A minha noite nos braços de George tinha sido maravilhosa.
Eu estava vivendo cada momento como se fosse uma despedida, por isso acordei primeiro e fui correndo preparar o café da manhã. Eu queria que tudo fosse perfeito, que ele sentisse todo o meu amor, e que pelo menos por um instante, fossemos viver a vida toda juntos.
Eu sei que para muitos eu estava fazendo drama, mas só eu sabia o que estava sentindo por não poder ter mais filhos. Só eu sabia da minha vontade de me casar com ele e ter uma família, de ver a minha barriga crescendo, de ouvir uma criança me chamando de mãe. Só eu sabia o quanto estava sofrendo, ninguém mais.
- Bom dia. – ele surgiu com a sua voz rouca atrás de mim e me abraçou, beijando o meu ombro.
- Não era pra você ter acordado agora, eu ainda não terminei as panquecas. – falei procurando vestir a máscara da felicidade.
- Não tem problema, eu me contento com o seu abraço. – e me apertou em seus braços.
Eu fechei os olhos e queria ficar ali para sempre.
- Eu te amo George. – falei o que exalava dentro de mim.
Ele me virou para ele e segurou em meu rosto.
- Eu também te amo muito. – e me beijou com carinho – Nunca duvide disso. – falou sorrindo.
- Eu não duvido. – falei me virando e pegando as panquecas.
Por mim, eu não teria o afastado tão depressa, mas eu não queria correr o risco de chorar na frente dele.
- Vamos tomar o café logo porque não temos muito tempo. – falei servindo a mesa e olhando para o relógio.
- Está bem. – ele sentou do meu lado – Obrigado pelo café. – falou acariciando a minha mão.
"Oh Deus, aquele era o homem da minha vida".
- Imagine. – falei sentindo o meu coração palpitar como um louco.
- E então, eu nem te perguntei, o que você achou da minha filha? – ele quis saber, animado.
- Nossa, ela é linda! Um amor de criança. – respondi percebendo a alegria dele – Eu imaginava que ela fosse ser tímida, mais reservada. Muito pelo contrário, é toda animada, simpática.
- Ela é mesmo, uma criança muito feliz.
- Parecida com você. – comentei.
- Você achou? – perguntou todo bobo.
- Sim. – respondi voltando a tomar o meu café, porque eu não conseguia encará-lo por muito tempo.
- Vai ser ótimo você vir passar uma semana com a gente, ela vai adorar te conhecer. – ele insistia em me lembrar disso.
- Sim, vai ser muito bom. – eu falei terminando e me levantei depressa – Eu vou tomar um banho e já vamos para o aeroporto.
- Tudo bem. – ele me acompanhava com os olhos – Por mim você sabe que não precisa ir, não é mesmo? Deixa esse projeto de lado e vamos fugir no mundo. – sugeriu rindo.
- Eu adoraria. – falei pegando as minhas coisas – Mas seria muito prejuízo para o Marcos perder dois funcionários excelentes de uma só vez, não acha? – nós dois rimos mais ainda e eu entrei no banheiro.
Preciso falar que eu chorei o banho todo? Não né?
Vesti uma camisa social preta com uma calça preta, sandália preta. Sim, eu estava de luto.
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A Pequena Conselheira
General FictionPaola Bressani é editora-chefe de uma grande empresa na cidade de Milão. Ela segue uma vida rotineira e estressante já há um bom tempo, e não está nem um pouco preocupada com sonhos, novas conquistas e com nada que a tire do seu "mundinho". Para e...