Eu acordei atrasada, como sempre.
Sai correndo pelo quarto, tomei aquele banho rápido, escovei os dentes, fiz um coque no cabelo, já tinha a minha roupa separada e a mala estava pronta.
Estava conferindo os documentos e os cartões de créditos, quando um barulho de rodinhas vinha se aproximando.
Um sorriso automático se formou em meu rosto.
Eu olhei para a porta e lá estava ela, com um vestido rosa, sobretudo rosa e uma mala rosa.
- Você achou mesmo que ia viajar sem mim? – perguntou exibindo as covinhas mais fofas do mundo.
- Oh meu Deus! – eu não resisti e fui correndo até ela – Você sumiu. – falei a apertando num abraço.
- Você sabe que eu sumo. – falou espremida.
- Sim, mas eu não quero. – e beijei a bochecha dela.
Ela deu risada e ficou toda envergonhada.
"Meu Deus! Era a criança mais linda de toda a minha vida."
Mesmo lendo os meus pensamentos, ela não comentou sobre isso.
- Já está pronta? Estamos atrasadas! – me apressou.
- Sim, estou. Eu só estava conferindo as minhas coisas.
- Você sem mim não é nada mesmo. – falou me analisando – Devia ter escolhido uma roupa mais elegante.
- Dorothy! – falei fechando a mala – Eu estou atrasada e não tenho tempo pra isso agora. – passei por ela – Vamos que o taxista deve estar cansado de me esperar.
- Eu sim, estou vestida à altura de uma classe executiva. – falou se exibindo.
Eu olhei pra ela antes de abrir a porta.
- Você sempre está linda.
E fomos até o carro, cumprimentei o motorista, e enquanto ele guardava a minha mala, Dorothy também colocou a dela. Eu fiquei com um sorriso bobo na cara.
Durante o caminho ela vinha fazendo caretas pra mim, eu faltava morrer tentando não rir e o motorista me achar uma louca.
- Xiu. – fiz com a boca, disfarçadamente.
E a Dorothy gargalhava no carro.
Eu virei o rosto, me concentrando no trânsito lá fora, mas ao mesmo tempo estava adorando aquele momento com ela.
Quando chegamos ao aeroporto, George já veio correndo em minha direção.
- Meu Deus! Eu achei que não fosse vir mais. – falou me cumprimentando com um beijo rápido no rosto.
Não rápido o bastante pra que eu não pudesse sentir o seu perfume maravilhoso.
- Me desculpe, é que eu amo dormir. – me expliquei.
- Eu também. – ele falou pegando a minha mala – Principalmente quando acordo com alguém mexendo no meu cabelo e falando bom dia no meu ouvido. – e sorriu pra mim.
- Obrigada. – peguei a mala da mão dele, um pouco desconcertada. – Pode deixar que eu leve.
- Essas malas de rodinhas são boas mesmo hein? – ele falou observando.
- Só você que ainda carrega a mala nas costas. – comentei indo fazer o check-in.
- Se observar bem, você verá que tem outras pessoas. – falou me provocando.
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A Pequena Conselheira
General FictionPaola Bressani é editora-chefe de uma grande empresa na cidade de Milão. Ela segue uma vida rotineira e estressante já há um bom tempo, e não está nem um pouco preocupada com sonhos, novas conquistas e com nada que a tire do seu "mundinho". Para e...