Enquanto eu pensava no que poderia dizer para aquele "ser" parado na minha frente, ainda conseguia imaginar várias formas de matar a Ana depois.
- Seria sobre a reunião? – ele opinou.
- Sim! – concordei na hora – É sobre a reunião.
- Não precisa me agradecer, somos uma equipe. – e colocou as mãos no bolso da calça.
- O quê? – era inacreditável – Eu não estou aqui para te agradecer! Tanto porque não tem feito nada que tenha me surpreendido e que seja mais do que a sua obrigação.
Ele olhou para o lado, mordendo os lábios. Acho que tentando se controlar.
- Então eu ter recuperado o projeto que você estava quase perdendo não significou nada?
Eu queria debater contra ele, eu queria muito, mas as palavras não vinham.
Que ódio!
- Não estou querendo dizer que fui melhor que você. – ele continuou – Mas quero que reconheça o meu trabalho e de que somos uma equipe. Eu não sei o porquê você não gosta de mim.
- Eu nunca disse que não gosto de você. – tentei me recompor, porque eu estava muito nervosa, coração a mil – Eu só disse que não confiava no seu trabalho, você tem um ponto de vista diferente do meu.
- E isso é uma coisa ruim? – ele perguntou calmo.
E eu não sei se era impressão minha, mas eu o sentia tão perto, que estava quase me curvando de novo na pia.
- Não, não é ruim. – respondi, tentando soar normal – Tudo é uma questão de tempo.
- Tudo bem. – ele concordou – Mas esse tempo está correndo e temos que preparar uma apresentação excelente para eles na semana que vem.
- Eu sei. – falei calma, mas por dentro estava gritando de desespero.
- E então, como vamos fazer? – ele perguntou pegando um pouco de café.
Eu reparei nos seus braços, e pela largura de suas costas, ele devia treinar muito na academia. Não era aquele homem musculoso ao extremo, que toma bomba até as veias saltarem, e eu particularmente não achava isso nada atraente, ele estava no ponto certo.
Quando eu me toquei que estava pensando nisso, quase derrubei o cappuccino na minha blusa.
- Opa. – ele percebeu.
- Que droga! – tinha caído um pouco no meu pé.
- Ainda bem que ele não deve estar fervendo. – comentou.
Eu só olhei pra cara dele e me virei para a pia, lavando a caneca.
- Eu ainda não pensei sobre a apresentação do projeto. – falei.
- Eu pensei em fazermos uma apresentação de vídeo, tipo uma propaganda, ao invés de usarmos só as imagens. O que você acha?
Eu guardei a minha caneca no armário, peguei um pano para secar as mãos e fiquei pensando sobre isso.
- Não parece ser uma ideia ruim. – e me virei pra ele.
Quando olho para o lado, Dorothy estava ali.
- É então, eu estava pensando em gravarmos algo numa fazenda...
- Oi. – ela sussurrou, balançando a mão direita.
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A Pequena Conselheira
Ficción GeneralPaola Bressani é editora-chefe de uma grande empresa na cidade de Milão. Ela segue uma vida rotineira e estressante já há um bom tempo, e não está nem um pouco preocupada com sonhos, novas conquistas e com nada que a tire do seu "mundinho". Para e...