Capítulo 1 - Sonho ou Realidade?

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"Na teoria do caos, um simples sorriso pode mudar seu destino."

Minha consciência fora despertada quando algo pequeno tocou a superfície da minha face, seguido por vários outros. Pareciam ser gotículas suaves de água que iam ganhando força e intensidade, fazendo minhas pálpebras serem abertas de modo lento e preguiçoso. Vibrações de energia percorreram cada centímetro de meus músculos – até então rígidos devido à tensão –, enquanto minha respiração encontrava-se ofegante e os meus batimentos cardíacos acelerados. O som de trovoadas se propagou pelos ares, atingindo em cheio os meus ouvidos, e, juntamente com a brisa gélida soprada contra meu corpo, senti-me estremecer. Com certa dificuldade ergui-me do chão, olhando a minha volta na tentativa de reconhecer o lugar onde estava, e acabei deparando-me com diversas árvores. No entanto, a escuridão e a forte ventania me impossibilitaram de enxergar mais adiante.

— Droga! Como foi que eu cheguei aqui? E onde exatamente é "aqui"? — pergunto a mim mesmo, minha voz não passando de um sussurro encobrido pelas trovoadas, que se tornavam mais intensas conforme os raios iam cortando o céu de uma ponta a outra. E fora graças a essas descargas elétricas excessivas que, ao olhar um pouco acima do topo das árvores, consegui vislumbrar o farol de Arcadia Bay a apenas alguns quilômetros de distância.

"Talvez eu fique seguro se conseguir chegar até ele."

E foi com esse pensamento que obriguei meus pés a seguirem pela trilha de pedras, colocando um de meus braços a frente do rosto para conseguir permanecer de olhos abertos, já que o vento aumentava consideravelmente a casa segundo.

— Puta merda! — as palavras escaparam de minha boca quando cheguei ao farol, deparando-me com um enorme tornado. E este, por sua vez, seguia desenfreado em direção à cidade.

Minhas pernas fraquejaram em consequência ao frio e pavor, porém o medo era tanto que petrifiquei no lugar. Meus olhos permaneceram fixos naquela monstruosidade quilômetros à frente. Meu coração batia com tanta ferocidade contra minha caixa torácica que, tinha a leve impressão de que o mesmo poderia ser visto facilmente através de minha camisa. Foi então que, em questão de segundos, avistei um barco praticamente voar do meio do tornado em direção ao farol, fazendo com que a superfície do mesmo se rompesse e os estilhaços serem lançados em minha direção. Em um ato de completo desespero, ergui os braços com a finalidade de proteger-me, mesmo sabendo que era inútil, e então tudo escureceu.

Minhas pálpebras foram abertas de modo quase veloz tamanho era o meu espanto, porém fui obrigado a fechá-las novamente quando a claridade machucou minhas retinas. No entanto, quando esta não mais incomodou, pude suspirar aliviado ao dar-me conta de que estava na aula de fotografia.

— Alfred Hitchcock uma vez disse que os filmes eram "pequenas partes do tempo". Mas ele poderia estar falando de fotografia, e provavelmente foi o que aconteceu. — comenta Seneca Crane, meu renomado e famoso professor de fotografia.

Ainda assustado com o que acabara de acontecer, vasculhei a sala com meus olhos, encontrando todos os alunos concentrados no que o professor dizia, não notando assim meu pequeno sobressalto ao despertar de um possível pesadelo.

Certo, eu estou na aula. Está tudo bem. E o mais importante: eu estou seguro.

E foi com esse pensamento que me ajeitei sobre a cadeira e respirei fundo, tentando acalmar meu coração que ainda bate consideravelmente rápido em meu peito. Mas a questão era que, eu não me recordava de ter dormindo, e aquilo definitivamente não pareceu ser um sonho, era real demais. Então o que foi aquilo?

— Essas "partes do tempo" podem nos mostrar a nossa glória e a nossa tristeza; desde cores até o "chiaroescuro". — explica, e quando ele dá as costas, Clove atira uma bolinha de papel em Madge — Agora, vocês podem me dar um exemplo de um fotógrafo que capturou a condição humana nesse contexto do claro-escuro?

Efeito BorboletaOnde histórias criam vida. Descubra agora