Perto. (3)

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  Após uma longa noite, Higor decidiu voltar para casa, louco para ver Juan novamente, mesmo sabendo que as possibilidades eram quase nulas, no caminho ele decidiu ligar para sua amiga Elaine, ela com certeza iria gostar de saber de tudo o que aconteceu.

- Não acredito que ele te deixou sem se despedir, que anti-romântico!

- Eu sabia desde o começo que só seria uma noite de sexo, então nem estou muito decepcionado. -obviamente ele estava muito mal com aquilo, mas não queria demonstrar.

- Para piorar, hoje vai conhecer seu irmão...

- Tinha que me lembrar disso?! -Higor suspirou. - Só espero que ele não seja, um revoltado.

- Relaxa, vai dar tudo certo!

- Tomara miga, me deseje sorte. -pediu com a voz chorosa.

- Boa sorte viado!

  Higor desligou, minutos depois chegou em casa de Uber, assim que entrou viu seu pai sentado na cadeira de rodas, ele havia sofrido um grave acidente e perdeu os movimentos das pernas, o homem, que apesar da idade tinha uma aparência moderna encarou o filho.

- Onde estava até essas horas? -perguntou com um olhar preocupado.

- Não interessa!

- Filho, por favor converse comigo, sei que está zangado por tudo... Mas estou tentando consertar meus erros e sinceramente espero que um dia me perdoe.

- Você traiu minha mãe e por pouco não levou para o túmulo o fato de que tem outro filho! -disse claramente alterado.

- Eu sei, isso foi terrível da minha parte, mas vou dar meu melhor para concertar tudo e se não quiser conhecer seu irmão, tudo bem, eu recebo ele sozinho...

- Não, quero saber quem ele é, afinal o rapaz é tão vítima quanto eu nessa história, mas e a minha irmã, ela concordou em o conhecer?

- Sim, Keisy ficou muito animada em conhecer ele. -Higor tinha uma irmã mais nova, que nasceu pouco antes da mãe deles morrer.

- Certo, vou tomar um banho, depois desço para esperar com vocês.

...

  Enquanto isso, em uma casa simples e bonita na região mais afastada do centro da cidade de São Paulo, Juan estava em seu quarto se arrumando.

- Menino!!! -gritou uma senhora gorda, usando um vestido florido e uma rosa enorme em cima do cabelo branco, ela entrou no quarto segurando uma vassoura. - Você vai mesmo conhecer o velho bunda mole?!

- A senhora pare de entrar assim no meu quarto, as portas existem para manter a privacidade das pessoas!

- Não mude de assunto, você vai é acabar tomando no cú!

- Vovó, isso acontece comigo quase todas as noites! -disse em um tom de brincadeira e penteando o cabelo para trás.

- É sério menino, sabe como é esse povo rico, com certeza tem algum interesse, não se esqueça que ele já quis lhe matar quando era apenas um feto!

- Se ele quisesse me matar agora, mandaria alguém fazer isso, relaxa, eu só vou conhecer a mansão luxuosa, dizer umas verdades na cara do meu "papai" e peidar na cara dos meus meio irmãos! -afirmou colocando um anel prata, com uma pedra verde, que pertenceu a sua mãe no passado.

- Você está brincando com fogo, mas não vou dizer nada, afinal sua mãe iria acabar achando graça dessa sua atitude ousada!

- Sei disso... Mi madre sempre me apoiou em tudo... -disse usando seu belo sotaque e olhando para uma foto de sua mãe, colocada ao lado do espelho. - Não se preocupe vovó, só preciso dizer na cara daquele homem, o quanto sinto raiva por ele ter usado a minha rainha!

- Certo, mas mantenha a pose, não deixe ninguém dizer que Esmeraude criou um mal educado! -pediu pegando nas mãos de Juan.

- Claro.

  Após se despedir da avó, Juan pegou um táxi e seguiu para o endereço escrito em uma carta, mandada por Heitor Grande, um empresário bem sucedido, que havia tido um caso com a mãe de Juan muitos anos antes, mas abandonou Esmeraude ao descobrir que ela estava grávida. Não demorou até Juan chegar na grande mansão de seu pai, o lugar tinha muitas plantas e estátuas na frente, ele olhou tudo em volta.

- Tanto dinheiro e o cara não pode investir em uma decoração descente! -afirmou olhando a cara deformada de uma estátua, rodeada por plantas sem graça.

- Com licença. -disse um homem usando terno. - O senhor tem algo a tratar nesta casa?

- Sim, sou o filho do velhote!

- Ah... -o homem olhou Juan de cima a baixo. - Venha comigo, meu senhor está o esperando.

- Se me olhar de novo assim, vou pensar que quer meu corpo ou quer minhas dicas de moda e no máximo lhe dou um chute no traseiro!

- Perdoe-me, não foi intensão ofender, me siga por favor.

Meu hermano. Onde histórias criam vida. Descubra agora