T w e l v e

7.3K 852 1.5K
                                    

— Então deixa eu ver se entendi bem: vocês dois presenciaram o assassinato que teve na minha casa, fingiram que nada aconteceu, foram ameaçados e decidiram fugir? — Luka repetiu com os olhos estreitos na estrada.

Regra número cinquenta e seis: nada de envolver o cara chato que é irmão da sua amiga.

     Adrien e ele estavam no banco da frente, já marinette estava no banco traseiro, emburrada por estar entre os dois.

     — É isso aí.

     — O Nino sabe que você desapareceu? E seus pais, não tão nem aí?

     — E os seus? Achei que estavam na Itália...  — foi a vez de Marinette falar. Lembrava-se muito bem de que Juleka havia dito que estariam saindo de férias, visitar a avó.

— Houve um errinho nos cálculos, e minha vó enlouqueceu por causa de uma encomenda. Ela me fez vir até o México para ir de carro até Los Angeles para pagar esse maldito pacote que nem sei o que é.

— Tenso. — Marinette olhou pasma para o loiro. Tensa era a situação dos dois, não uma simples encomenda de uma senhora.

Pararam no pedágio. O homem olhou para o motorista, em seguida para Adrien e por último, Marinette. Após uma balançada de cabeça, procurando o troco.

Marinette escorou-se na janela.

— Moço, você não vai perguntar se eles me sequestraram não? Pra deixar claro, eu não fui sequestrada. Mas é só curiosidade!

— Mocinha — ele riu. — eles são bonitos demais para serem seqüestradores!

— Valeu! — Luka diz acelerando o carro. — Viu só pequena joaninha? O par perfeito.

Regra número cinquenta e sete: lembre-se: se caso forem pegos, tente trocar seu nome pelo dele.

     — Realmente, vocês são feitos um para o outro. Idiotas igualmente. — sorriu irônica, voltando para o centro do banco.

     — Eu me referia à nós dois, meu amor.

     — Pequena joaninha? — Adrien retira o óculos, olhando diretamente para Luka, que ri, passando a mão pelo cabelo.

     — Ela estava de joaninha na minha festa...

     Adrien olhou rapidamente para Marinette, que devolveu o olhar confusa. Ao lembrar-se do ocorrido da noite anterior, a garota abaixou os olhos com o rosto vermelho.

"Calma Mari, é só ignorar."

     — Ignorar o que? — ambos os garotos perguntaram juntos, assustando a mestiça que rapidamente sorriu negando com a cabeça.

     Então, dois carros surgiram no meio da estrada. Marinette notou pelo retrovisor e então, virou-se para observa-los melhor. Os dois eram completamente pretos e, corriam lado à lado.

     Tudo normal.

Regra número cinquenta e oito: quando tudo está quieto demais, fique em alerta.

     Marinette continuou observando, imaginando que tipo de família estaria naqueles carros. O estranho era nunca se aproximarem, talvez o pai fosse daqueles super protetores.

     Eram quatro homens. Todos eles vestidos de preto e, com óculos escuros. Policiais, talvez?

     Era o que Marinette pensava, até o homem que estava no banco passageiro do carro B abrir o teto solar do carro e ficar em pé. E mais: com um revólver.

     — ELE TA ARMADO! — gritou, virando desesperada para frente. Os dois rapazes se assustaram e então olharam pelo espelho.

     — P**A MERDA LUKA! ACELERA ESSE CARRO! — assim o jovem pisou no acelerador, com o coração acelerado. Mas, aquilo era uma perseguição, e logicamente eles correriam atrás. — TEMOS QUE SAIR DA ESTRADA!

     — Não dá!! — um disparo é ouvido, e o carro perde o controle. Eles não estavam mirando neles, mas sim no pneu!

     — Pai nosso que estais no céu. Santificado seja o vosso nome... — Marinette rezava no banco de trás, com as mãos juntas.

Regra número cinquenta e nove: quando não se tem mais o que se fazer, implore por um sinal.

     — MERDA, NÓS VAMOS MORRER! – Adrien gritou quase chorando.

     — NÃO VAMOS NÃO!

     — Venha nós o vosso reino... — continuava, choramingando.

     — SERÁ QUE DÁ PRA CALAR ESSA BOCA MARINETTE? ISSO NÃO É HORA DE REZAR!

     — CLARO QUE É SEU OTÁRIO! DEUS VAI NOS TIRAR DESSA! Ele... ele tem que tirar... a vida inteira eu fui a filha perfeita, a amiga perfeita, a aluna perfeita. Então eu não quero morrer assim.

     Continuaram à correr, mesmo com a roda furada, até não conseguirem mais. A gasolina havia acabado.

     — NÃO! NÃO! NÃO!

     — É isso gente. — Adrien engoliu seco e se recostou no banco. Luka suspirou com uma risada de nervoso, e Marinette mordeu o lábio inferior sentindo a lágrima quente escorrer pelos olhos.

     — Adrien. — chamou-o. O mesmo olhou para trás, com os olhos vermelhos. — Me desculpa. Por tudo. Eu só não queria me apaixonar por você. Pensei que se me mantivesse afastada, eu não me machucaria. E também, eu queria te dizer uma coisa.

     — Eu também peço perdão e não precisa dizer. Eu sei que vai dizer que me ode... — ela o interrompe.

     — Ontem, você me beijou. Fui eu quem deixei seu rosto desse jeito.

     — ...Ia. Como é? Não, que? Quer dizer que nós...

     — É. Isso aí.

     — Olha gente, o papo ta legal, mas se nós vamos morrer, não quero que minha última lembrança seja o relacionamento que poderia existir entre um dos meus melhores amigos e a garota cujo a qual eu queria que fosse minha namorada.

     — Você o que? — o casal olhou com uma expressão raivosa para o jovem.

O carro preto parou e dois homens de terno saíram, arrancando a tranca das portas, assustando os garotos com a brutalidade e força.

Regra número sessenta: em situações extremas, finja-se de morto.

Quando um dos homens puxou o braço da azulada com força, a mesma não resistiu e fingiu estar de olhos fechados, assistindo os amigos serem levados. Porém, nem mesmo a sua falsa "morte os convenceu, o que resultou numa pancada forte na cabeça.

Naquele momento, Marinette desejou nunca ter ido àquela festa. Desejou nunca ter fugido de Adrien e acima de tudo, desejou nunca ter fugido para o México.

Tudo o que ela lutou para conquistar, havia acabado de ser jogado no lixo e, agora definitivamente não havia mais volta.

Sem resistir, entregou-se à escuridão mais conhecida como "desmaio".

PartnersOnde histórias criam vida. Descubra agora