Reservamos um hotel incrível, de onde dava pra ver a London Eye da janela do quarto.
Enquanto eu tomava banho, George ligava para o restaurante fazendo a nossa reserva.
Eu não esperava que naquela noite fosse rolar alguma coisa entre nós, tanto porque eu ainda estava sentindo leves dores na barriga e com muita infecção de urina.
Quando eu saí usando um roupão branco do hotel, o avistei tirando a gravata com alguns botões da camisa abertos.
Eu tive vontade de arrancar aquela dor com as mãos.
- O banho estava bom? – ele me perguntou com aquele sorriso que abalava as estruturas.
"Quem? O banho?" Eu tentava me encontrar na vida.
- Sim, eu deixei a água quente para você.
Ele tirou a gravata, pegou a roupa que tinha separado em cima da cama e parou do meu lado.
- Eu espero o dia em que poderei dividir cada cômodo com você. – e foi para o banheiro.
Eu fiquei ali parada, pensando em inúmeras coisas.
Depois comecei a procurar uma roupa ao nível daquele restaurante. Era a primeira vez, desde que Dorothy tinha ido embora, que eu ia me arrumar sozinha.
- Socorro, com você era bem mais fácil. – falei baixinho enquanto procurava.
Até que vi um vestido preto, florido, longo, bem discreto e ao mesmo tempo muito elegante.
Seria aquele que ela escolheria.
Eu me troquei rapidamente, comecei a me maquiar, quando senti as dores aumentando de novo.
- Droga! – eu não conseguia entender porque estava doendo mais que nas outras vezes.
Eu era acostumada com aquelas dores, mas estava ficando cada vez pior.
Eu fui correndo pegar um copo d'água e tomar o remédio outra vez.
- Uau! – George apareceu – Você está muito linda.
Eu me virei com cautela para ele.
- Obrigada. – tentei soar normalmente – E você como sempre elegante.
- Como você consegue? – ele se aproximou e segurou em meus braços.
- Como eu consigo o quê? – perguntei sem entender.
- Fazer com que eu me apaixone mais, a cada vez que olho pra você.
- Ah, George. – eu sorri envergonhada.
Por mais que eu tinha a certeza que amava aquele homem com todas as minhas forças, eu não podia deixar de lado a possibilidade de ele reconstruir a sua família.
Ele se aproximou para me beijar.
- George. – eu segurei em seu peito – Eu acho melhor descermos logo para jantar.
- Claro. – ele ficou todo sem jeito – Mas está tudo bem? – me estranhou um pouco.
- Sim, é que eu estou com muita fome mesmo. – e peguei a minha bolsa depressa.
- Ok, então sendo assim, o caso é serio. – ele sorriu.
Enquanto descíamos pelo elevador, eu estava mal.
Mal por talvez tê-lo que deixar seguir a sua vida, salvar a sua família, mesmo eu o amando tanto. Embora eu não tenha visto nos olhos dele qualquer interesse por aquela mulher, nem tristeza no olhar de Blanca em ter que deixar a mãe e ir para Nova York com ele. Mas mesmo assim eu precisava saber se estava atrapalhando alguma coisa.
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A Pequena Conselheira
General FictionPaola Bressani é editora-chefe de uma grande empresa na cidade de Milão. Ela segue uma vida rotineira e estressante já há um bom tempo, e não está nem um pouco preocupada com sonhos, novas conquistas e com nada que a tire do seu "mundinho". Para e...