["...Ando por aí querendo te encontrar
Em cada esquina paro em cada olhar
Deixo a tristeza e trago a esperança em seu lugarQue o nosso amor pra sempre viva
Minha dádiva
Quero poder jurar que essa paixão jamais seráPalavras apenas
Palavras pequenas
Palavras..."]****
Chico.
Logo vi a decepção estampada na cara dela assim que contei sobre mim e Diana. Talvez eu devesse contar com um pouco mais de jeito, ou nem devesse contar isso a ela, já que era uma coisa íntima, uma coisa minha e de Diana, porém não via outra saída, já que ela insistia na história de que minha prima e eu jamais daríamos certo, que Diana não era mulher pra mim, e não me daria o mesmo que ela daria.
Rosa engolia toda aquela informação a seco, e por alguns instantes pensei que ela fosse voar no meu pescoço e me estrangular, eu vi a fúria nos olhos dela, e jamais havia visto ela dessa forma.
— Você só pode tá de brincadeira – ela dizia histérica andando de um lado pro outro – você tá inventando essa história pra me manter longe – ela me fitou enquanto eu tentava manter a calma – você não tá falando sério Chico. – Sua voz abaixou em algumas oitavas.
— Rosa – engoli alguma saliva, mas não tinha muita, minha boca estava seca – eu não teria porque inventar essa história, no entanto eu não queria que você ficasse assim, mas uma hora você ia acabar sabendo. – Dei um passo até ela, porém ela se afastou bruscamente.
— Eu sou uma idiota mesmo, fiquei me insinuando pra você todo esse tempo, enquanto vocês dois riam de mim pelas costas, eu não acredito nisso, burra – ela batia em sua testa – burra, mil vezes burra!
— Espera aí Rosa, não é assim. – Disse dando um leve toque em seu ombro.
— Não encosta em mim Francisco – ela se esquivou – eu não quero sua pena, ou sua piedade. Eu só queria entender porque você me deixou aproximar de você se não tinha nenhuma intenção, pra zombar de mim?
— Claro que não Rosa, eu nunca tive essa intenção, só que eu não vejo você como mulher, pra mim você é uma amiga, uma irmã.
— Irmã? Que coisa mais patética Francisco! – Ela deu um riso sarcástico. – Eu não queria ser sua irmã, eu queria construir uma família com você, queria poder ter filhos, lindos assim como você, mas você e Diana estragaram tudo. – Sua voz era chorosa.
— Rosa...
Eu já não sabia o que falar, ela estava chateada demais, e nada que eu dissesse ajudaria muito.
— Eu não quero ouvir mais a sua voz! Que você e Diana sejam muito felizes.
Ela saiu cuspindo marimbondos, e eu não tinha nenhum argumento diante daquela situação. Realmente tinha sido um erro abrir o jogo com ela, mas o quê eu podia fazer, uma hora ou outra ela iria acabar sabendo, melhor que fosse por mim, do que por terceiros.
...
Já era bem tarde, minha mãe e minha tia já tinham se deitado, e eu continuava ali na cozinha, de frente pra um copo d'água, que naquela altura já estava quente pelo tempo que eu estava ali. Eu me sentia mal por Rosa, ela era uma grande amiga, alguém em quem eu confiava de olhos fechados, que se precisasse de um rim, eu daria sem hesitar, mas era só isso.
Eu não era tão tolo de não entender suas intenções, eu sabia claramente o que ela queria, mas me fazia de desentendido, com certeza esse foi o meu erro, ter dado a ela esperanças de algo que nunca seria possível, eu devia ter cortado o mal pela raiz, mas infelizmente, deixei chagar longe demais.
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Bem Me Quer
Romance"Ela presa no condomínio e ele solto pelo mundo." - A Dama E O Vagabundo Diante de um divórcio conturbado, Diana se vê obrigada a voltar para a cidade onde nasceu, isso não seria tão ruim se a sua cidade não se encontrasse no interior. De volta a su...