• 23 • Estamos bem

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E depois de toda dor... Do profundo e agudo grito, que se pode ouvir de cima da terra... Não havia mais nada... Nenhuma lembrança para Lucy. Talvez para sua sorte.
  Dominic segurava em uma de suas mãos, ali naquela poltrona acolchoado onde estava, um livro de capa escura, tão velho quanto seu pai seria, se ousasse estar vivo, e na outra mão, deseja acariciar o dedo anelar de sua esposa, mas o mesmo estava envolto á alguma espécie de curativo. Só de imaginar o que aquele monstro que era Georgina poderia ter feito, lhe contorce o ser e cada órgão de seu corpo e a náusea apodera-se de si. Santo céu!! Lhe arrancou uma unha cruelmente. Mas ela pagaria, pagaria por tudo e por cada tostão. Seu coração parecia estar despedaçado e seu corpo todo se impulsionava às lágrimas, por mais que sua postura não permitisse reconhecer qualquer sinal de alívio. Estava rígido, analisando o corpo pálido de sua esposa, seus cabelos tão apagados quanto ela estava ali tumbada e ainda desacordada. Havia sido demasiado. Demasiado para Lucy e também para ele. Como poderia imaginar seus dias sem ela, como acordaria sem se sentir sufocado pelos cachos loiros de sua esposa sufocando-o? Não podia imaginar um momento de sua vida sem ela.
  Lhe soltou a mão com cuidado colocando-a sobre o lençol e tomou o livro em suas mãos. E lembrar que tudo começou ali, na história do Drácula.

—Lucy... Não posso viver sem ti... Sempre estiveste em minha vida, apenas eu que nunca disceni. Te odiei pela primeira vez quando emprestei esse livro á teu irmã, o visconde Hammond. E odiei á ele e logo a ti quando o manchaste com a boca... Eu dizia que tu o manchaste com a boca rosada e fizeste corações no nome de Drácula. Já demonstrava não ser uma garota típica da sociedade. Te odiei, era um presente de mamãe e meu livro favorito... O mundo vampiresco fora onde sempre me refugiei... Depois que fui para Paris o livro ainda estava comigo, e o vi antes de pedir a mão de Abigail... E quando resolvi casar-me mais uma vez, estava relendo-o mais uma vez e tocando a marca que deixaste com teus lábios​ nas páginas velhas de Drácula...
Escolhi a ti porque fortes a primeira a escolher a mim.
Agora compreende tudo o que fiz? Queria-te e felizmente pude ter-te e amar-te dessa maneira que é incompreensível. Amor nunca foi pilar para um casamento não é? E eu desejava exatamente isso. Sou grato por dar-me.

—Tu ficaste dias e semanas ignorando Reuben. O fizeste odiar a mim também. — sua voz era quase inaudível.

Dominic tentou conter seu sorriso, no entanto falhou. Não podia, Lucy merecia-o. Ela merecia tudo e ele á daria. —Era um livro bem precioso.

—Raro. Eu sabia, por isso o beijei. Eu havia me apaixonado pelo Drácula. Possuía apenas doze anos.

—E agora? Ainda o amas?

—Sempre o amarei, mas não tanto quanto amo a ti.

Dominic levantou-se impulsivamente e sentou-se na cama, do lado de Lucy. —Eu também amo a vós... Eu a amo Lucy... Por favor, pare de fazer besteiras. —lhe acariciou o rosto e a marca da mordaça que ficara em Lucy. Havia nas mãos, nos pés e na cintura.
Seus dedos foram descendo por seu pescoço e ele a olhou nos olhos. Eu queria lhe proteger de tudo, de tudo... Sempre lhe protegerei... Sempre...

—Eu o amo Dominic... —se ergueu para beija-lo e gemeu de dor, no entanto não parou de beija-lo. E nem ele á ela. Em troca, os lábios masculinos acariciaram e passaram por todo o rosto de Lucy e em seguida ele á abraçou.

—Georgina já pagou por tudo... Estamos bem. —lhe sussurrou transmitindo-lhe paz.

O Destino de Lord Simmons Onde histórias criam vida. Descubra agora