Cheguei em casa e estava radiante.
Por mais que o beijo não tivesse rolado, o momento que passei ao lado dele já havia sido mais que o suficiente para que eu me sentisse feliz. Como podia ser possível? Eu odiava aquele homem na semana passada.
Eu só faltei sair pulando pelos cômodos da casa, mas me contive e me joguei no sofá.
- Nossa! Como o amor muda as pessoas. – Dorothy apareceu na poltrona como de costume.
- Dorothy? – sentei no sofá depressa – Por que você sumiu?
- Porque ás vezes você precisa tomar as suas próprias decisões. Com base no que aprendeu comigo, é lógico! – ela falava de um jeito tão fofo.
- Mas teve uma hora que eu precisava saber a sua opinião.
- Mas você teve a sua resposta, não teve?
- Sim. – respondi refletindo.
- Então, é isso mesmo o que eu queria te ensinar. Agora me conte, e como foi com o George?
- Duvido que você não saiba. – eu já a conhecia muito bem.
- Eu posso até saber, mas eu gosto de ouvir você falar.
- Está bem. – me ajeitei no sofá – O meu dia foi muito bom. Depois que eu conversei com você, consegui fazer muitas coisas que os meus pais faziam e aquilo me trouxe muita paz, muita tranquilidade mesmo. Como se eu tivesse entendido que mesmo eles não estando ali fisicamente, sempre estarão no meu coração.
- Que bom que entendeu. – falou animada.
- Quanto ao George – fiz questão de olhar para a cara dela, que era a de maior sapeca do mundo – Deus quer que eu fique com ele? – decidi perguntar.
- Você já me perguntou isso uma vez e eu disse que você tem que ouvir o seu coração. Você é livre Paola, eu jamais obrigaria você a ficar com quem não ama.
- Mas você sabia que eu ia gostar dele não é? Desde o início você falava dele pra mim.
- Eu tenho uma missão com você, e nesse caminho ele pode estar incluso sim, mas eu nunca falei de romance. – e deu risada.
- Está bem. Agora outra pergunta que eu gostaria de fazer.
- Faça. – ficou esperando, empolgada.
- Por que Deus escolheu você para aparecer como uma menina pra mim?
- Uau, que pergunta boa. – ela se admirou.
Até eu mesma admirei.
- Eu vim como Dorothy, porque como você não ouvia a Deus, ele teve que procurar uma maneira mais fofa para fazer isso.
Eu dei risada, mas no fundo fiquei envergonhada.
- Ficamos muito felizes porque você me aceitou na sua vida. – falou com uma alegria inexplicável.
- Na verdade sou eu quem está muito feliz. – e sorri para ela.
Com certeza os meus dias eram bem melhores ao lado dela, sempre me fazia ver a vida com mais alegria, mais amor, mesmo eu estando na correria naquela semana.
No dia seguinte, por mais que tivesse rolado uma tensão entre mim e o George, nós continuamos como excelentes profissionais e não tocamos mais naquele assunto, ele fazendo a parte dele e eu a minha.
- Estou orgulhoso de você. – Marcos foi entrando na minha sala, como sempre.
- Mas eu ainda nem fechei o contrato. – comentei sem parar o que estava fazendo.
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A Pequena Conselheira
General FictionPaola Bressani é editora-chefe de uma grande empresa na cidade de Milão. Ela segue uma vida rotineira e estressante já há um bom tempo, e não está nem um pouco preocupada com sonhos, novas conquistas e com nada que a tire do seu "mundinho". Para e...