Eu estava chegando a Nova York com o coração a mil.
Dessa vez não era só uma viagem a trabalho, eu não estava acompanhada por diretores que sabiam o caminho. Dessa vez eu estava sozinha, e seria apenas eu mesma quem escolheria o próximo caminho a seguir.
E eu escolhi Stamford.
- Boa tarde! – falei na recepção.
- Boa tarde. – a secretária falou assustada em me ver ali – A senhora é a chefe da Salutare, não é?
- Sim. – eu ia me explicar, mas ela continuou.
- Nossa! Não sabíamos que você viria hoje, ainda não terminamos de arrumar a sua sala, mas podemos ver uma que esteja disponível perto da sala dos diretores...
- Calma meu amor. – eu interrompi, deixando-a que respirasse – Eu só começo na semana que vem, não estou aqui a trabalho.
- Ai que bom. – falou aliviada. – Me desculpe o desespero, é que queremos fazer tudo da melhor maneira possível para te receber. – ela era toda simpática.
- Ah, não precisa se preocupar com isso, qualquer canto serve. – eu pisquei pra ela – Na verdade eu estou aqui para falar com a Donna, ela está?
Por fora eu aparentava ser a pessoa mais normal do mundo, mas por dentro os meus nervos faziam uma Rave e eu estava me tremendo toda.
- Não, hoje ela não está. É o dia de folga dela. – me respondeu.
Naquela hora eu pensei que o destino não estava ao meu favor.
- Vocês são parentes? – ela me perguntou.
- Somos irmãs. – respondi com um sorriso.
- Vocês se parecem mesmo. – eu gostava de ouvir aquilo – Você quer o endereço dela?
- Quero sim! – respondi sem pensar duas vezes – Obrigada.
Chamei o táxi e pedi que ele me deixasse na esquina da rua. Eu queria caminhar até a casa dela para tomar coragem.
Ela morava perto do Scalzi Park, eu nunca tinha visto um tão animado. Crianças brincando, jovens andando de skate, jogando tênis, pessoas passeando com o cachorro, outras correndo. Estava bem movimentado mesmo.
Eu continuei caminhando, segurando o papel com o endereço. Cada vez que eu chegava mais perto, mais nervosa eu ficava.
Quando cheguei ao número indicado, fiquei ali parada por um tempo, respirando fundo.
"Chegou o momento, eu vou conseguir." Pensei determinada.
Ao me aproximar da porta, eu ouvia umas gargalhadas vindo de dentro da casa. Toquei a campainha e tive vontade de sair correndo.
"Deus me ajuda!" Foi o que deu tempo de pensar, quando ela abriu a porta sorrindo.
O sorriso se desfez e a expressão de surpresa surgiu.
- Paola? – ficou sem acreditar.
- Oi. – falei toda sem jeito – Eu vim até aqui pra gente conversar.
Nisso, veio um menino correndo até nós.
- Mamãe, quem é?
Ao olhar para aquela criança, eu me emocionei no mesmo instante.
- É a tia Paola, filho. – Donna respondeu – A tia que mora na Itália, que a mamãe sempre falou pra você.
- Ah! – ele se lembrou – Você veio visitar a gente? – perguntou animado.
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A Pequena Conselheira
Fiksi UmumPaola Bressani é editora-chefe de uma grande empresa na cidade de Milão. Ela segue uma vida rotineira e estressante já há um bom tempo, e não está nem um pouco preocupada com sonhos, novas conquistas e com nada que a tire do seu "mundinho". Para e...