O dia havia amanhecido lindo, a brisa era fresca, o sol majestoso e poucas nuvens manchavam o longínquo céu azul anil. Lucy estava sobre a janela de seu quarto, pensando consigo o por que de nunca reparar nessas coisas simples que lhe apresentava a vida. Se o dia estivesse lindo ela apenas descia as escadas e ia para o jardim, mas se chovesse ela também o fazia. Por quê nunca se importara antes? Algo esquisito sucedia. Que diabos fazia ali na janela feito uma tola? Deveria vestir-se e descer para tomar café, podia ouvir os protestos de seu estômago. A fome lhe fazia falhar a cabeça e o juízo.
Após comer suficientemente bem, Lucy estava à sala azul a mandado de sua mãe, que não permitiu que pintasse sobre o ar puro, mas sim, reunido à ela e a Annie.
Lucy inclinou sua mão enquanto desenhava a silueta de um homem. Não passava de um borrão preto, com olhos curiosamente escuro, talvez pretos ou castanhos. Ela não podia discenir, apenas afirmar sua escuridão. O nariz extreito e uma boca bem desenhada. Seu sorriso debochado...— Lucy! Estou falando com vós!
Ela piscou algumas vezes notando que havia submergido em sua imaginação. Sobre a tela havia apenas um borrão escuro e nada do que imaginara do tal homem estava desenhada ali, nenhuma de suas características, como seu volumoso cabelo escuro.
— Perdoe-me mamãe, estava pensando em que deveria pintar. — murmurou pensativa.
— Já tentaste pintar algo realístico? Como nosso retrato? — sugeriu entusiasmada Annie.
— Não possuo esta técnica, minhas pinturas são apenas uma coisa que uso para passar o tempo. Levam um toque de fantasia... Parecem sonhos, desenho meus sonhos. Não passam de borrões... — concluiu mergulhando a ponta de seu pincel sobre o verde.
— Que pena. Não desejas aprimorarte?
— Não, nunca deejei-o... Pinto quando tudo me cansa e me estressa. Não é rotineiro, não quero enfadarme com algo que me satisfaz.
Annie olhou para a sogra e levantou lentamente os ombros. Lucy parecia divagar ao pintar, era estranho vindo dela. Até as respostas que lhe dava eram.
— Está é a maneira que Lucy se concentra. Ela isola-se em sua mente esquecendo-se de todos ao seu redor. — lhe explicou Sarah. Já estava habituada ao comportamento da filha quando pintava — Como fora o baile? Só agora pude perguntar.
Annie apertou forte sua xícara tentando não se alterar. Ainda lembrava das palavras de seu esposo "Jamais diga a mamãe o que ocorrera. Se irritará se descobrir que nós dois não somos capazes de conter Lucy".
O que ela poderia esperar? Não imaginou que Lucy iria aos jardins em vez de ir ao banheiro como informara à ela e a suas amigas. Em alto e boa dicção.
— Muito agradável. Me encantou ir sendo casada. Um alívio imenso saber que não estou no lugar de nenhuma ali.
— Como no meu lugar, você quis dizer Annie. — interviu Lucy.
— Não casar-se pode ser uma desgraça. — deixou claro Sarah.
— Ah, sim. Sou grata por ter Reuben, por ter me casado... Isso é tão reconfortante, me sinto aliviada.
— Em seu debut já sentiu náuseas Annie? Sinto toda vez que piso na porta do salão.
— É apenas o nervosismo querida. Reuben me contara seu temor em casar-se. Não se preocupe. Se dançar com todos, poderá conhecê-los e assim escolher perfeitamente alguém que lhe agrade.
Lucy forçou sua mandíbula. Reuben não passava de um traidor. Contou seus temores para Annie e agora sua mãe também o conhecia.
— Temes ao matrimônio? Mas por que? Por que não me dissera?
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O Destino de Lord Simmons
Ficção HistóricaObviamente que Lucy aceitaria o pedido de um duque para um baile e, qual dama recusaria? Se o prêmio de um jogo de cartas fosse uma polca, ela também não se negaria. Seria apenas uma dança, não era nada absurdo. Entretando, Lucy fugia de ser apres...