passeou pelas bordas avermelhadas dos lábios de Lucy. Era como um prazer disfarçado de castigo. Ela estava bem ali na sua frente, mas ele não alimentava seus anseios.

— Quero mais que beijar-te, quero...  Desejo... —interrompeu sua fala vendo uma bola de luz vir ao encontro deles. Era César, o cocheiro.

—Vossa graça...

Lucy virou-se vendo aquele homem estranho ao qual interrompera um momento tão importante quanto aquele.

—Avisei-te para esperar-me lá fora na corroagem.

—Sim, perdoe-me. Mas ela sumira, fora rapitada, sua empregada viu tudo da janela.

—Quem fora raptada? Elizabeth?

—Não meu senhor, a criada, à criada o fora.

—Belinda? —indagou Lucy perplexa.

—Sim, essa mesma.

—Mas por que demônios alguém raptaria uma criada?

Lucy colocou a mão no coração tentando respirar fundo. —Precisa salvá-la! Vamos! Precisamos salvá-la! —saiu correndo deixando dois homens para trás que logo à seguiram. Lucy subiu na carroagem que serviria para sua viagem de Lua de mel e mandou o cocheiro correr pelas ruas que indicava.

—Mais depressa! Vão matá-la!

—Quem vai matá-la?

—O club, o club que odeia Lord Simmons.

—Por que o club à mataria?

—Ela trabalha para Lord Simmons.

—Belinda não trabalha para mim.

—Tu não eres Lord Simmons. —o olhou de cenho franzido sentido seu rosto arder de encontro à brisa cortada pela carroagem.

—Como eres inocente.

—Se tu eres, Belinda mentiu-me.

—E achas que ela te conta tudo? E logo um segredo como esse?

—Para onde agora senhora? —perguntou o cocheiro desesperado.

—Pare! —gritou Lucy descendo da carroagem sendo seguida por Dominic.

— O que está fazendo?

Lucy esgueiou-se entre alguns caixotes e se encolheu tentando olhar pelas frestas daquele lugar abandonado.

—Onde estamos?

—O covil de Lady Farriet.

O coração de Lucy disparou ao ver o reluzir da lamina que segurava à mulher de idade.

—Mas o que? —tentou enxergar e se espantou com o que via.

—Não eres um bebê, mas eres jovem o suficiente. Quem mandou espionar-me? Fora  o duque? Trabalha para o duque de Burns? — perguntou em vão Georgina pois o pano que Belinda possuía na boca à impedia se dizer qualquer coisa.

—Tens uma arma? —indagou Lucy em sussurro.

—Nossa festa de casamento acabou em menos de duas horas. O que você acha?

—Infernos! E vossa adaga? Dai-me já!

—Minha adaga? Oras, Lucy! Isso não é hora e nem lugar apropriado.

—Não goze de minha cara, faça algo já. Ela matará Belinda.

—Lhe darei outra criada.

—Dominic! —exclamou mais alto do que deveria.

—Quem está ai?  —indagou Georgina.

—Pelos infernos! É só uma velha decrepta! —saiu de seu esconderijo aparendo na porta.

—Você! Eu sabia que era você! Agora todos saberão quem é Lord Simmons. Eu sabia que viria, eu sabia.

—Vou mandar todos para à prisão se não solterem agora à criada de minha mulher.

—Eres Lord Simmons, eu sempre soube. —continuou falando enquanto o restante dos participantes do clube sumiam pouco a pouco deixando-a sozinha com Dominic.

—O que vais fazer agora? Não eres nada além de uma velha e eu sou o duque.

—Beberei seu sangue,  o sangue de vossa esposa e de sua linhagem. Eu os beberei, não viverão. —nesse momento Lucy apareceu por trás de Georgina lhe batendo à cabeça com um pedaço de madeira que havia encontrado por ali.

—Não beberá de mais ninguém sua bruxa! Em meus filhos nem ousarás tocar! Jamais! —exclamou Lucy olhando para o corpo caído ao chão. Dominic apenas arqueou à sobrancelha ainda mais surpreendido.



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