- O que aconteceu? – eu perguntei preocupada.
Ele balançou a cabeça, estava bem nervoso, levantou do sofá e começou a andar de um lado para o outro.
- Ela é uma louca! – falou com raiva.
- O que ela fez? – eu me levantei já ficando nervosa com a situação.
- Deixou a Blanca sozinha em casa, pediu para que ela olhasse as panelas enquanto estava fora e a menina sofreu queimadura de segundo grau. Você acha que está certo deixar uma criança de sete anos cuidando de panelas? – falava indignado.
- Claro que não. – eu fiquei sem saber o que fazer – Mas como ela está?
- No hospital. – respondeu, tentando ficar calmo – Teve queimadura profunda no braço direito e queimou um pouco a cabeça, está em observação.
Ele passava as mãos pelo o cabelo, agoniado, e não resistindo começou a chorar.
- Calma, ela vai ficar bem. – me aproximei, segurando em seu braço, tentando acalmá-lo – Vamos pensar positivo, não vai ser nada grave.
- Sim, mas ela é uma louca de deixar uma criança sozinha. Quantas vezes já não deve ter feito isso? – estava inconformado.
- Você sabe que tem o direito de ficar com a sua filha depois disso, não sabe? Principalmente depois que descobriram que foi tudo uma farsa dela. – falei com raiva também.
Compaixão era um dos meus pontos fortes, percebe-se.
- Claro! Ela poderia até ser presa depois de tudo isso, mas eu não vou fazer isso, só quero que a minha filha fique comigo.
- E eu te dou o meu total apoio por isso. – falei firme.
Ele se virou pra mim e me olhou de um jeito tão admirável. Eu senti tanto amor no seu olhar que fiquei até desconcertada.
- Obrigado. – e acariciou o meu rosto – Eu estou completamente apaixonado por você.
Eu não imaginava ouvir aquilo naquele momento, mas foi o suficiente pra eu ter a certeza de que queria estar ao lado daquele homem, custe o que custar.
- Eu tinha outros planos para esta noite. – ele falou segurando em meus ombros – Mas preciso ir ver a minha filha o quanto antes.
- Eu sei. – falei pra ele – E eu concordo com você, tem que ir mesmo. Se tiver sorte vai encontrar vários voos na promoção nesse horário.
- Ótimo. – ele falou e continuou olhando pra mim.
- O que foi? – perguntei sorrindo, sem entender.
- Você... – ele fez uma pausa – não quer vir comigo? – perguntou segurando a minha mão.
Aquela era uma questão e tanto. Porque ao mesmo tempo em que eu queria acompanhá-lo e conhecer a sua filha, eu também não queria ter o "prazer" em conhecer a tal Luana.
- George, eu não sei. – respondi com cuidado – Você acha que seria uma boa ideia? – olhei bem em seus olhos.
- Para mim, com certeza sim. – respondeu convicto – Eu tenho fé de que nada de ruim irá acontecer com a minha filha, mas eu sei que quando eu a vir naquele hospital, eu vou desmoronar. – aquilo me partiu o coração – Eu adoraria ter você ao meu lado para me dar força.
George chorando era o meu ponto fraco.
Eu já tinha comprado as passagens de volta para Milão, sem contar que o Marcos estava ansioso para assinar os documentos e começar logo com o novo projeto, mas eu não podia deixar o homem que eu amava passar por aquela situação, sozinho.
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A Pequena Conselheira
Aktuelle LiteraturPaola Bressani é editora-chefe de uma grande empresa na cidade de Milão. Ela segue uma vida rotineira e estressante já há um bom tempo, e não está nem um pouco preocupada com sonhos, novas conquistas e com nada que a tire do seu "mundinho". Para e...