Capítulo 9 - Minha Embriaguez

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  Entrei no Clube 93, e aquele lugar realmente não fazia o meu estilo.

  Era uma balada de adultos, ainda bem, porque eu não queria ficar bêbada e acordar na cama com um garoto de 18 anos, isso seria ridículo. Mas mesmo com a fama do lugar, era óbvio que tinha rapazes ali querendo sair com mulheres mais velhas e ricas.

  Eu passei pelas pessoas que estavam dançando na pista, até senti uma mão alisando a minha perna, mas preferi achar que foi um engano e continuei andando. Com muito sacrifício cheguei ao bar e sentei em uma das cadeiras, exibindo o decote ousado da minha saia.

- Roupa perfeita, Dorothy. – comentei antes de pedir a primeira bebida.

  Na terceira, eu pedi uma porção de batatas para acompanhar.

- Preciso comer alguma coisa, senão vou desmaiar aqui. – comentei com o garçom.

- Você está sozinha?

  Opa, nem era um garçom, percebi que era uma mulher.

- Estou sim, por quê? A porção é muito grande?

- Não, porque aqui é perigoso ficar sozinha mesmo.

- Ah, não se preocupe com isso. Eu já estou sozinha há 10 anos.

- OK. Só um momento. – ela saiu.

  Eu comecei a rir.

  Rir de mim mesma por achar que alguém se importaria pela a minha história banal.

- Oi. – uma pessoa sentou do meu lado.

  Eu me virei lentamente com medo do que poderia ter ali, mas me surpreendi. Um homem aparentemente com mais de trinta anos, o que era muito bom, forte e bonito.

- Posso te pagar uma bebida?

- Por favor, diga que você não quer me embebedar só pra ficar comigo no seu carro? – fui direta.

- Claro que não. Eu tenho dinheiro para pagar por um lugar mais confortável. – sorriu.

- Desculpe, mas não é isso o que eu estou procurando por aqui.

- E o que está procurando? – perguntou me analisando.

- Apenas alguém para conversar e beber. – olhei pra ele.

- Que ótimo, porque eu posso ser um bom ouvinte também.

  Fiquei impressionada.

- Sendo assim, eu vou te pagar uma bebida. – falei sorrindo.

- Ok, e a próxima eu pago.

- Ótimo.

  E então começamos a conversar.

  Falamos sobre a nossa profissão e eu perguntei sobre a vida pessoal dele, que acabou me contando que já ficou noivo, mas que a moça desistiu do casamento poucos dias antes. Então ele não procurava por relacionamento sério, o que pra mim era bom, caso rolasse alguma coisa depois dali eu não teria homem nenhum no meu pé.

- E você? – ele me perguntou.

- Já fui casada e traída. – simplifiquei tudo.

- Pelo visto não gosta de falar muito sobre isso.

- Com certeza não. – falei virando o último copo – Acho que já deu pra mim.

- Já que cansou de beber e conversar, podemos dançar. – falou animado.

A Pequena ConselheiraOnde histórias criam vida. Descubra agora