Crazy In Love ( Sterek)

Caos

Abra seus olhos
Provocado pelas sombras da sua luz
Frio e distante

Derek:

Dessa vez meu sonho havia sido pior. Todos os dias eu tenho sonhos sem nexo e quando eu acordo, percebo que tudo continua sendo tão real. Eu estou começando a ficar assustado, não sou muito de me assustar com coisas banais, porém o fato de não poder distinguir a realidade de sonho está me deixando um pouco conturbado.

Em alguns momentos eu tenho sonhos com Stiles, o momento que passamos juntos, em como éramos felizes e em muitos casos os sonhos são falsos, pois nele eu me vejo com Stiles, em uma casa, com filhos vivendo uma vida normal. Só então quando percebo que nunca poderemos ter uma vida como aquela, é quando me desperto. Vejo que tudo não passara de sonhos. Às vezes sonho com vários dos meus amigos mortos empilhados em uma pilha horrenda de mortos sangrentos e no topo eu estou posicionado, com os olhos vermelhos, as roupas ensanguentadas enquanto segurava em meus braços Stiles que com seu traje social branco assumia manchas vermelhas. Eu estava ficando louco só pode. Desde que havia me encontrado com aquela bruxa, "se é que é uma"; tudo a minha volta se tornou um filme de terror. Costumo andar a noite sem ao menos perceber e sem ter controle do meu corpo. Sempre a vejo, tenho sonhos muito reais e a maioria deles eu me vejo sujo de sangue com o corpo de alguém nos braços enquanto me mantinha em pé em uma pilha de corpos. Hoje havia sido o corpo de Stiles, mas incrível que nesse sonho Stiles estava vivo por um fio. Ele respirava muito mal e seu coração batia fracamente. Era uma esperança para mim, principalmente depois de ter presenciado em sonhos realista sua morte diversas vezes.

- Você o ama? – Uma voz infantil surgiu as minhas costas. Inconsequentemente dei um salto para trás pronto para o que supostamente viria a ser uma luta.

- Claro que sim. – Foi quando percebi que o corpo de Stiles não estava mais comigo. – Onde ele está? – Perguntei para a criança. Engraçado a minha capacidade de achar que aquela criança saberia de tudo.

- Seguro de você. – Olhei espantado para a criança.

Como assim seguro de mim?! Eu nunca seria... Quando olhei para as minhas mãos, elas estavam ensanguentadas, mas o sangue não era dos meus amigos, pelo o contrário eu os via morrer, mas não por mim. Minhas mãos estavam cheias de sangue, eu lutava ferozmente com inimigos que desconhecia.

- Seguro do que você mesmo transformou. – Olhei novamente. Os inimigos corriam até Stiles, eu o via ser capturado e morto. No entanto, por mais que eu corresse não o alcançava. Foi então que eu percebi o porquê eu não conseguia chegar até Stiles. Eu também havia morrido. – Você escreveu o seu futuro Derek Hale e esse é o futuro que você criou.

- Não! Não pode ser. Quem é você? Só há um ser que pode ver o futuro.

- Exatamente Derek, eu sou um Sídhe.

Nesse momento eu acordei, mas não na minha cama. Eu me encontrava em um tronco de árvore. Olhei minhas mãos e contei meus dedos, cinco em todas as mãos. Não havia sido um sonho, tudo estava sendo real, mas como...?

- Exatamente. É tudo real. São apenas alucinações que eu criei. – A mesma mulher desconhecida chegou até a mim. Ela não rastejava, ela não estava tão estranha como da última vez que a vira. Dessa vez, ela estava bela, com tranças em seu cabelo castanho escorrido, trajava um vestido longo que dançava a melodia da fraca brisa noturna.

- Quem é você?

- Pode me chamar de Claudia.

Aquele nome me acertou a memória como um cajado encharcado de acônito. Eu conheceria aquele nome onde eu estivesse. Lembrei-me perfeitamente das características da pessoa que possuía esse nome, de como eu o escutei sendo pronunciado várias vezes pelo xerife ou por Stiles. Aquele nome nunca me foi desconhecido. Claudia... Claudia... Clau... Dia... É isso Claudia Stilinski.

- Como você...? – Tentei pronunciar a palavra viva, mas eu estava tão surpreso que meu cérebro travava diversas vezes me impedindo de pronunciar quaisquer palavras.

- Eu continuo morta. – Ela falava séria, mas sua voz era suave e sua feição continuava dócil por mais que se mantinha séria. – O que você está vendo é só uma essência.

- Stiles gostaria de saber disso. – Percebi que pronunciar o nome de Stiles havia sido um péssimo erro.

- Ainda não está no tempo dele. – Ela parecia triste em dizer isso e novamente o arrependimento do que dissera me abateu novamente.

- Me desculpe eu não...

- Isso não é o mais importante no momento. – Ela tomou um ar sério e logo percebi que o que viria a seguir seria um bombardeio sendo jogado sobre mim. – Eu preciso que venha comigo. Como eu mostrei a você, o mundo se acabará, o futuro foi decidido. Derek Hale você exterminará nossos seres, você acabará com a existência dos Sídhe. – Ela suspirou. – Por isso eu estou aqui para impedir isso.

- Me matando?

- Não, levando-o conosco. Porém, isso não pode mudar o que está por vir, mas posso mudar o rumo da vitória. – Ela me lançou um olhar sério como seu eu fosse atacá-la e estrangulá-la até a morte. – Você virá para o nosso plano.

- Você quer dizer que quer me levar ao mundo de vocês, o lugar onde os Sídhe vivem? –Deixei uma longa e espalhafatosa gargalhada ser solta por mim. – Só pode está brincando não é? – Esperei ver sua expressão mudar. Tentei me concentrar em ouvir seu coração, mas logo me lembrei de que não se pode ouvir um coração que não existe.

- Estou falando sério. Você tem até a noite de amanhã para decidir isso, se não eu mesma farei questão de arrastá-lo. Nesse mesmo lugar. Até mais Derek Hale

- Ei! Espere...

Não tive tempo de falar mais nada, apenas fui deixado na floresta escura com os pensamentos queimando em minha cuca. O medo, os sentimentos de desespero e confusão transtornavam em meu peito e como se fosse um furacão furioso, se remexia em meu interior causando um abalo na minha estrutura sentimental. Eu estava perdido, não sei ao certo o que aquela mulher queria me dizer, mas ela estava querendo que eu fosse embora e isso se resumia que precisaria abandonar novamente Stiles. Não queria cometer esse mesmo erro novamente, mas algo me dizia que precisava ir que algo estava por vir e que o lugar onde preciso ir seria as respostas para tudo.

Eu tinha até a noite de amanhã para me despedir de Stiles, como também devo arrumar uma maneira de fazer com que me esquecessem até meu retorno.