End of the world

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Peter:

Meu corpo inteiro doía como se um trator houvesse ido e voltado por cima dele. Minha perna parecia não corresponder aos estímulos do meu cérebro o que imaginei que ela poderia está quebrada. Mesmo que ela pudesse se curar, cinco minutos depois eu era atingido e espancado até ela se quebrar novamente.

Gemi quando tentei me mexer, ainda estava acorrentado nas grades de uma janela pequena, que parecia ser à saída de ar. Pergunto-me há quanto tempo estava naquela posição, ou por quanto tempo terei de permanecer naquele lugar. Era abafado e fedia a excrementos e lixo. Eu queria sair dali e poder sentir um cheiro mais limpo do que aquela podridão.

Abro os olhos e vejo algo a minha frente. Eram duas botas de coro grosso, o mesmo coro que chutara incansavelmente meu estomago. Estou sem forças para rosnar ou até mesmo abrir os olhos. Abro a boca, espero ouvir o som da minha voz logo em seguida, mas não vem nada. Minha garganta está tão seca que queima como carvão em brasa.

Quando me mexo ouço uma risada e uma voz irritante invadir meus tímpanos que imploram incansavelmente para aquela voz irritante sumir. Eu queria muito poder arrancar todas as cordas vocais daquele individuo e nunca poder ter de ouvir sua voz irritante.

Acordo dos meus devaneios com um chute. Aquela bota de coro está novamente se encontrando com o meu estômago. Isso dói seu filho da Puta! Quero poder xingá-lo, mas se torna uma tarefa difícil, já que estou ocupado com os grunhido de dor.

- Já chega Ennis! – Posso escutar a voz de Deucalion.

Abro os olhos vagarosamente. Vejo o Pack de Alfa reunido. Bufo e reviro os olhos.

- Não devia tratar nosso convidado dessa forma. – Reviro os olhos com o comentário de Deucalion.

Ele se aproxima de mim. Meus olhos mudam rapidamente de cor. Maldita força de alfa. Não conseguia controlar meu lobo que se submetia ao poder de alfa exercido sobre mim e novamente eu perco pela briga de dominância.

- Me diga Peter... – Deucalion se senta em uma poltrona completamente desgastada pelo tempo. – Sabe por que está aqui? – Apenas posso concordar já que minha garganta está queimando e meus lábios pareciam ter sido grudados com uma cola poderosa.

- Me diga Peter. – Ele se aproxima. – Você sabe o que eu quero?

Concordo novamente.

- Então diga.

Tendo abrir a boca, mas ela está seca e minha garganta queima ainda mais e a única coisa que eu digo é vaga e tão baixo, que se não fossem lobisomens, certamente não escutariam.

- Água.

Deucalion dar uma rápida olhada para os gêmeos que estão as suas costas. Os dois trocam olhares e saem apressadamente por uma porta pendurada que aos poucos não desaba. Meu olhar corre de Deucalion para os outros alfas que me avaliavam como se eu fosse sair correndo a qualquer momento. Rolo os olhos.

Cerca de alguns segundo, os gêmeos voltam. Um segurava uma garrafa de água e outro voltava com um copo descartável em mãos. Um dos gêmeos enche o copo com a água e vem até a mim. Á água que preenchia o copo parecia ser um líquido dos deuses. Minha garganta implorava pela a água e podia sentir meus lábios secos roçarem um no outro, como se já sentisse a água os molhando. Eu nunca pensei que ansiaria tanto assim por algum.

- Aqui. – Um dos gêmeos elevou o copo até os meus lábios.

Captei o máximo do líquido que recebia, molhando a minha garganta que antes queimava. O líquido parecia apagar o fogo que antes dominava a minha garganta. Eu estava me sentindo revigorado. Um pouco de água havia sido o bastante para tirar toda aquela agonia que antes me incomodava.

- E agora? – Deucalion cruzou as pernas e apoiou-se sobre o cotovelo. – Está melhor?

Revirei os olhos.

- Sim. – Respondo grosso.

Não contei um segundo para receber um chute de Ennis em minhas costelas. Havia quebrado mais duas costelas e hoje devo contar umas cinco costelas quebradas. Se continuar assim, eu não terei mais nenhuma costela sobrando no corpo.

- Então me diga o que você sabe...?

- Sobre o metamorfo que vocês mesmo transformaram e o soltaram como um simples animal dócil? – Perguntei.

Deucalion levantou da sua poltrona, ele pareceu nervoso quando comentei sobre o animal de estimação deles.

- Sabe onde ele está?

- Sim. – Minhas respostam eram curtas e parecia o irritar.

Mais um chute, mas dessa vez minhas costelas se safaram, mas meus estomago não teve essa mesma sorte.

- Você me ajuda e eu te ajudo. – Deucalion veio até a mim, seus passos curtos pareciam cada vez mais longos, chegando mais próximo de onde eu estava. Seus óculos foram retirados e pude ver os olhos vermelhos vivos que agora exercia certa pressão em meu lobo. – Vou perguntar novamente. O que você sabe?

Meu lobo interior se encolheu para o seu canto mais escuro. Covarde! – Vociferei para o meu lobo. Meus olhos e presas tomaram suas formas como se não tivesse controle das minhas ações. Eu rosnei alto tentando conter aquela pressão que Deucalion exercia sobre mim. Maldito poder de alfa.

- Eu vi o metamorfo em uma noite, ele está em Beacon Hills. – Vomitei as palavras de uma vez. – Mas não sei quem é.

Mentira.

Deucalion olhou atentamente para mim como se tentasse farejar a minha mentira. Felizmente, mentir é uma das coisas que eu sei perfeitamente, principalmente com lobisomens. Apenas preciso manter o ritmo do meu coração e não manter o nervosismo.

- Onde o viu? – Perguntou ele.

- Você faz os seus metamorfo e eu que tenho que saber de tudo? – Outro chute, mas dessa vez pareceu ter sido ainda mais forte. – Ai! Está bem, eu sei. Eu o vi no parque central de Beacon Hills.

Mais uma mentira. Agora eu tenho certeza de que estarei aprovado como grande mentiroso.

- Ennis! – Opa! Acho que minha mentira foi detectada. – Prepare tudo, estaremos nos mudando, de novo. – Ufa! Estou salvo.

- Espera!

Lembrei-me de algo que precisava dizer algo que não poderia deixar passar de forma alguma. Não preciso dar detalhes, Deucalion saberá do que eu estou falando. Aquilo fará sentir a mesma coisa que eu estou sentindo. Ultimamente todos estão tão ocupados que não perceberam o quanto o sobrenatural está se abalando, completamente tenso como se algo grande e muito ruim estivesse para chegar.

Todos viraram para mim, menos Deucalion. Ele permanecia de costas como se esperasse que eu falasse algo rapidamente para poder bolar o que precisava.

- Vocês não sentiram? – Dessa vez Deucalion rodou seu corpo. – O quanto o sobrenatural está tão tenso. Se abalando aos poucos. – Deucalion e seu bando de alfas pararam por um momento e fungaram o ar. Os olhos dos gêmeos estavam vermelhos, Ennis se manteve em alerta, assim como Kali que rosnava baixinho. – Vocês iriam notar de qualquer forma, apenas ajudei antecipando o assunto. Algo está errado, alguma coisa vai acontecer ou está acontecendo para abalar toda a estrutura do sobrenatural. – Meus olhos encontraram os óculos escuros de Deucalion. – Você conhece a história não é Deucalion? Do que houve há alguns anos atrás que provocou essa mesma sensação?

Pela primeira vez vi Deucalion tenso trocando seu peso de uma perna para outra. Todos estavam tensos, assim como o ar se mostrava. Os gêmeos trocavam olhares desentendidos, Ennis e Kali olhavam de mim para Deucalion.

- Impossível. – Deucalion sussurrou.

- Sim, está acontecendo tudo de novo. 

Crazy In Love ( Sterek)Onde histórias criam vida. Descubra agora