S e v e n

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     Duas semanas se passaram. Desde o evento Z – como preferiu referir-se ao assassinato daquela desconhecida, provocado pelo seu próprio pensamento – Marinette não trocou uma sequer palavra com Adrien.

     Ele havia esquecido e seguido em frente, nada melhor do que fazer o mesmo. Esquecer.

     "Esquecer."

     "Esquecer."

     Uma palavra simples, mas ao mesmo tempo tão complicada e perigosa. Se pudéssemos escolher com facilidade o que gostaríamos de nos lembrar e esquecer assim, de uma hora para outra seria tão mais fácil!

     Ter controle total sobre a sua própria mente. Poder de fazer o que bem entender com suas lembranças. 

      E ai está, outra palavra que chega a ser mais perigosa ainda: "Lembranças".

     Alya jogou-se no seu sofá, ligando a televisão. O noticiário da manhã, preenchia a casa de sons, Marinette conseguia ouvir tudo da cozinha onde assava um delicioso bolo.

     — Jacket Stone vai fazer um show neste feriado! — a morena pulou, animada. Ambas as garotas ocupavam o cargo de fã número um do roqueiro.

     — AAH eu não acredito! — correu até a sala, sentando ao lado da amiga.

     Quando a reportagem teve fim, Marinette decidiu-se levantar, mas parou no meio do trajeto quando ouviu algo que lhe incomodou:

"(Interrompemos a programação com uma notícia chocante de última hora. Ontem, dia 25 de outubro, o corpo de uma jovem chamada Lila Rossi foi encontrado esquartejado no quintal de uma família local. Os irmãos que o encontraram na mesma hora chamaram o corpo de bombeiros, em busca de ajuda.

— Estava enterrado perto das orquídeas, com um pedaço de sua fantasia para fora.

Disse um dos jovens que a encontraram. Cerca de duas semanas atrás houve uma festa na casa, que pode ter sido a noite do crime.

As famílias da jovem e dos adolescentes ainda estão em choque, sem entender a razão pela qual Lila pode ter sido assassinada friamente.)"

Regra número trinta e um: faça de tudo para esquecer o que viu.

     — Uau. — Alya entreabriu os lábios. — Eu estava lá naquela noite. Caramba, o Luka e a Juleka devem estar péssimos! Temos que ir dar apoio.

     — O que? Alya, não precisamos.

     — Marinette, a Juleka é nossa amiga! Claro que precisamos acalma-la. Vamos, termine esse bolo para levarmos.

Regra número trinta e dois: nunca deixe seu melhor amigo colocar minhocas na sua cabeça.

     Após suspirar cansada, a Cheng virou-se e seguiu na direção da cozinha, para acabar o doce.


— Te conheço de algum lugar? — Luka perguntou, com um indicador no queixo. Ele analisava Marinette de cima à baixo, em busca de respostas.

O pirata.

O pirata da festa que trouxe mais de mil desgraças para sua vida.

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