Capítulo 19 - A Consequência da Dor

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  Reservamos um hotel incrível, de onde dava pra ver a London Eye da janela do quarto.

  Enquanto eu tomava banho, George ligava para o restaurante fazendo a nossa reserva.

  Eu não esperava que naquela noite fosse rolar alguma coisa entre nós, tanto porque eu ainda estava sentindo leves dores na barriga e com muita infecção de urina.

  Quando eu saí usando um roupão branco do hotel, o avistei tirando a gravata com alguns botões da camisa abertos.

  Eu tive vontade de arrancar aquela dor com as mãos.

- O banho estava bom? – ele me perguntou com aquele sorriso que abalava as estruturas.

"Quem? O banho?" Eu tentava me encontrar na vida.

- Sim, eu deixei a água quente para você.

  Ele tirou a gravata, pegou a roupa que tinha separado em cima da cama e parou do meu lado.

- Eu espero o dia em que poderei dividir cada cômodo com você. – e foi para o banheiro.

  Eu fiquei ali parada, pensando em inúmeras coisas.

  Depois comecei a procurar uma roupa ao nível daquele restaurante. Era a primeira vez, desde que Dorothy tinha ido embora, que eu ia me arrumar sozinha.

- Socorro, com você era bem mais fácil. – falei baixinho enquanto procurava.

  Até que vi um vestido preto, florido, longo, bem discreto e ao mesmo tempo muito elegante.

  Seria aquele que ela escolheria.

  Eu me troquei rapidamente, comecei a me maquiar, quando senti as dores aumentando de novo.

- Droga! – eu não conseguia entender porque estava doendo mais que nas outras vezes.

  Eu era acostumada com aquelas dores, mas estava ficando cada vez pior.

  Eu fui correndo pegar um copo d'água e tomar o remédio outra vez.

- Uau! – George apareceu – Você está muito linda.

  Eu me virei com cautela para ele.

- Obrigada. – tentei soar normalmente – E você como sempre elegante.

- Como você consegue? – ele se aproximou e segurou em meus braços.

- Como eu consigo o quê? – perguntei sem entender.

- Fazer com que eu me apaixone mais, a cada vez que olho pra você.

- Ah, George. – eu sorri envergonhada.

  Por mais que eu tinha a certeza que amava aquele homem com todas as minhas forças, eu não podia deixar de lado a possibilidade de ele reconstruir a sua família.

  Ele se aproximou para me beijar.

- George. – eu segurei em seu peito – Eu acho melhor descermos logo para jantar.

- Claro. – ele ficou todo sem jeito – Mas está tudo bem? – me estranhou um pouco.

- Sim, é que eu estou com muita fome mesmo. – e peguei a minha bolsa depressa.

- Ok, então sendo assim, o caso é serio. – ele sorriu.

  Enquanto descíamos pelo elevador, eu estava mal.

  Mal por talvez tê-lo que deixar seguir a sua vida, salvar a sua família, mesmo eu o amando tanto. Embora eu não tenha visto nos olhos dele qualquer interesse por aquela mulher, nem tristeza no olhar de Blanca em ter que deixar a mãe e ir para Nova York com ele. Mas mesmo assim eu precisava saber se estava atrapalhando alguma coisa.

A Pequena ConselheiraOnde histórias criam vida. Descubra agora