Um Para O Outro (Final Parte I)

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Não demora, e eu posto a segunda parte.

["...Tô com saudade de tu, meu desejo
Tô com saudade do beijo e do mel
Do teu olhar carinhoso
Do teu abraço gostoso
De passear no teu céu

É tão difícil ficar sem você
O teu amor é gostoso demais
Teu cheiro me dá prazer
Quando estou com você
Estou nos braços da paz..."]

****

Diana.

A minha única vontade foi rir, mas não sabia se é porque realmente tinha achado graça na piada mal contada de Pedro, ou de raiva do mesmo. Como ele tinha tamanha cara de pau de me ligar tarde da noite pra fazer uma proposta tão sem cabimento? Eu realmente estava pagando pelos meus pecados.

— Você ficou maluco Pedro? – Me levantei da cama num pulo levemente alterada. – Você tá ouvindo o que você tá falando?

— Eu não estou maluco, apenas te dando a chance de recomeçar uma vida longe de tudo aí. – Ele parecia estar tão tranquilo, o que me deixava ainda mais raiva.

— Eu mereço – ri – você deve me ver como uma demente, não é mesmo? Mas escuta uma coisa, mesmo que você fosse o último homem do mundo, eu nunca ficaria com você!

— Nossa Diana, pra quê todo esse rancor? – Sua calmaria havia ido embora.

— Você ainda me pergunta? Sério? Eu não tenho nenhum motivo pra querer distância de você, né Pedro? Ah, me poupe!

— Você prefere mesmo criar seu filho sem pai do quê quebrar seu orgulho? – Sua voz aumentou em algumas oitavas.

— Com certeza! E mais, prefiro que meu filho nunca tenha que olhar pra você, e vou fazer o possível pra isso, agora, por favor, me deixa em paz! Deleta meu número e esquece que eu existo!

Sem esperar qualquer resmungo a mais dele encerrei a ligação, e mais, desliguei o celular pra dissipar toda e qualquer proximidade possível entre nós dois. Realmente Pedro tinha um alto poder de me surpreender, e desde que nos conhecemos ele havia feito isso de diversas maneiras. O que tinha dado nele pra pensar que eu voltaria com ele? Que canalha!

...

Os dias e as semanas foram passando vagarosamente, e eu já não aguentava mais ficar encostada na casa de Wanda, por mais que eles repetissem inúmeras vezes que eu não estava atrapalhando, eu me sentia como uma pedra no sapato deles.

Com o passar dos dias eu ficava ainda mais envolvida com aquele serzinho dentro de mim, mesmo sem ter muita diferença na barriga, sentia que ele ou ela me entendia muito bem.

Quanto a minha família, eu quase não os via, às vezes me encontrava com a minha mãe, que por incrível que pareça, ainda não tinha descoberto meu paradeiro, mas não desistia em me perguntar toda vez que nos encontrávamos.

— Tem certeza que vai ficar nessa cama? Não vai jantar? – Wanda perguntou piedosa.

— Tenho Wanda, tô sem fome. – Tava sem ânimo nenhum.

— Diana, há dias que você tá assim, murchinha, o que tá acontecendo?

Respirei fundo e me sentei ao seu lado na cama.

— To cansada sabe. Parece que a vida tá movendo um complô contra mim. Há dias eu tô procurando uma casa, e nada. Fui em uma, e o preço do aluguel era alto demais, na outra, só estaria disponível depois de cinco meses, e a que era perfeita, era longe demais da escola. – Desabafei.

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