Capítulo 7 - Momentos Embaraçosos

211 25 0
                                    


  Enquanto eu pensava no que poderia dizer para aquele "ser" parado na minha frente, ainda conseguia imaginar várias formas de matar a Ana depois.

- Seria sobre a reunião? – ele opinou.

- Sim! – concordei na hora – É sobre a reunião.

- Não precisa me agradecer, somos uma equipe. – e colocou as mãos no bolso da calça.

- O quê? – era inacreditável – Eu não estou aqui para te agradecer! Tanto porque não tem feito nada que tenha me surpreendido e que seja mais do que a sua obrigação.

  Ele olhou para o lado, mordendo os lábios. Acho que tentando se controlar.

- Então eu ter recuperado o projeto que você estava quase perdendo não significou nada?

  Eu queria debater contra ele, eu queria muito, mas as palavras não vinham.

  Que ódio!

- Não estou querendo dizer que fui melhor que você. – ele continuou – Mas quero que reconheça o meu trabalho e de que somos uma equipe. Eu não sei o porquê você não gosta de mim.

- Eu nunca disse que não gosto de você. – tentei me recompor, porque eu estava muito nervosa, coração a mil – Eu só disse que não confiava no seu trabalho, você tem um ponto de vista diferente do meu.

- E isso é uma coisa ruim? – ele perguntou calmo.

  E eu não sei se era impressão minha, mas eu o sentia tão perto, que estava quase me curvando de novo na pia.

- Não, não é ruim. – respondi, tentando soar normal – Tudo é uma questão de tempo.

- Tudo bem. – ele concordou – Mas esse tempo está correndo e temos que preparar uma apresentação excelente para eles na semana que vem.

- Eu sei. – falei calma, mas por dentro estava gritando de desespero.

- E então, como vamos fazer? – ele perguntou pegando um pouco de café.

  Eu reparei nos seus braços, e pela largura de suas costas, ele devia treinar muito na academia. Não era aquele homem musculoso ao extremo, que toma bomba até as veias saltarem, e eu particularmente não achava isso nada atraente, ele estava no ponto certo.

  Quando eu me toquei que estava pensando nisso, quase derrubei o cappuccino na minha blusa.

- Opa. – ele percebeu.

- Que droga! – tinha caído um pouco no meu pé.

- Ainda bem que ele não deve estar fervendo. – comentou.

  Eu só olhei pra cara dele e me virei para a pia, lavando a caneca.

- Eu ainda não pensei sobre a apresentação do projeto. – falei.

- Eu pensei em fazermos uma apresentação de vídeo, tipo uma propaganda, ao invés de usarmos só as imagens. O que você acha?

  Eu guardei a minha caneca no armário, peguei um pano para secar as mãos e fiquei pensando sobre isso.

- Não parece ser uma ideia ruim. – e me virei pra ele.

  Quando olho para o lado, Dorothy estava ali.

- É então, eu estava pensando em gravarmos algo numa fazenda...

- Oi. – ela sussurrou, balançando a mão direita.

A Pequena ConselheiraOnde histórias criam vida. Descubra agora