Não como irmão. (13)

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  Juan estava sentado no sofá com Cauã, mas sua atenção se mantinha em outro lugar, afinal Bruno estava quase agarrando Higor.

- Juan! -chamou Cauã percebendo a distração do homem. - Algum problema?

- Não... Só estou um pouco distraído.

- Com seu irmão?

- Desculpa Cauã, é bobagem.

- Não, eu percebi o jeito que olha para ele, não é olhar de irmão, pelo contrário, parece que ama ele daquele outro jeito.

- Claro que não, temos o sangue do mesmo traste e eu não sou do tipo que sai amando!

  No mesmo momento Bruno começou a passar a mão na costa de Higor perto da bunda, aproximando devagar seus rostos, até que arrancou um beijo dele.

- Que tipo de tarado seu irmão é?! -perguntou Juan se levantando e indo até eles. - Atrapalho?! -Higor afastou Bruno.

- Foi só um beijo! -afirmou Bruno.

- Agradeça por eu não dar só um soco na sua cara! -Juan pegou Higor com força pelo braço e o arrastou em direção a saída.

- Calma Juan! -pediu tentando se soltar dele.

- Você estava babando na cara daquele nojento!

- Eu não babo! -eles chegaram na rua e Higor se soltou. - Foi você que quis vir nessa festa e não sou comprometido com ninguém, posso beijar quem eu quiser!

- Fez de propósito para me irritar, né?

- Não, como eu iria saber que você iria ter ciúmes de mim.

- Eu não tenho ciúmes de você!

- Ótimo, então vou voltar e continuar beijando o Bruninho! -disse se virando para voltar, Juan o puxou novamente pelo braço.

- Você não é louco de fazer isso!

- Não tenho nada a perder. -Higor estava adorando ver a cara de raiva de Juan.

- Dúvido que ele beije melhor que eu.

- Não deu tempo de provar direito por sua culpa.

- Você nunca mais ouse beijar outro cara! -pediu pegando na mão dele andando rápido.

- Aonde vai me levar?

- Vamos lavar sua boca!

  Higor deu uma risadinha leve, era engraçado e estranho ver Juan tão nervoso e com ciúmes, parecia até outra pessoa. Eles chegaram a um hotel, Juan foi até a recepção e pediu um quarto, a recepcionista entregou a chave e eles foram até ele, chegando lá Juan arrastou Higor até o banheiro e pegou um enxaguante bucal.

- Sério isso? -perguntou Higor encarando o líquido.

- Sim, quer ficar com o gosto daquele nojento na sua boca?!

- Eu só senti gosto de bebida.

- Higor eu estou estranhamente puto como nunca estive antes na vida, usa logo isso!

- Mas a culpa foi sua, o feitiço virou contra o feiticeiro, bem feito!

- Ah!!! -Juan largou o enxaguante, foi até a cama, sentou e abaixou a cabeça.

- Calma foi só um beijo!

- Não é só por causa do beijo que estou bravo. -disse com a voz baixa e meio triste. - É pelo turbilhão de sentimentos que senti ao ver você com outra pessoa, foi estranhamente ruim...

- Lavar minha boca não vai melhorar isso. -Higor subiu em cima da cama e abraçou Juan por trás. - Aquele beijo não significou nada, ele não me fez tremer, não fez meu coração acelerar, nem meu pênis ficar duro, eu só fico assim quando você me beija e isso é uma droga!

- Por que? -perguntou se virando e encarando Higor.

- Porque estou amando meu meio irmão, mas não como irmão.

- Desgraçado! -Juan o empurrou e subiu em cima dele. - Eu também estou te amando e não sei o que fazer com isso!

- Que droga!

- É uma desgraça!

- Me fode logo, já está tudo ferrado mesmo!

  Juan riu e lhe deu um beijo na testa, Higor o abraçou e eles começaram a se beijar com calma e ternura pela primeira vez, algo estava mudando para ambos, Juan estava se abrindo para um novo sentimento, até então estranho para ele, Higor finalmente estava criando coragem para lutar por algo e não simplesmente tentar ser o garoto "perfeito" que Heitor queria que ele fosse. Porém ambos sabiam o quão difícil seria conseguir o que queriam, mesmo não sabendo ao certo seus objetivos.

  Na manhã seguinte Juan acordou primeiro e fez um pedido de café da manhã pelo telefone, depois ficou abraçado a Higor, tinha um ligeiro medo de o perder, ao mesmo tempo medo de acabar o fazendo sofrer.

- Para de me apertar! -pediu Higor abrindo os olhos.

- Bom dia.

- Sua voz me deixa louco, você já pode parar de ser sexy, já me conquistou, não precisa mais.

- O que? -perguntou confuso. - Eu sou assim natural.

- O que vamos fazer?

- Por enquanto eu não quero voltar para a casinha de bonecas do papai.

- Nem eu, quero ficar com você!

Meu hermano. Onde histórias criam vida. Descubra agora