A Carne é Fraca 2 (Romance Lésbico)

Capítulo 4

- Podia ter chamado Scarlett e Eloá para virem junto. - Comentei comendo uma batatinha.

- Scarlett estava atolada de trabalho, o distrito está um caos, quanto a Elôh, tinha o colégio. - Explicou Isabella me olhando. - Mas me diz, como você está?

- Melhor... Confesso que meu mundo desabou sobre mim, perdi meu chão e a direção, mas vou fazer o que ele me pediu. - Respondi dando um leve suspiro. - Preciso ser paciente e tomar conta do que ele deixou.

- Pelo visto não irá voltar para Barcelona. - Indagou.

- Se eu voltar não terá como ficar por dentro de tudo aqui, tenho que cuidar das coisas pessoalmente. - Expliquei comprimindo os lábios. - Essa cidade me trás tantas lembranças.

- Sei que fez parte da sua vida, mas precisa esquecer os momentos ruins, olhe para frente prima. - Aconselhou. - Esqueça as coisas ruins do passado, viva intensamente o presente e mantenha foco no seu futuro. - Acrescentou.

- Você está certa. - Concordei a olhando.

- Seu mal também se chama Valentina. - Brincou sorrindo.

- Ainda tem mais essa... - Balancei a cabeça negativamente.

- Vocês duas formam um casal tão lindo. - Disse pegando uma batatinha e comendo.

- Não começa. - Repreendi dando um leve riso.

Horas depois...

Já estava em meu apartamento de novo, dessa vez estava no estúdio vendo as últimas fotos que revelei com meu pai. Aproveitei também para analisar alguns papéis do estúdio para ver por onde deveria começar. Talvez tivesse que contratar alguém para ficar encarregado das viagens, não estou afim de viajar tão cedo para tirar fotos, pretendo ficar no estúdio mesmo, pelo menos por enquanto.

Minutos após viajando em pensamentos enquanto tomava um copo de whisky pude ouvir alguém tocar a campainha diversas veses, essa pessoa conseguiu me irritar nos três primeiros toques. Me levantei e fui até a sala, atravessei a mesma até a porta e abri. Levei um susto quando Enzo passou como um jato para dentro do apartamento e para me deixar ainda mais confusa ele começou a dar vários socos na parede. Eu bati a porta e corri até ele para impedí-lo de se machucar.

- Ei, ei... Que merda está fazendo? - Questionei o segurando pelos ombros o fazendo me olhar.

- Me deixa descontar minha raiva! - Vociferou ele, então segurei o rosto dele com as duas mãos o fazendo me encarar. Ele respirava ofegante como um cão raivoso. Me fez lembrar de quando eu perdia a cabeça, Valentina está certa, essa personalidade forte dele veio da minha parte.

- Primeiro, não altere o tom de voz comigo, perdeu noção do perigo? - Murmurei o encarando. - Segundo, para de se arrebentar na parede e terceiro, que diabos te deixou tão irritado assim? - Acrescentei esperando uma explicação boa para isso.

- A mamãe estava beijando aquele idiota do hospital. - Disse com todas as letras me fazendo soltá-lo incrédula.

- O que disse? - Questionei com o cenho franzido.

- Isso mesmo que você ouviu. - Murmurou olhando a própria mão que estava um pouco machucada. - Eu vi a mamãe e aquele idiota se beijando na cozinha de casa, então passei direto, e sai correndo pra cá. - Afirmou me olhando em seguida. - Então é isso? Realmente acabou? Foi por isso que ela veio para Seattle? - Disparou ele, eu ainda estava tentando digerir toda essa informação.

- Não, acho que você viu coisa... - Disse levando uma das mãos a testa e começando a andar de um lado para o outro. - Sua mãe não faria isso.