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A perna de Marinette estava inquieta. Hoje, a professora fez a escolha definitiva dos lugares na classe. Por uma infeliz escolha do destino, a sua amada professora Bustier a colocou sentada bem atrás do tesouro de Paris.

Regra número seis: Não duvide da capacidade do seu professor em criar confusões.

Para o seu alívio, o loiro parecia não se recordar do que tinha acontecido ontem, quando entrou atrasada no colégio. E se parar e analisar, na verdade era uma ótima escolha, pois significa que ele não poderia ficar olhando para trás.

Alya parecia um tomate ao seu lado. Bem na sua frente, encontrava-se Nino Lahiffe, melhor amigo de Adrien e o grande amor de sua vida. A morena contém uma paixão secreta pelo rapaz desde a sexta série, mas nunca teve coragem para falar com ele.

Ah, se pudesse explicar a situação para sua amiga sem ser julgada... apesar de ser sua melhor amiga, Alya antes de tudo sonha em ser uma repórter ou seja, ela buscaria saber todas as informações que o Agreste tinha sobre ela e isso era um mau sinal.

E, além de ficar bem atrás de seu pesadelo, a Srt. Bustier ainda teve a capacidade de coloca-la próxima à filha do prefeito.

"Tem como esse dia piorar?"

Olha, o diretor poderia te chamar na sala dele! — Kim brinca com a amiga sentada na carteira ao lado. Marinette levanta uma sobrancelha, balançando a cabeça.

Como se fosse combinado, o nome da azulada é anunciado na caixa de som, pedindo para que a mesma comparecesse na sala do Mr. Damocles.

Regra número sete: Cuidado com as palavras, elas se tornam realidade.

Suspirando e com um olhar mortal direcionado ao amigo, Marinette calmamente desceu alguns degraus, passando pela porta. Direcionou-se até a sala do diretor e com três batidas receosas na porta, recebeu a ordem para entrar.

— Não se preocupe, somente a chamei para dar um recado de seus pais. — o maior fala, com a maior calma do mundo. — Parece que houve um imprevisto e só poderão retornar em cerca de três meses.

     A notícia não causou efeito algum na garota. Marinette já havia ficado em média nove meses longe dos pais, estava completamente acostumada com sua ausência. Depois de balançar a cabeça, a menina sorriu para não deixar transparecer suas mágoas. Contanto que sorrisse para todos, ninguém teria pena de si.

     Quando deixou a sala de seu superior, a Dupain-Cheng suspirou pesadamente. Passou a mão pela nuca e retornou à sala de aula, recebendo um olhar mais do que sedento por informações de Alya.

     Não só da amiga, mas de praticamente todos os colegas de sala, já que era praticamente invisível e sua imagem nunca seria associada à diretoria. Ignorando-os, sentou em seu lugar com uma calma incrível, suspirando de tédio e observando a professora de literatura francesa explicar a matéria.

Como adivinhado, não bastou o sinal bater para a troca de professores que a Césaire rapidamente virou o rosto, com os olhos castanhos esverdeados loucos por curiosidade.

— O que o Damocles queria?

— Nada demais, apenas dar um recado sobre os meus pais. — disse sem ânimo algum. Não estava a fim de conversar muito, estava com sono, ainda.

     — Se ele te acusasse de alguma coisa eu ia fazer um barraco tão grande que entraria pra história. — a Césaire cruza os braços, com a cara amarrada. Na fileira da frente, Adrien e Nino faziam uma guerra de dedões, comentando sobre a festa que seria dada no próximo final de semana por um amigo.

O anfitrião da festa não seria ninguém mais que Luka, o irmão mais velho de Juleka. Marinette não tinha muitas informações sobre o garoto, apenas sabia que todos adoravam ele e era considerado muito bonito pelas garotas.

— Eu não sei... acho que não vou. Meu pai vai estar em casa, ai já viu né? — o loiro comentou com o amigo, que balançou a cabeça, revirando os olhos.

— Cara, desculpa dizer, mas teu pai é um pé no saco em? — Nino faz o Agreste rir, ainda tentando acabar com o dedão do amigo. Não demorou muito para que, a professora de química Ms Mendeleev entrasse na sala, mandando todos para o laboratório.

Regra número oito: verifique se não tem nada prendendo seus pés.

     Com desânimo, Marinette levantou-se e preparou-se para descer os degraus, mas a alça de sua mochila quis tirar uma com a sua cara e quando foi se mover, caiu com tudo no chão, fazendo grande parte dos amigos rirem.

     — Mari, você precisa parar de viver no mundo da lua! — Kim ajudou a amiga a se levantar, enquanto Rose ajustava o uniforme que havia amassado na parte de trás e Alya ria, arrumando seu cabelo.

     — Oh meu Deus Marinette, sua testa está sangrando!

     O comentário da morena alertou os colegas que passaram a se preocupar. Chloé por sua vez apenas olhava a cena irritada por não ser o centro das atenções, mas o que a deixou mais irada ainda foi ver o interesse nítido do amor da sua vida na Cheng sem graça.

     Fingiu torcer o tornozelo e apoiou-se em Sabrina, a única garota da sala que a aturava. Com seu grito alto e ensurdecedor, todos desviaram o olhar da azulada para encarar a filha do prefeito, que choramingava.

     — Professora, a Juleka me empurrou!

     — Eu? Eu não fiz nada, nem encostei em você, Chloé... vai se tratar garota! — a acusada se defende, criando uma pequena discussão ali. 

     — Ok, ok, tudo bem, sem mais brigas! Adrien, acompanhe Marinette até a enfermaria e Sabrina, leve a Chloé para o diretor, ele irá convocar o médico dela.

     — Por que o Adrien não pode me levar?

     — Porque eu mandei ele acompanhar a senhorita Cheng. — a professora respondeu cruzando os braços, deixando a loira com mais fúria do que nunca. Com certeza falaria para o seu pai demiti-la.

Regra número nove: não aceite ajuda do inimigo.

Marinette seguiu o caminho todo calada. O Agreste não parava de observa-la pelo canto dos olhos e isso a incomodava muito. Como alguém como ele olharia para ela?

— E então, Marinette Dupain-Cheng. Que outras surpresas você esconde? — levantou uma das sobrancelhas douradas, vendo a jovem esconder o corte com a manga do casaco.

— E-eu? Surpresas? Ah... eu não sou uma pessoa interessante. — respondeu com certo nervosismo. Ao ter seu olhar cruzado com o de Adrien, rapidamente trata de desvia-lo.

— Está enganada, Cheng.

— Acho que eu me conheço bem à ponto de saber se minha vida é tão interessante quanto a sua, Agreste. — tapou a própria boca desacreditada com o que havia acabado de soltar.

— Minha vida não é tão interessante quanto parece. — ambos pararam em frente à enfermaria. Adrien bateu na porta e enquanto aguardavam, ele se aproximou. — Mas você tem segredos, Cheng. E eu vou descobrir cada um deles.

Regra número dez: se puder, fuja para o México.

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