— Então deixa eu ver se entendi bem: vocês dois presenciaram o assassinato que teve na minha casa, fingiram que nada aconteceu, foram ameaçados e decidiram fugir? — Luka repetiu com os olhos estreitos na estrada.
Regra número cinquenta e seis: nada de envolver o cara chato que é irmão da sua amiga.
Adrien e ele estavam no banco da frente, já marinette estava no banco traseiro, emburrada por estar entre os dois.
— É isso aí.
— O Nino sabe que você desapareceu? E seus pais, não tão nem aí?
— E os seus? Achei que estavam na Itália... — foi a vez de Marinette falar. Lembrava-se muito bem de que Juleka havia dito que estariam saindo de férias, visitar a avó.
— Houve um errinho nos cálculos, e minha vó enlouqueceu por causa de uma encomenda. Ela me fez vir até o México para ir de carro até Los Angeles para pagar esse maldito pacote que nem sei o que é.
— Tenso. — Marinette olhou pasma para o loiro. Tensa era a situação dos dois, não uma simples encomenda de uma senhora.
Pararam no pedágio. O homem olhou para o motorista, em seguida para Adrien e por último, Marinette. Após uma balançada de cabeça, procurando o troco.
Marinette escorou-se na janela.
— Moço, você não vai perguntar se eles me sequestraram não? Pra deixar claro, eu não fui sequestrada. Mas é só curiosidade!
— Mocinha — ele riu. — eles são bonitos demais para serem seqüestradores!
— Valeu! — Luka diz acelerando o carro. — Viu só pequena joaninha? O par perfeito.
Regra número cinquenta e sete: lembre-se: se caso forem pegos, tente trocar seu nome pelo dele.
— Realmente, vocês são feitos um para o outro. Idiotas igualmente. — sorriu irônica, voltando para o centro do banco.
— Eu me referia à nós dois, meu amor.
— Pequena joaninha? — Adrien retira o óculos, olhando diretamente para Luka, que ri, passando a mão pelo cabelo.
— Ela estava de joaninha na minha festa...
Adrien olhou rapidamente para Marinette, que devolveu o olhar confusa. Ao lembrar-se do ocorrido da noite anterior, a garota abaixou os olhos com o rosto vermelho.
"Calma Mari, é só ignorar."
— Ignorar o que? — ambos os garotos perguntaram juntos, assustando a mestiça que rapidamente sorriu negando com a cabeça.
Então, dois carros surgiram no meio da estrada. Marinette notou pelo retrovisor e então, virou-se para observa-los melhor. Os dois eram completamente pretos e, corriam lado à lado.
Tudo normal.
Regra número cinquenta e oito: quando tudo está quieto demais, fique em alerta.
Marinette continuou observando, imaginando que tipo de família estaria naqueles carros. O estranho era nunca se aproximarem, talvez o pai fosse daqueles super protetores.
Eram quatro homens. Todos eles vestidos de preto e, com óculos escuros. Policiais, talvez?
Era o que Marinette pensava, até o homem que estava no banco passageiro do carro B abrir o teto solar do carro e ficar em pé. E mais: com um revólver.
— ELE TA ARMADO! — gritou, virando desesperada para frente. Os dois rapazes se assustaram e então olharam pelo espelho.
— P**A MERDA LUKA! ACELERA ESSE CARRO! — assim o jovem pisou no acelerador, com o coração acelerado. Mas, aquilo era uma perseguição, e logicamente eles correriam atrás. — TEMOS QUE SAIR DA ESTRADA!
— Não dá!! — um disparo é ouvido, e o carro perde o controle. Eles não estavam mirando neles, mas sim no pneu!
— Pai nosso que estais no céu. Santificado seja o vosso nome... — Marinette rezava no banco de trás, com as mãos juntas.
Regra número cinquenta e nove: quando não se tem mais o que se fazer, implore por um sinal.
— MERDA, NÓS VAMOS MORRER! – Adrien gritou quase chorando.
— NÃO VAMOS NÃO!
— Venha nós o vosso reino... — continuava, choramingando.
— SERÁ QUE DÁ PRA CALAR ESSA BOCA MARINETTE? ISSO NÃO É HORA DE REZAR!
— CLARO QUE É SEU OTÁRIO! DEUS VAI NOS TIRAR DESSA! Ele... ele tem que tirar... a vida inteira eu fui a filha perfeita, a amiga perfeita, a aluna perfeita. Então eu não quero morrer assim.
Continuaram à correr, mesmo com a roda furada, até não conseguirem mais. A gasolina havia acabado.
— NÃO! NÃO! NÃO!
— É isso gente. — Adrien engoliu seco e se recostou no banco. Luka suspirou com uma risada de nervoso, e Marinette mordeu o lábio inferior sentindo a lágrima quente escorrer pelos olhos.
— Adrien. — chamou-o. O mesmo olhou para trás, com os olhos vermelhos. — Me desculpa. Por tudo. Eu só não queria me apaixonar por você. Pensei que se me mantivesse afastada, eu não me machucaria. E também, eu queria te dizer uma coisa.
— Eu também peço perdão e não precisa dizer. Eu sei que vai dizer que me ode... — ela o interrompe.
— Ontem, você me beijou. Fui eu quem deixei seu rosto desse jeito.
— ...Ia. Como é? Não, que? Quer dizer que nós...
— É. Isso aí.
— Olha gente, o papo ta legal, mas se nós vamos morrer, não quero que minha última lembrança seja o relacionamento que poderia existir entre um dos meus melhores amigos e a garota cujo a qual eu queria que fosse minha namorada.
— Você o que? — o casal olhou com uma expressão raivosa para o jovem.
O carro preto parou e dois homens de terno saíram, arrancando a tranca das portas, assustando os garotos com a brutalidade e força.
Regra número sessenta: em situações extremas, finja-se de morto.
Quando um dos homens puxou o braço da azulada com força, a mesma não resistiu e fingiu estar de olhos fechados, assistindo os amigos serem levados. Porém, nem mesmo a sua falsa "morte os convenceu, o que resultou numa pancada forte na cabeça.
Naquele momento, Marinette desejou nunca ter ido àquela festa. Desejou nunca ter fugido de Adrien e acima de tudo, desejou nunca ter fugido para o México.
Tudo o que ela lutou para conquistar, havia acabado de ser jogado no lixo e, agora definitivamente não havia mais volta.
Sem resistir, entregou-se à escuridão mais conhecida como "desmaio".
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FanfictionMarinette Dupain-Cheng, a garota mais clichê que se pode existir: A solitária invisível, incompreendida e desastrada. Sua maior preocupação no momento é terminar o ensino médio sem cruzar o caminho do outro clichê ambulante do colégio: Adrian Agrest...