Capítulo 18 - Entre Dois Caminhos

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 - O que aconteceu? – eu perguntei preocupada.

  Ele balançou a cabeça, estava bem nervoso, levantou do sofá e começou a andar de um lado para o outro.

- Ela é uma louca! – falou com raiva.

- O que ela fez? – eu me levantei já ficando nervosa com a situação.

- Deixou a Blanca sozinha em casa, pediu para que ela olhasse as panelas enquanto estava fora e a menina sofreu queimadura de segundo grau. Você acha que está certo deixar uma criança de sete anos cuidando de panelas? – falava indignado.

- Claro que não. – eu fiquei sem saber o que fazer – Mas como ela está?

- No hospital. – respondeu, tentando ficar calmo – Teve queimadura profunda no braço direito e queimou um pouco a cabeça, está em observação.

  Ele passava as mãos pelo o cabelo, agoniado, e não resistindo começou a chorar.

- Calma, ela vai ficar bem. – me aproximei, segurando em seu braço, tentando acalmá-lo – Vamos pensar positivo, não vai ser nada grave.

- Sim, mas ela é uma louca de deixar uma criança sozinha. Quantas vezes já não deve ter feito isso? – estava inconformado.

- Você sabe que tem o direito de ficar com a sua filha depois disso, não sabe? Principalmente depois que descobriram que foi tudo uma farsa dela. – falei com raiva também.

  Compaixão era um dos meus pontos fortes, percebe-se.

- Claro! Ela poderia até ser presa depois de tudo isso, mas eu não vou fazer isso, só quero que a minha filha fique comigo.

- E eu te dou o meu total apoio por isso. – falei firme.

  Ele se virou pra mim e me olhou de um jeito tão admirável. Eu senti tanto amor no seu olhar que fiquei até desconcertada.

- Obrigado. – e acariciou o meu rosto – Eu estou completamente apaixonado por você.

  Eu não imaginava ouvir aquilo naquele momento, mas foi o suficiente pra eu ter a certeza de que queria estar ao lado daquele homem, custe o que custar.

- Eu tinha outros planos para esta noite. – ele falou segurando em meus ombros – Mas preciso ir ver a minha filha o quanto antes.

- Eu sei. – falei pra ele – E eu concordo com você, tem que ir mesmo. Se tiver sorte vai encontrar vários voos na promoção nesse horário.

- Ótimo. – ele falou e continuou olhando pra mim.

- O que foi? – perguntei sorrindo, sem entender.

- Você... – ele fez uma pausa – não quer vir comigo? – perguntou segurando a minha mão.

  Aquela era uma questão e tanto. Porque ao mesmo tempo em que eu queria acompanhá-lo e conhecer a sua filha, eu também não queria ter o "prazer" em conhecer a tal Luana.

- George, eu não sei. – respondi com cuidado – Você acha que seria uma boa ideia? – olhei bem em seus olhos.

- Para mim, com certeza sim. – respondeu convicto – Eu tenho fé de que nada de ruim irá acontecer com a minha filha, mas eu sei que quando eu a vir naquele hospital, eu vou desmoronar. – aquilo me partiu o coração – Eu adoraria ter você ao meu lado para me dar força.

  George chorando era o meu ponto fraco.

  Eu já tinha comprado as passagens de volta para Milão, sem contar que o Marcos estava ansioso para assinar os documentos e começar logo com o novo projeto, mas eu não podia deixar o homem que eu amava passar por aquela situação, sozinho.

A Pequena ConselheiraOnde histórias criam vida. Descubra agora