Capítulo 5 - Esclarecendo Tudo

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 - Bom, eu vou pra casa então. – falei pra Ana – Você acha que eu devo procurar o meu terapeuta?

- Se você quiser ouvir que está vendo coisas porque está com muito stress do trabalho, então vá.

- É exatamente isso o que ele vai falar. – Dorothy concordou.

  Eu olhei pra ela de relance e mantive a minha atenção em Ana.

- Então você acredita que eu a vejo? – eu precisava de alguém que acreditasse em mim.

- Sim. – ela respondeu, e eu via sinceridade – Se ela apareceu pra você, então ela deve ter um propósito e precisa cumprir.

- Caminho do amor? – eu perguntei desanimada.

- O caminho desse amor que ela quer te levar é muito mais do que um romance. – Ana explicou o que estava sentindo no coração – Esse caminho pode simplesmente mudar toda a sua vida.

- E eu tenho que aceitar isso?

- Claro que não. – me surpreendi com a resposta – Ninguém é obrigado a nada, mas se eu fosse você, não perderia a visita especial dessa menina por nada.

  Quando eu olhei para o lado, para ver a reação de Dorothy, ela não estava mais ali.

- Dorothy? – olhei para todos os cantos da sala.

- O que foi? Ela sumiu? – Ana me perguntou.

- Sim. – agachei para olhar debaixo da mesa.

- Paola, eu acho que sei o que isso significa.

  Eu levantei e olhei pra ela.

- O quê? – perguntei preocupada.

- Você precisa escolher se vai querê-la com você ou não.

  Fiquei parada sem nenhuma reação.

- Como eu disse – Ana continuou – ela quer mudar a sua vida, o seu modo de pensar e agir, mas pra isso você precisa aceitar.

- Não sei se eu posso. – falei me sentando na cadeira mais próxima.

- Por quê? – Ana sentou do meu lado – Não venha dizer que é porque você é uma pessoa ruim, porque você não é, e sabe disso.

- Não é isso. – eu falei segurando as lágrimas.

- Então o que é? – pegou em minha mão.

  Eu fechei os olhos, respirei fundo e precisava desabafar.

- É que eu moro sozinha há dez anos, não sei mais o que é dividir o meu espaço com alguém. – eu estava nervosa, minhas mãos suavam – Ela vai querer ficar comigo não sei por quanto tempo, eu nunca convivi com uma criança, eu... – aquilo era mais difícil do que parecia.

- Mas você não gostou da companhia dela, durante esse pouco tempo em que ela esteve com você?

- Gostei. – respondi de imediato – Mas eu tenho medo.

- Medo de quê? – perguntou tentando entender.

- Medo! – eu procurava as palavras – Medo de aceitá-la na minha vida, medo de me acostumar com a presença dela na minha casa, medo de tudo isso ser loucura, medo de ela ir embora. – falei tudo isso sem respirar.

  Ana olhou pra mim e segurou em meu rosto.

- Medo de colocar uma pessoa no seu coração e perdê-la de novo. – ela completou.

A Pequena ConselheiraOnde histórias criam vida. Descubra agora