E i g h t

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     — Então... nós vamos mesmo pro México.

     — Na verdade vamos pousar no México e atravessar a fronteira de carro, pra ir até Nova York. — o loiro fala, jogando suas roupas na mala.

— Eu não acredito que vamos mesmo pro México. Seu pai não têm nada contra não?

— Meu pai também está em Nova York, planejando um desfile pra Milão. Eu ia partir em dois meses, mas não tem problema adiantar. — explicou, fechando a mala. — Pronta?

— Adrien, isso é loucura! Temos dezessete anos, não podemos simplesmente embarcar num avião e ir para o exterior. — Marinette gesticula com as mãos enquanto fala. — Apesar de eu querer provar muito Tacos, tenho uma vida aqui.

— Eu tenho dezoito.

— O que?

— Meu aniversário, foi em Julho. Sou de noventa e nove. — Adrien analisa o rosto pasmo da azulada. — E não era você que iria pra Nova York duas semanas atrás?

— Passado é passado. Esquece isso, o vôo sai em duas horas.

Regra número trinta e seis: verifique a porta da frente.

     Malas prontas, passagens e documentos na mão. Com a ajuda da azulada, Adrien desceu com as malas até a porta principal, tomando cuidado para não deixar transparecer seu desespero diante dos empregados.

     Assim que achou à entrada, Marinette abriu a porta, dando de cara com a loira azeda de meia tigela.

     No momento em que a viu, Chloé levantou uma sobrancelha formando um bico irritado. Ela estava totalmente o oposto do costumeiro: usava uma blusa amarela apertada e curta, com uma mini saia branca. O cabelo estava solto e ondulado, sem contar a maquiagem exagerada no rosto.

     — O que faz na casa do meu namorado?

     — Aaah... Adrien... isso é com você! — falou receosa, dando um passo para trás e dando espaço para o garoto passar.

     — Chloé? O que está fazendo aqui? Não disse que tinha acabado tudo? — sua voz estava um pouco irritada. No seu último encontro – na sorveteria – a garota havia mencionado seu término.

     — Eu vim porque senti sua falta... — disse manhosa, colocando a mão sobre o peito do rapaz. Mesmo não entendendo por quê, Marinette achou aquela cena cômica.

     — Ah claro! Então faz o seguinte: da meia volta e vai matar a saudade que sente de mim na cama daquele babaca de novo. — seu rosto estava vermelho.

     O babado do século: Chloé Bourgeois, filha do prefeito, mimada e egocêntrica, traiu Adrien Agreste.

     Ela traiu Adrien Agreste!

"WTF?! Como ela pôde trair o Fucking Agreste?"

     O casal loiro a observava como se fosse uma ratazana intrometida. Ah, ela fez aquilo de novo: pensou em voz alta. Quando iria chegar a hora de treinar mesmo?

     — O que essa vaca de quinta categoria ta fazendo na sua casa? — colocou a mão na cintura à mostra, olhando-a com seu típico olhar de superioridade.

     — Melhor vaca do que p**a... — saiu um pouco mais alto do que gostaria. A Bourgeois franziu o cenho, trincando os dentes.

     — Lava sua boca pra falar da Mari. Ah, melhor eu lavar a minha. Afinal, eu tava namorando uma víbora! — praticamente cuspiu as palavras.

     — Viu só o que você fez? — olhou para a Cheng, irada.

     — Eu fiz? Esse lance é de vocês dois, não me mete nessa história não, "víbora".

     — Quem você pensa que é pra falar assim comigo? — a loira cruza os braços. Surpreendendo Marinette, Adrien passa um dos braços por cima do seu ombro, sorrindo cafajeste.

     — "Ela" é a minha namorada.

     — O quê?! — ambas as garotas exclamaram juntas, pasmas. Marinette arregalou os olhos, deixando o Agreste dar continuidade ao plano.

Regra número trinta e sete: nunca deixe sua relação com o inimigo chegar à este ponto.

     — Eu não acredito.

     — Acha mesmo que se não estivéssemos juntos ela me permitiria fazer isso? — puxou sua cintura, beijando o canto de seus lábios.

     Chloé rosnou e pisou duro, saindo dali.


     — Mari, acorda! — a voz masculina ganhava forma aos poucos. — Nós chegamos!

     — O que? — a azulada olhou pela janela, o território desconhecido. Adrien, já tirava alguns pertences do bagageiro. Com um suspiro, levantou-se, para ajuda-lo. — Você sabe falar espanhol?

     — Não. Mas entendo inglês, chinês e latim! — Marinette deu um tapa na própria testa.

     — Às vezes me pergunto se você é mesmo mais inteligente. — fala, caminhando até a saída. Oh, plano brilhante vir para o México sozinhos. Super inteligente, quando nenhum dos dois falam a língua local.

     — Temos que encontrar um lugar pra passar a noite, com esse tempo é arriscado demais atravessar a fronteira. — olhou para o céu com nuvens escuras.

Regra número trinta e oito: ande sempre com um tradutor.

Não foi muito difícil encontrar um hotel, porem, super-lotado. Resultado final: você e o seu arqui-inimigo gato no mesmo cômodo.

— Se você encostar um dedo sequer, eu mesma revelo nossa localização pro assassino e ainda faço questão de pedir pra ele te matar primeiro, na minha frente. — afofou dois travesseiros no centro da cama.

— Ha ha ha. Muito engraçado. Mas em parte você tem culpa de estarmos aqui. Na verdade, você é a culpada por eu estar aqui. Se não tivesse ido atrás de você naquela noite, agora eu estaria no conforto da minha casa, sem preocupação de que me matem.

Com raiva, o loiro atirou um dos travesseiros na garota, que se defendeu com a mão, indignada.

— A culpa é sua! Quem mandou falar comigo daquele jeito? — jogou-o de volta, acertando seu rosto.

— Mas foi você quem começou. Se não tivesse essa cisma comigo, eu não iria querer saber o por quê! — então, ambos começaram uma mini guerra, como se brigassem em uma liquidação.

Adrien pulou em cima da garota e os dois saíram rolando pelo quarto.

Regra número trinta e nove: Não provoque uma briga num quartinho de hotel no México.

Regra número quarenta: Não chame o inimigo de culpado.

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