Capítulo 19 - Quer Namorar Comigo?

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Amor, paixão, felicidade, desejo... É surreal a forma como nos sentimos quando todos esses sentimentos se unem em um mesmo momento. É como se, de algum modo, a vida ganhasse um sentido muito mais amplo e extraordinário comparado ao que um dia chegamos a achar ser a cota máxima. Naquele exato instante, tendo Katniss aconchegada em meus braços enquanto nossas respirações encontravam-se desregulares, os corações acelerados, os corpos suados e exaustos após mais uma onda de prazer e puro êxtase, descobri que quando se tem uma explosão dos sentimentos mais remotos e almejados, a felicidade simplesmente transborda da forma mais incrível e inexplicável que possa existir.

Por muitas vezes cheguei a questionar-me qual o sentido da vida, o porquê de ela simplesmente parecer ter perdido o encanto diante de meus olhos conforme os dias iam se passando... E a agora eu sabia o porquê. Katniss era a minha alma gêmea, a pessoa a quem eu estava entrelaçado, destinado a amar até o meu último suspiro, e não tê-la ao meu lado naqueles dolorosos cinco anos, era o mesmo que um navio sem bússola, não fazia sentido e eu me via completamente perdido em meio ao caos das tempestades. No começo o amor que eu sentia por ela era somente de amigo, de irmão. Mas fora com o tempo que eu vi, naquele sorriso lindo que ela costumava esboçar nos momentos mais importantes, toda a minha felicidade e amor. Fora naquele beijo que demos em seu quarto que eu me arrepiei de verdade e senti o chão sumir sob os meus pés. Fora com as suas piadinhas sem graça que eu mais ri em toda a minha vida. Fora em seus belos olhos que eu encontrei a coragem e a força necessária para enfrentar todos os meus medos. Ao seu lado eu queria viver a mais bela história de amor e paixão. Ainda tínhamos um longo caminho a percorrer, mas eu sabia que ao seu lado seria tudo mais simples, mais suportável, e viver jamais seria em vão.

Após recuperar o fôlego, acabo soltando um longo suspiro apaixonado enquanto faço uma leve caricia nos cabelos escuros da morena que ainda possuía sua respiração desregular, em uma tentativa de recuperar-se do êxtase em que havia entrado. Nossos corpos ainda estavam em choque devido à alta temperatura e senti meus pelos se arrepiarem quando ela depositou um beijo molhado em meu pescoço.

— Marrentinha? — chamo, abrindo os olhos a tempo de vê-la erguer a cabeça para apoiar o queixo em meu peito.

— Oi. — seus olhos encaram os meus com deslumbramento e ela abre o mais radiante dos sorrisos. Levo uma de minhas mãos até o seu rosto, acariciando-lhe a bochecha corada e logo em seguida tirando uma mecha de cabelo que havia caído sobre os seus olhos.

— Eu realmente sinto muito por ter ido embora e nunca mais ter dado sinal de vida. Me perdoa? — peço meio cabisbaixo, envergonhado pelo que fiz.

— Hey... — ela toma meu rosto em suas mãos e sela nossos lábios de leve — Para com isso. Eu já te perdoei e depois de tudo o que aconteceu aqui, achei que tivesse deixado isso bem claro. — indica nossos corpos nus sobre a cama e acabo soltando um riso baixo.

— De verdade? — pergunto só para confirmar e ela acaba revirando os olhos de modo divertido.

— Sim, Peeta. O que mais você quer que eu faça para você acreditar? — pergunta brincalhona, acariciando meu nariz com o seu.

— Hmm... Agora que você ofereceu, tenho muitas ideias sobre isso... — respondo, sorrindo maliciosamente e ela gargalha.

— Estou aberta a sugestões. — murmura, ainda com o rosto próximo ao meu, fazendo nossas respirações se misturarem.

— Sabe, agora que vou ficar aqui por um bom tempo, eu pensei que... Ahn... Sei lá... Que talvez a gente possa dar certo. — comento, encarando a imensidão acinzentada de seus olhos, completamente seguro sobre o que estou propondo, por mais que tenha gaguejado algumas vezes.

Efeito BorboletaOnde histórias criam vida. Descubra agora