Entrei no Clube 93, e aquele lugar realmente não fazia o meu estilo.
Era uma balada de adultos, ainda bem, porque eu não queria ficar bêbada e acordar na cama com um garoto de 18 anos, isso seria ridículo. Mas mesmo com a fama do lugar, era óbvio que tinha rapazes ali querendo sair com mulheres mais velhas e ricas.
Eu passei pelas pessoas que estavam dançando na pista, até senti uma mão alisando a minha perna, mas preferi achar que foi um engano e continuei andando. Com muito sacrifício cheguei ao bar e sentei em uma das cadeiras, exibindo o decote ousado da minha saia.
- Roupa perfeita, Dorothy. – comentei antes de pedir a primeira bebida.
Na terceira, eu pedi uma porção de batatas para acompanhar.
- Preciso comer alguma coisa, senão vou desmaiar aqui. – comentei com o garçom.
- Você está sozinha?
Opa, nem era um garçom, percebi que era uma mulher.
- Estou sim, por quê? A porção é muito grande?
- Não, porque aqui é perigoso ficar sozinha mesmo.
- Ah, não se preocupe com isso. Eu já estou sozinha há 10 anos.
- OK. Só um momento. – ela saiu.
Eu comecei a rir.
Rir de mim mesma por achar que alguém se importaria pela a minha história banal.
- Oi. – uma pessoa sentou do meu lado.
Eu me virei lentamente com medo do que poderia ter ali, mas me surpreendi. Um homem aparentemente com mais de trinta anos, o que era muito bom, forte e bonito.
- Posso te pagar uma bebida?
- Por favor, diga que você não quer me embebedar só pra ficar comigo no seu carro? – fui direta.
- Claro que não. Eu tenho dinheiro para pagar por um lugar mais confortável. – sorriu.
- Desculpe, mas não é isso o que eu estou procurando por aqui.
- E o que está procurando? – perguntou me analisando.
- Apenas alguém para conversar e beber. – olhei pra ele.
- Que ótimo, porque eu posso ser um bom ouvinte também.
Fiquei impressionada.
- Sendo assim, eu vou te pagar uma bebida. – falei sorrindo.
- Ok, e a próxima eu pago.
- Ótimo.
E então começamos a conversar.
Falamos sobre a nossa profissão e eu perguntei sobre a vida pessoal dele, que acabou me contando que já ficou noivo, mas que a moça desistiu do casamento poucos dias antes. Então ele não procurava por relacionamento sério, o que pra mim era bom, caso rolasse alguma coisa depois dali eu não teria homem nenhum no meu pé.
- E você? – ele me perguntou.
- Já fui casada e traída. – simplifiquei tudo.
- Pelo visto não gosta de falar muito sobre isso.
- Com certeza não. – falei virando o último copo – Acho que já deu pra mim.
- Já que cansou de beber e conversar, podemos dançar. – falou animado.
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A Pequena Conselheira
General FictionPaola Bressani é editora-chefe de uma grande empresa na cidade de Milão. Ela segue uma vida rotineira e estressante já há um bom tempo, e não está nem um pouco preocupada com sonhos, novas conquistas e com nada que a tire do seu "mundinho". Para e...