Eu tinha acabado de tomar um delicioso chocolate quente com canela.
O dia estava lindo, eu não estava mais com dor de cabeça, e o melhor, sabia exatamente onde estava.
O dia anterior foi uma completa loucura, eu não estava em mim. Parecia que tudo o que tinha acontecido não fora real. Aquela senhora que se parecia com a minha mãe, aquela conversa que eu tive com o George, e o mais louco ainda, foi aquele abraço.
Sério que eu tinha feito isso?
Olhei para o relógio e estava atrasada. Corri até o quarto e vesti a roupa que eu tinha escolhido com muito carinho para aquele momento. Calça jeans, uma bota cano curto, uma blusa bata branca, nossa como eu gostava dela, e por fim, peguei o meu chapéu que o usaria só depois.
Eu não sabia exatamente se estava preparada para tudo isso, mas eu fui dirigindo confiante. Depois se eu teria coragem para seguir viagem, já seriam outros quinhentos.
- Dorothy, bem que você podia aparecer agora né? – falei atenta ao trânsito, olhando rapidamente pelo retrovisor interno para ver se ela tinha aparecido. – Dorothy, eu acho que sem você eu não vou conseguir. Eu já pedi desculpas, por que você não aparece?
Por fim, cheguei à agência sem nenhum sinal dela.
- Difícil. – me encostei ao carro, cruzando os braços.
Eu queria um pouco de tempo para poder pensar se seguiria em frente, mas isso meu amigo, é um privilégio para poucos.
- Olha quem andou aprontando ontem.
Soou aquela voz familiar de quem eu conhecia muito bem.
- Ana, por favor, não me venha com os seus julgamentos.
- O quê? – lá vem – Quando que eu abri a minha boca para julgar você?
- Mas vai vir com os teus conselhos de que eu não deveria ter ido àquele lugar.
- Sim, conselho é diferente de julgar amiga. Eu só não fiquei te ligando ontem de meia em meia hora, porque sabia que estava sendo bem cuidada.
- Ah, eu não acredito nisso. – revirei os olhos, jogando os cabelos pra trás – Eu estava na casa de um estranho e você tinha total certeza de que eu estava bem? – perguntei com ironia.
- Estranho? – ela repetiu.
- Sim Ana! Ele trabalha com a gente faz pouco tempo, vai fazer um ano ainda.
- Eu não acredito que depois de tudo o que ele fez por você, ainda tem raiva dele?
- Não estou falando que tenho raiva.
- Mas está dizendo que não confia nele.
- Olha, chega. – eu pedi com calma – Ontem eu passei um grande susto na minha vida, e sim, eu sou grata por tudo ao que ele fez, mas acho que você está começando do jeito errado. Eu quero um abraço.
Ana até arregalou os olhos, mas não pensou duas vezes em me abraçar apertado.
- Você está diferente. – comentou.
- Acho que é o efeito da droga. – brinquei.
- O quê? – se afastou em seguida, segurando nos meus braços – Drogaram você?
- Claro! Você acha que eu deixaria um homem me pegar a força sendo que eu sei me defender? Só me drogando mesmo, aquele imbecil.
- Ok, já passou! O importante é que você está bem e que ele não teve tempo de fazer mal algum a você.
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A Pequena Conselheira
Fiction généralePaola Bressani é editora-chefe de uma grande empresa na cidade de Milão. Ela segue uma vida rotineira e estressante já há um bom tempo, e não está nem um pouco preocupada com sonhos, novas conquistas e com nada que a tire do seu "mundinho". Para e...