Cinema. (18)

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  Após saírem do teleférico todos seguiram para o shopping, Heitor cismou que queria assistir com eles algum filme familiar, ao chegarem no cinema ele começou a olhar os filmes em cartaz.

- Hoje em dia só tem esses filmes bobos fictícios! -disse Heitor avaliando um por um os filmes.

- Bobos nada, olha esse filme de terror cheio de efeitos especiais, eu voto para assistirmos esse filme! -disse Juan apontando para o cartaz escuro com um monstro nas sombras.

- Para mim tanto faz, prefiro assistir em casa no conforto da minha poltrona. -afirmou Carmen sem muito interesse.

- Eu também quero o mesmo que o Juan; -disse Keisy de juntando a ele.

- Pois eu prefiro essa comédia romântica. -Heitor apontou para o cartaz com um homem e uma mulher se beijando. - E você Higor?

- Entre ficar entediado com um clichê romântico ou passar susto, prefiro passar susto. -"Pelo menos assim posso dar uns amassos no Juan enquanto todos estão distraídos com as cenas de susto." Pensou rindo sem perceber.

- Ok, Jonas tem alguma sugestão?

- Não senhor.

- Então vai ser o filme de terror.

  Eles compraram os ingressos e várias guloseimas para comer durante o filme, em seguida foram para a fila, Higor ficou do lado de Juan e começou a cochichar no ouvido dele.

- Você vai assistir o filme, ou brincar?

- Claro que eu vou assistir o filme, sou um santo no cinema.

- Santo do pau oco!

  Disse rindo, eles entraram na sala, Juan e Higor foram para as últimas duas cadeiras do fundo no canto, os outros sentaram na fileira da frente, alguns segundos depois o trailer começou e Higor já se assustou neles.

- Tudo bem? -perguntou Juan após Higor quase arremessar a pipoca a cara dele.

- Sim... Eu tinha esquecido que sou um pouco medroso...

  Juan riu, o filme começou e para surpresa dele Higor era realmente muito medroso, Juan tentou algumas aproximações, mas ele ficou o tempo inteiro com a pipoca na frente do rosto e perguntando se já havia passado as partes mais assustadoras.

- Higor você se assusta até com as portas se abrindo, a Keisy não deu um grito até agora enquanto você já me deixou surdo! -disse Juan rindo da cara dele.

- Nunca se sabe o que pode ter atrás de uma porta...

- Já vi que não vou contar com você para me defender em uma rua escura. -resmungou cruzando os braços.

- Nesse caso você defende nós dois. -afirmou sorrindo em tom de brincadeira.

- Eu preciso de um homem forte para me defender.

- Então não se envolvesse comigo, eu sou mais magrelo que uma galinha.

- Droga de coração que foi escolher logo um menino ratifico!

- Na cama você não me chama de ratifico!

- Ai é outro assunto.

  O filme acabou um pouco sem sentindo, eles saíram inconformados com o final e foram até os banheiros, enquanto Higor e Juan estavam tirando fotos na porta do banheiro um homem parou os encarando, ele tinha cabelo castanho claro, olhos verde, corpo comum e rosto sem traços muito marcantes além dos olhos.

- Higor? -perguntou ele se aproximando, os rapazes encararam ele confusos.

- Desculpe, conheço você? -o homem parou e olhou para os lados como se tivesse medo de algo.

- Mais ou menos, eu era um amigo... -Higor encarou a tatuagem de um pássaro no braço dele.

- Eu lembro dessa tatuagem, você não era aquele amigo da minha mãe?

- Sim, eu mesmo, como você está?

- Vou seguindo a vida e você?

- Eu também... -ele sorriu demonstrando um pouco de nervosismo. - Onde está seu pai?

- Ele foi até o banheiro para deficientes, ele agora está de cadeiras de rodas.

- Ouvi falar sobre isso, espero lhe ver de novo em outro momento, até mais! -o homem saiu correndo, deixando Higor e Juan confusos.

- Que cara maluco. -comentou Juan o vendo correr.

- Nem me fale, acho que ele tem problemas mentais, porque toda vez que me encontrei com ele estava desse mesmo jeito ou chorando.

- Que estranho... Espera, a gente deveria ter feito umas perguntas para ele, afinal era um amigo da sua mãe!

- Tem razão, droga agora não dá mais para alcançar ele!

- Eu acho que ainda temos alguns podres do nosso papai para descobrir!

- Não dúvido nada e o Jonas sabe de tudo, tenho certeza, só que parece que ele tem medo de contar, será que o papai ameaça ele?

- Não sei, mas ninguém guarda segredos atoa.

Meu hermano. Onde histórias criam vida. Descubra agora