O Disco de Hooper

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Exilei atravessou a estradinha virada em brita, poeira, e terra que passava em frente à casa da família e retornou à morada carregando algumas das roupas da irmã Sara e do pai Fenn deixadas no varal para secar. Na sala, despejou a pilha de roupas num dos sofás e foi arrumar as cartas do baralho o qual tinham usado pra jogar canastra depois do almoço. Exilei, depois disso, então decidiu segurar um pouco a pedra de Ultratita que o Bufarinheiro Artwicks lhe dera em mãos. Se caso não conseguissem encontrar o portal fixo dos coordenadores livre da tirania a tempo, o amuleto natural seria o único meio de retornarem à Platinum. Pelo desgaste grande que ela já tinha, sabia que seu uso seria limitado a um número bem pequeno de pessoas. Torcia para que ela, Sscot, e Max conseguissem usá-la num caso de emergência.

Guardou o caderninho em que registravam as jogadas do jogo de baralho numa das gavetinhas do armário da louça quase encostado a própria mesa de madeira e se sentou na cadeira. O tempo silencioso e pacífico daquele início de tarde até estaria enganando a jovem. Ela, sentada, começou a ouvir um murmurinho de vozes vindas lá de fora. Esse murmurinho bem baixo logo foi se intensificando até chegar ao ponto de se tornarem gritos agudos sinalizando perigo vindo aí. Exilei atentou-se e se ergueu da cadeira. Estava ela desconfiando de que poderia ser alguma coisa séria acontecendo, mas não precisou nem ir até a janela da cozinha conferir, pois a resposta apareceu de repente com Sscot vindo esbaforido da sala de jantar à principal acoplada com a cozinha. Vinha ele mais pálido do que um E-xen nativo.

- Exilei!... Venha ver! – Chamou ele com pressa.

Mais intrigada ainda com o que ocorria, Exilei foi ao encontro do primo. Gritos vindos de diversas pessoas lá fora já eram percebidos com facilidade. Sscot correndo, de tão pasmo, não conseguia nem falar. Ele só foi capaz de pedir para a prima olhar para fora da janela da sala de jantar que tinha como vista a principal da cidade e a única com paralelepípedos do distrito. Exilei botou a cara pra fora da janela e viu o que mais temia. Várias pessoas e Human-Trius do distrito correndo pela rua principal aos berros. Fugiam de uma invasão Z-xen que estava se alastrando por todo o distrito feito uma manada de búfalos uivantes. Alguém puxou Exilei para trás.

- VAMOS!... – Diogo já vinha com Sara do seu lado. Ambos os irmãos bem agitados. Max e Sscot próximos da porta de acesso aos quartos que também era ligada à mesma sala de jantar. Diogo corria até a sala principal com Sara, Max, Exilei, e Sscot levando uma chave. Os cinco jovens saíram da casa às pressas. Diogo, antes mesmo que os habitantes de Hêrvera eletrizados alcançassem a casa, abriu o gol cinza emprestado aos Qlembers, e ele e o restante de seu grupo entraram. Max deu a chave do carro para Diogo dirigir. Saberia melhor o caminho aos pais deles.

Diogo girou a chave na ignição e pisou forte no acelerador. Os pneus do gol assobiaram sobre o chão de britas. Várias dos fragmentos rochosos saltaram pros lados enquanto o carro onde o M.S.E. e os irmãos de Exilei estavam ia acelerando. No momento em que iam saindo do lugar rumo à rodovia que ligava o distrito aos demais centros do Vale, um aglomerado de pessoas e Human-Trius apareceu e Diogo teve de ter um reflexo bom para conseguir despistá-los com rapidez e sem atropelá-los.

- Segurem-se! – Pediu motorista do gol para o resto do pessoal enquanto fazia curvas bruscas sobre a estrada com o carro. Outros motoristas vinham apitando com seus veículos atrás do gol para fugir da invasão da Tirania.

- O pessoal tá deixando o distrito! – Informou Sscot olhando pra trás. – Não vai adiantar nada. Quanto mais medo, mais vão correr do que se defender!

- Precisamos o quanto antes achar o pai e a mãe. Antes que comecem a correr que nem o resto de Hêrvera. – Falou Sara no banco de trás do carro.

M.S.E. Series - Lawn Xavier, O Universo Submerso, O Final de EraOnde histórias criam vida. Descubra agora