Beije-Me Assim Sem Condição

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[... "Beije-me assim, sem compaixão

Fique em mim, sem condição

Me dê apenas um motivo

E fico eu..."]

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Chico se decepcionou consigo mesmo quando tentou brincar um pouco com os sentimentos de Diana, caindo em seu próprio jogo, tendo como desejo máximo naquele instante, provar o doce sabor de seus lábios. Isso não estava em seu roteiro, mas seu coração resolveu dar uma improvisada, e agir conforme sua própria vontade, Chico detestava quando seu coração tomava as rédeas.

Os dois corações estavam a mil, e eles continuavam ali parados, olhando um para o outro, feito dois bobões, sem nenhuma atitude ser tomada. Chico olhou seus lábios, ele ia deixar ser vencido por si mesmo, e beija-la, já que era o que tanto queria, mas ao se aproximar uma pouco mais de Diana, a voz de sua mãe o fez parar onde estava, para seu azar.

— Chico! – Valquíria gritou da porta de casa. – Vem aqui, você e Diana!

Rapidamente, eles voltaram ao mundo real, e saíram da hipnose em que se encontravam, indo atender o chamado de Valquíria.

— Aqui estamos mãe. – Ele disse um pouco sério, e um pouco sem graça também.

— Cadê a educação que eu te dei menino? – Ela bateu nele com um pano de prato, e Diana disfarçou um riso. – Vai falar com a sua tia Ana!

Sobre livre e espontânea pressão, ele foi até Ana, e diferente do modo que agiu com Diana, ele foi muito educado com a tia, recebendo de volta dela o carinho que ele lhe retribuiu.

— Você se tornou um homem e tanto Chico, aposto que tem muitas pretendentes por aqui. – Diana soltou um risinho debochado, e Chico a olhou como se quisesse devora-la.

— Não é querendo me gabar não tia, mas tenho algumas por aí. – Ele sorriu com a intenção de provocar a prima.

A conversa ia e vinha, com direito a alfinetadas de Chico para Diana e vice versa durante o papo, eles não faziam questão de esconder que não eram mais amigos como antes. No meio da conversa da família, Rosa apareceu na sala, como um relâmpago, chamando por Valquíria.

— Madrinha, madrinha! – Ela entrou correndo, e se assustou quando viu aquelas desconhecidas ali. – Desculpa, não sabia que tinha visita. – Ela ficou a olhar para o chão.

— Não precisa se desculpar Rosa – Valquíria foi até onde ela estava – essa aqui é minha prima Ana – apontou – e essa é Diana, sua filha, e meninas, essa é minha afilhada Rosa. – Sorriu.

— Muito prazer Rosa. – Ana a saudou gentilmente, enquanto Diana permaneceu encarando-a de cima a baixo.

— Bom, vocês devem estar um pouco cansadas da viagem, é melhor descansarem um pouco, se quiserem. Hum... Ana – a olhou – você pode ficar no meu quarto, é pequeno, mas dá para as duas, e você Diana... – Colocou a mão esquerda no queixo pensando.

— Ela pode ficar no meu quarto!

— Oi? – Diana pasmou.

Chico disse rapidamente, dando um pequeno susto nos demais. Elas olharam-no, principalmente Diana e Rosa, sem entender a sugestão que favoreceria Diana.

— Deixa eu refazer a frase, ela dorme no meu quarto, e eu durmo aqui na sala.

Elas ficaram um pouco aliviadas, principalmente Rosa, que arrastava uma asa para o rapaz, mas ainda sim Diana o olhava desconfiado.

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