Epilogue

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Faith

— Isso é um desastre! — ela exclama com os olhos marejados, bochechas vermelhas e uma feição entristecida após encerrar a ligação.

Não posso evitar o riso, o mesmo que ecoa por todo o quarto e chama atenção das outras mulheres aqui presentes. Todas me encaram perplexas, como se meu ato involuntário fosse um crime ou algo do gênero. Balanço a cabeça em negativo, ignorando-as e me sento-me a cama ao lado da noiva com os neurônios a flor da pele.

— Chloe, qual é problema? — pergunto com o tom de voz manso. Minha mão toca a sua e juntas elas se perdem em meio a grande quantia de tule branco do vestido magnífico que ela veste.

— Meus tios. — ela suspira e ergue o olhar até que ele se encontre com o meu. — Eles não poderão vir ao casamento. Pelo o que eu entendi minha tia Elizabeth torceu o tornozelo e mal consegue andar.

— Isso é uma droga. — afirmo e ela franze a sobrancelha.

— Você deveria dizer algo para eu me sentir melhor.

— O que foi? Estou sendo sincera. — rio novamente. — Sim, a ausência dos seus tios  é uma verdadeira merda, mas não é o suficiente para que estrague o seu dia. Chloe, hoje é o dia mais feliz da sua vida, então levanta a cabeça e vá retocar a maquiagem porque tem um homem lindo te esperando do lado de fora dessa fazenda.

Ela delicadamente passa os dedos abaixo dos olhos, contendo as lágrimas e sorrindo largamente. Seus braços finos envolvem o meu tronco e me puxam para perto em um abraço apertado. Relaxo o queixo em seu ombro e ela faz o mesmo, mas me esforço para não amaçar o seu vestido. Sorrio.

Chloe sem dúvida alguma fora uma das melhores coisas que aconteceram em minha vida desde que voltei para casa. Justin é maravilhoso, mas sentia falta de uma amiga, alguém com quem eu pudesse compartilhar meus pensamentos e desabafar sem me sentir culpada por descarregar a minha dor. A nossa conexão foi imediata e desde o momento em que Henry a apresentou naquele jantar nós não nos desgrudamos mais, como amigas de longa data.

— Você não acha que talvez isso seja um sinal? — ela sussurra em meu ouvido.

— O que quer dizer com isso? — questiono no mesmo tom quase inaudível.

— Primeiro o meu sapato quebrou, depois o bufê atrasou trinta minutos e agora meus tios não vem mais. — fecho os olhos por breves segundos e a afasto para que eu possa encarar suas íris escuras.

— Sapatos somem. Bufês atrasam e infelizmente acidentes acontecem com familiares. — toco seu ombro com amão direita. — Chloe, se você pensa que isso é um sinal para que você não ande até o altar e se case com o homem que está completamente louco por você, então minha amiga você é terrivelmente estúpida.

Ela gargalha alto, encarando as outras madrinhas de soslaio.

— Você tem razão, eu estou sendo boba. — suspira, como se um peso saísse de suas costas. — Estou ansiosa e nervosa. Esses foram os meses mais estressantes da minha vida, mas todo esse estresse irá valer a pena porque eu amo o Henry e sei que ele também me ama.

— Isso é exatamente o que eu estava esperando ouvir. — levanto-me da cama, esticando os braços em sua direção e a puxando para cima quando ela segura minhas mãos.

— Obrigada!

— Não precisa agradecer. — sorrio largamente.

Demora um pouco até que todas se estejam devidamente prontas. Chloe retoca a maquiagem e as outras madrinhas entusiasmadas acabam fazendo o mesmo. Quase sessenta minutos depois eu recebo algumas mensagens de Justin, questionando os quinze minutos de atraso e dizendo o quanto Henry está aflito lá fora.

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