A única forma de quebrar a ilusão é...

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E, sei que valeram a penaE eu sei que isso poderia funcionar seEu pudesse apenas deixá-lo entrarMas eu estou congelando


- Freeze You Out (Sia)


Derek:

Depois de ser enfiada dentro de uma banheira repleta de gelo – Obra de Deaton para ajudar-me a recuperar as memórias – eu tinha conseguido recuperar partes das minhas memórias. Sinceramente eu não gostaria de tê-las recuperadas e às vezes eu sentia que aqui, em meio a essa ilusão era o meu lugar. No entanto, esses pensamentos eram abandonados quando me lembrava da expressão triste de Stiles quando o deixei e o real responsável por ter me colocado naquele lugar. Se há uma coisa que me irrita, era saber que nada daquilo era real.

Olhei a cama ao meu lado e Stiles dormia tranquilamente. Passei mão em seu rosto. Como eu queria que aquilo fosse real. Meu peito se apertava por saber que tudo não passara de um sonho. Aquilo me irritava aquela vadia estava mexendo com o que não deve. Nunca se mexe com os sentimentos profundos de um lobo. Depositei um beijo em Stiles e me levantei.

Desci as escadas até a cozinha e lá estava ela, sentada no balcão de mármore como se nada tivesse acontecido. Fechei minhas mãos em punhos e rosnei para a figura tranquila e sorridente que fingia interesse em suas unhas.

- Olá Derek, que bom que você recuperou os sentidos. – Ela apoiou a mão no queixo. – Ou para ser mais a exata a memória.

- O que você quer de mim, Claudia? – Rosnei seu nome.

Ela levantou-se e rolou os olhos. Era como se minha pergunta não tivesse sentido algum. Apoiei minhas costas na entrada da porta e cruzei os braços dando a entender que tinha total paciência para saber qual seria a sua resposta.

- Não é obvio? Quero que você fique longe de Stiles...

Ri sem humor.

- Sem chances, Stiles é meu companheiro...

- Seu alfa idiota, Um Sidhe nunca será um companheiro de alfas. Nossa raça não deve ser companheiro de nenhum alfa. Somos seres solitários e nos multiplicamos relacionando-nos com humanos ou com nós mesmo. – Claudia vociferou. – Quero você longe dele, sua raça de cão selvagem faz mal aos Sidhe. – Claudia cuspia as palavras com ódio e nojo.

- Eu não tenho ideia qual o seu problema com nossa raça lupina, mas não permitirei que você afaste Stiles de mim. – Dei alguns passos em sua frente. Meus olhos tomaram a sua coloração vermelha. – Não permitirei que me tire meu companheiro. Eu sei que é a culpada por ter me prendido aqui e eu quero voltar para a realidade, não quero saber como fará isso, apenas de o seu jeito...

- Está me ameaçando lobo?

- Não, estou apenas dando um aviso, depois disso, ai sim será uma ameaça. – Avancei em sua direção enquanto via seu corpo se encolher.

Seus olhos fixaram-se nos meus. Sua boca tinha uma linha dura e seu corpo tremia. Seus olhos mudaram para um violeta vívido.

- Seu cão...

Fui arremessado para o outro lado do balão chocando-me com as panelas e copos que estavam por ali. Meio atordoado, levantei-me voltando a razão. Claudia tinha os olhos brilhando em violeta. Merda! Deixei meus olhos brilharem no seu habitual vermelho, rosnei para ela mostrando-a minha superioridade. Claudia saltou por cima do balcão desferindo chutes e socos em minha direção. Desviei de alguns, enquanto defendia-me de outros golpes que não conseguia desviar. Com um pouco de dificuldade por ela ser veloz em seus ataques, consegui segurar sua mão cerrada que estava a um passo de se chocar ao meu rosto. Rodopiei-a e a joguei contra a parede, aproximei minhas garras de sua garganta fazendo-a arfar por senti-las tão próximas. Pressiono-as até ver um filete de sangue escorrer do seu pescoço.

- Bem que eu poderia transformá-la. – Digo com um sorriso maléfico.

Claudia gargalha. Seus olhos violetas estão focados nos meus e ela não parecia preocupada.

- Não se pode transformar um Sidhe em lobisomem. A licantropia iria matá-lo. – Ela riu. – Se me matar agora, de adeus ao seu mundo real. – Uma risada irritante saiu de sua boca o que me fez querer arrancar sua cabeça. Afrouxo o aperto até soltá-la de uma vez.

- Na próxima eu terei certeza que sua garganta estará rasgada. – Digo entre rosnados. – Agora como eu...

De repente, ouço barulhos de paços. Olho rapidamente e vejo Stiles sair do quarto vestido em um robe de seda branco. Ele parecia sonolento e norteado.

- Stiles. – Coloco a cabeça para fora da portinha da cozinha. – Volte para cama, está cedo.

O que eu menos queria era Stiles presenciar sua mãe a quem acreditava que estava morta e que agora, esta aqui e eu estava preste a matá-la novamente.

- Está tudo bem? Eu escutei barulhos de algo se quebrando. – Ele coçou os olhos. – Tem alguém ai? – Sua expressão mudou de sonolenta, para preocupada e alerta.

- Não querido, apenas eu estou reclamado sozinho por ter derrubado os copos. – Sorrio para ele e pisco maliciosamente o que faz seu rosto ficar completamente vermelho. – Que tal voltar para cama? Quem sabe não volto assim que terminar de limpar essa sujeira para brincarmos mais um pouco. – Sorrio malicioso e ele cora.

Com um aceno e um sorriso tímido ele volta para o quarto.

Volto minha atenção para o ser insuportável que agora estava encostada na parede e de braços cruzados. Sua expressão era totalmente azeda como se acabasse de ter decidido chupar limão.

- Já pensou em comer açúcar? Ajuda nessa cara azeda. – Claudia resmunga e juro ter ouvido-a rosnar.

- Não acredito que anda tranzando com o meu filho. – Ela aperta os braços mais em seu peito.

- E você não tem ideia de quantas vezes. – Rio da sua cara de descrença. – Em um hotel, no carro, na floresta, no estacionamento...

- Chega! Eu já entendi seu cão no cio. – Ele resmunga.

- Agora, como saio daqui? – Pergunto ameaçador.

- Primeiro precisa que Stiles real lembre-se de você. – Ela riu. – Eu acho que será difícil, ele agora deve está vivendo sua vida sem ter ideia de quem seria Derek Hale. – Sua voz debochada me dava vontade de bater-lhe a cabeça na parede até ter certeza que ela não voltaria mais a falar.

- Jamais. – Fecho os olhos e me deixo sentir tudo o que há guardado em meu peito. Stiles, os momentos que vivemos juntos, em seu sorriso, seus abraços, seus beijos e em como cada segundo ao lado do garoto foram gratificantes. – Não se pode apagar um sentimento tão forte do mesmo jeito que se apaga uma memória. Ele vai se lembrar. – Sorrio. – Porque ele me ama. 

Crazy In Love ( Sterek)Onde histórias criam vida. Descubra agora