Eu acordei assustada, ofegante, suada e com medo.
- Dorothy? – me levantei depressa e comecei a procurá-la.
Eu não sabia até que ponto aquele sonho não era real. E se eu a tivesse perdido mesmo?
- Meu Deus, não pode ser. – falei comigo mesma, aflita, entrando no quarto.
- Nossa, seria horrível mesmo. – ela comentou da minha cama, usando um pijama de cupcakes.
Eu fiquei boquiaberta e a minha voz nem saiu.
- Você me assustou com aquele grito sabia? – ela falou num tom de bronca – Eu deixo você sozinha só por um tempo e já começa a fazer escândalos? – e segurou-se para não rir.
Os meus olhos se encheram de lágrimas e eu fui correndo até ela.
- Ai meu Deus, você não foi embora. – e a abracei bem forte.
- Mas eu disse que não iria.
- Eu tive um sonho terrível! – falei olhando pra ela.
- É. Às vezes eu sonho com o bicho papão também.
- Dorothy, isso não é brincadeira. – eu não queria rir.
- Mas quem disse que eu estou brincando? – falou séria.
- Eu estou muito abalada com esse sonho. – falei segurando nas mãozinhas dela.
- Fique calma, só foi um sonho ruim. A realidade está bem aqui, aonde você só tem 40 minutos para se arrumar antes de sair para a apresentação.
- Nossa! – eu dei um pulo da cama – Dorothy me ajuda. Eu preciso ir linda para essa reunião.
- Linda você já é. Só precisamos realçar a sua beleza. – falou animada.
- Antes eu só preciso te pedir uma coisa.
- O quê? – ela perguntou antes de descer da cama.
- Me perdoe? – eu me ajoelhei perto dela – Eu disse que nunca mais te mandaria embora, e eu cometi o mesmo erro de novo.
- E eu disse que mesmo que me mandasse embora, eu não deixaria de te amar por causa disso e nunca vou. Você se arrependeu e isso que importa.
- Mas quantas vezes eu vou ter que errar e me arrepender para aprender?
- Quantas vezes for preciso. – ela desceu da cama – Você não precisa ser perfeita para Deus te amar, Paola. – passou a mão no meu rosto – Ele te ama do jeitinho que você é! Todas as vezes que você tenta acertar ele fica muito feliz, e quando você se arrepende dos seus erros ele fica mais feliz ainda, porque isso demonstra que você se importa em agradá-lo.
- Obrigada princesa. – apertei o queixo dela – Eu vou continuar tentando acertar sempre. Agora você me ajuda com a roupa? – perguntei para animá-la.
- Que pergunta mais boba. – ela disse indo correndo abrir a minha mala.
Escolhemos uma saia social verde cintura alta, com uma blusa preta e uma sandália. Dorothy soltou os meus cabelos, e quanto mais passava as suas mãos sobre ele, mas macio e ondulado ficava. Parecia que eu tinha feito um tratamento capilar divino para uma propaganda na TV. Depois eu me maquiei, porque era a parte que mais gostava.
- Está pronta. – Dorothy ficou toda orgulhosa.
- Agora vamos arrumar você. – falei empolgada.
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A Pequena Conselheira
General FictionPaola Bressani é editora-chefe de uma grande empresa na cidade de Milão. Ela segue uma vida rotineira e estressante já há um bom tempo, e não está nem um pouco preocupada com sonhos, novas conquistas e com nada que a tire do seu "mundinho". Para e...