Blinded by rage

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Faith

A morena de olhos verdes me encara com seus olhos enormes, ela está pálida e sua boca está levemente aberta. Luna olha rapidamente para a porta atrás de si, um frio percorre minha espinha ao imaginar que Joseph possa ter escutado algo, graças aos céus não, pois a porta se encontra fechada e o absoluto silêncio se faz presente. Luna tira seu salto o jogando em qualquer canto, e me pega pelo braço me levando até o quarto, e fechando a porta. Uma de minhas mãos ainda está sobre o celular, que se mantém firme em minha orelha, posso ouvir Justin desesperado chamar meu nome, sem pensar duas vezes desligo o aparelho e olho Luna que está a minha frente ainda esperando por respostas.

— Faith. — sua voz sai autoritária e firme.

Sei que ela sempre foi forte e impõe suas vontades. Joseph que diga, o homem sofre com ela, mas essa Luna está intimidadora, com apenas meu nome soando com essa entonação forte. A encaro e ereto minha coluna pondo minha melhor pose que não estou assustada.

— Eu conheço você tempo suficiente para saber que no fundo está assustada com o que eu possa fazer, e fique tranquila, eu não vou fazer nada Faith. Eu só quero entender, como conseguiu um celular? E como assim derrubar White Cube? — ela pega minha mão e se senta, fazendo com que eu imite seu gesto e faça o mesmo.

Relaxo meus ombros ao ver verdade em seus olhos brilhantes, vejo fé em seus olhos, a mesma esperança se ascende nela, como ascendeu em mim quando reencontrei Justin. O celular simples toca em minha mão, olho na tela e vejo o nome Justin escrito, engulo em seco quando vejo Luna olhar o aparelho também. Desligo o aparelho por completo, sei que ele deve estar como um louco, sem saber o que houve comigo, mas eu não sei como agir neste momento.

Pergunto-me se devo ou não contar para Luna, ela sempre me inspirou confiança, porém, nunca conhecemos alguém verdadeiramente sem anos de convivência, e agora vem o ‘’mas’’.... Luna está como eu, ela é vítima de um gigolô, ela como eu foi raptada, pior, ela foi vendida pelo seu padrasto. O que eu vou fazer? Grito internamente comigo mesma.

— Luna, eu não vou mentir para você, eu estou confusa, não sei se devo confiar ou não. — ela pega minhas mãos e as juntas, vejo seus olhos cheio de curiosidade, mas com uma pitada de entendimento. Ela sabe mais ou menos o que deve estar acontecendo, só precisa do entendimento.

— Faith. — ela umedece os lábios e me olha. — Eu nunca faria nada que prejudicasse você, e ouvi perfeitamente quando disse derrubar essa galeria. Eu estou presa nesse lugar há mais tempo que você, se tem uma pessoa que quer que Dean pague, essa pessoa sou eu. Sabe qual era meu sonho antes de ser traficada? — seus olhos brilham com a formação de lágrimas que concentra neles. — Antes de aquele bastardo me vender para o demônio engravatado nomeado Dean — rimos. — Eu não queria ser uma mulher independente, não queria um salário alto ou um cargo invejável, eu queria uma casa simples em lugar calmo, queria um marido e três filhos, queria poder ser mãe, queria ser esposa, sonhava em casar de branco e virgem. Eu fui aquele tipo de adolescente apaixonada, com sonhos de princesa. Eu queria poder cuidar da minha casa, queria que meu marido chegasse em casa no fim da tarde e eu o recebesse com um beijo singelo, e iria querer saber como foi seu dia, mas Dean Henderson me tirou tudo isso.

Pela primeira vez em quase oito meses a vi chorar e doeu, como jamais havia doido alguma vez ao ver alguém chorar.

— Graças a Dean, eu nunca vou saber se teria realizado o meu sonho, ou se iria quebrar a cara, e amadureceria com isso. Graças a Dean eu não sei o que é ser amada. Graças a Dean eu não saberei o que é ser tocada pelo homem que escolhi, Faith minha virgindade foi leiloada quando eu tinha apenas dezoito anos, até isso meu padrasto revelou para que ele me vendesse mais cara.

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