["...Com um suspiro
Eu espero encontrar
Apesar da tentação
Que no caminho
Faz confundir o coração..."]****
Chico.
As palavras que Rosa disse ecoaram na minha cabeça, na verdade parecia que haviam jogado uma granada dentro dela, e naquele exato momento ela havia explodido, me deixando sem nenhum raciocínio. Marteladas, socos, e mais tantos golpes vinham ao meu encontro e eu não conseguia reagir a eles, era como se eu estivesse nas águas do mar e não conseguisse voltar à beira, por conta das ondas que me assolavam, era assim que eu estava me sentindo depois que Rosa proferiu aquelas malditas palavras.
— Que tolice é essa que você tá falando Rosa? De onde você tirou um absurdo desses? – A essa altura, eu já estava praticamente espumando.
— Que absurdo o quê Chico – ela estava mais calma que uma pena levada pelo vento – eu o que tô falando é a mais pura verdade. Pra quê que eu inventaria isso? Eu ouvi as duas conversando. – Deu de ombros.
— Isso não pode ser verdade! – Esmurrei o sofá com tanta força, que vi a Rosa piscar seus olhos com medo do Chico que via na sua frente.
— Mas é! Eu não estou mentindo Chico, será que você não confia mais em mim?
Eu ignorei sua pergunta, e fiquei pensando. Aquelas palavras me atordoaram de tal forma, que eu não sabia se chorava por saber que a mulher que eu amava tivesse sido capaz de algo do tipo, ou se xingava todos os milhões de palavrões que vieram a minha mente.
Rosa ainda continuava ali esperando alguma palavra ou reação minha, mas nem liguei em dar atenção a ela, mas ele não desistiu do assunto.
— Chico – ela tocou meu ombro com um pouco de receio – fica calmo, ela não merece que você fique assim por ela.
— Sai daqui Rosa! – Eu gritei o mais alto que minha voz conseguiu apontando a direção da porta.
— Mas, mas...
— Sai da minha frente Rosa, eu não quero ver ninguém!
— Eu não tenho culpa tá, não mereço que você me trate desse jeito! – Ela já estava em prantos, como uma grande chorona que era, e eu não dei à mínima.
— Você é surda Rosa, ou é burra, ou tem demência? Eu já não mandei você sair daqui, eu não quero ver ninguém, me deixa em paz!
Eu mandei que ela saísse, mas depois de gritar com ela, saí sem rumo, precisava esfriar minha cabeça, e me preparar pra falar poucas e boas pra Diana. Coitada da Rosa, não tinha nada a ver com história, só estava querendo me alertar, e acabou por receber toda minha grosseria.
...
Diana.
Acho que eu nunca tinha estado numa correria tão grande na minha vida como naquele dia. Aquele evento da escola tava sugando todas as minhas poucas energias, mas eu estava adorando. Poder ver aquelas crianças todos os dias, correndo, pulando, brincando, me dava uma alegria enorme. Tamanha pureza só trazia paz para os meus dias.
O que me deixava mais feliz era saber que em breve meu pimpolho estaria ali também, trazendo paz não só pra mim, mas pra outras pessoas que estivessem ao seu redor.
— Diana? – A professora de uma das turmas que parou ao meu lado, puxando assunto. – Tá gostando das apresentações?
— Ah sim, todas estão muito bonitas, você e as outras professoras capricharam!
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Bem Me Quer
Romance"Ela presa no condomínio e ele solto pelo mundo." - A Dama E O Vagabundo Diante de um divórcio conturbado, Diana se vê obrigada a voltar para a cidade onde nasceu, isso não seria tão ruim se a sua cidade não se encontrasse no interior. De volta a su...