Eu me pergunto, quando foi que me apaixonei? No primeiro olhar? No primeiro sorriso? No primeiro abraço? A verdade é que eu não sei. Só sei que me apaixonei. Essa era a realidade que eu tentava ocultar para mim mesmo. Um dos principais motivos pelos quais não entrei em contato com Katniss foi por conta daquele sentimento tão ardente e avassalador que sentia em relação a ela. Eu tive medo daquela paixão, medo do que aquele sentimento poderia causar. E em todos os anos que passei longe, eu realmente achei que havia conseguido superar, mas a realidade era outra. A paixão nunca havia acabado; somente permaneceu adormecida em meu peito durante todos aqueles anos, mas bastou tê-la novamente em minha vida para que aquele sentimento ardente queimasse em meu peito novamente, desta vez ainda mais forte. A realidade era essa, simples e direta. Quando se passa muito tempo ao lado de uma pessoa, é quase impossível não se apaixonar por seus defeitos e por suas qualidades. E no fim, a amizade se tornou paixão, e a paixão se tornou amor.
Ainda dançávamos sobre a cama, gargalhando dos passos estranhos um do outro. Ela estava leve, sorridente, parecia realmente feliz; bem diferente da pessoa ao qual eu havia encontrado quando cheguei à cidade. E vê-la feliz, me deixou feliz, assim como também me fez aceitar que meus sentimentos por ela iam muito além da amizade.
— Katniss, você está aí em cima? — ouço uma voz masculina sobressaltar a melodia agitada da música.
— Ou, desliga, desliga! — pede nervosa. Salto da cama rapidamente e desligo o som.
—Quantas vezes já disse para você parar de ouvir essa merda de punk? — a voz sai um pouco abafada por vir do andar de baixo.
— Cara, a música nem está ligada! — Katniss fala alto, quase gritando.
—Estou subindo, precisamos conversar!
— Puta que pariu! — ela leva às mãos a cabeça — Você precisa se esconder. Agora! Meu padrasto vai me matar se encontrar você aqui! — ela passa por mim e se posiciona em frente à porta, segurando a fechadura.
— Katniss, o que está acontecendo? Abra essa porta, por favor. — pede, batendo na porta.
— Calma, estou trocando de roupa, entendeu? — Katniss se volta para mim — Peeta, encontre um lugar para se esconder. Agora! — sussurra. Pego minha mochila e escondo-me no armário.
— Não estou de brincadeira, Katniss. Abra esta porta! — Katniss finalmente o permite entrar — O que está acontecendo aqui?
— Caramba, só estou experimentando roupas. Você é tão paranoico. — através das venezianas na porta do armário vejo Katniss cruzar os braços.
— Sim, o combate faz isso com você. — Haymitch começa a andar pelo quarto, enquanto Katniss senta-se na cama — Uma das minhas armas sumiu. Você pegou?
— Caramba, eu não peguei a sua arma idiota. Você sabia que eu acredito em desarmamento?
— Espere um pouco, isso são cigarros? Você estava fumando?! — ele estende o maço que havia encontrado na escrivaninha. Como não vi aquilo?
— Ah, sim. Armas, cigarro... Você está viajando! — rebate irritada ao se levantar.
— Estou cansando de você me desrespeitando! Fale a verdade, isso é uma ordem! De quem é isso?! — ele se aproxima de Katniss ameaçadoramente, assim como fez com Madge.
Mas que cara irritante!
— Foi mal... Esse cigarro é meu. — falo ao sair do esconderijo, recebendo o olhar dos dois sobre mim. O de Haymitch contém raiva, já o de Katniss surpresa.
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Efeito Borboleta
FanfictionAlgumas pessoas querem esquecer o passado, outras querem mudá-lo. Há momentos na vida que optamos por não lembrar, mas a algumas lembranças que jamais podemos esquecer. Mas, e se você pudesse voltar no tempo? Pense que é como um filme, onde você pod...