She leave me

376 25 33
                                    

Justin 

Abro meus olhos de uma vez e me arrependo no mesmo instante pela súbita claridade que faz com que meus olhos se fechem, como modo de defesa pelo desconforto que sinto. Não só meus olhos reclamam, como minhas costas também, resultado da noite com minha esposa. Olho para o lado, e a vejo dormindo encolhida com sua mão apoiada em meu peito. Aliso seus fios castanhos tirando-os de seu rosto, e vendo o mesmo calmo e sereno acompanhado de uma respiração leve. Meu peito aquece como toda manhã ao constatar que fiz a escolha certa ao escolher Faith como minha companheira para toda vida. Sinto suas unhas alisarem meu abdômen, e sorrio.

Pego meu celular que esta sobre o criado mudo, e percebo que em quinze minutos o despertador irá acionar, assim como percebo nossas roupas pelo quarto, jogadas por cantos diferentes. Volto meu olhar para ela, que tem somente um olho aberto e sua órbita azul está tão límpida, como um dia de verão, quando o céu atinge aquele azul claro por completo. Percebo em sua orelha que lá está o brinco refletindo todo seu brilho e glamour, quando vi o topázio imediatamente os olhos de Faith vieram em minha mente, não me importei em gastar boa parte de nossas economias naquela joia que parecia ser desenhada para ela, unicamente para ela, uma peça pequena, meiga e singela, assim como ela. Sinto seu olhar sobre mim, estamos em silêncio, mas não me incomodo, é gostoso e reconfortante. Sinto sua pele roçar na minha ao se aninhar mais a mim, ambos estamos nu. Aliso sua coxa, e a vejo fechar os olhos curtindo o carinho, e morder o lábio em uma expressão sexy. 

––  Vejo que está animada. –– minha voz sai grossa, e bem mais rouca que o normal pela falta de uso nas últimas horas. Seus olhos se abrem, e posso ver o desejo neles. Rio baixinho, sei o quanto ela ama ouvir minha voz pela manhã, é como um fetiche seu. 

––  Justin. ––  apenas meu nome é pronunciado baixinho e envolvente.

A viro, ficando por cima, e a beijo com luxúria, muitos poderiam considerar nojento o ato, por nenhum dos dois ainda não ter feito sua higiene matinal, mas eu não me importo. Meus ombros são apertados, e controlo minha excitação, sei que a qualquer minuto tenho que levantar. Escuto o barulho irritante do meu celular, ela me olha e sorri. 

––  A noite serei sua escrava sexual. O que você quer: uma estudante, uma enfermeira, ou uma policial? ––  ela pergunta baixo em meu ouvido, me olha e pisca seus olhos. Fecho os meus olhos, desejando anoiteça em um passe de mágica. Adoro quando ela se comporta como uma submissa, e se fantasia para mim. 

––  Uma estudante. ––  ela gargalha alto, e me olha maliciosa, sei que na cabecinha ninfomaníaca dela acaba de montar todo um cenário. 

Dou mais um beijo, e me levanto indo para o banheiro, deixando a porta do banheiro aberta, algo comum entre casal. Ela entra no banheiro, e pega sua escova de dente, começando a escovar os mesmos. Estranho, ela não é de levantar cedo. 

––  Por que já está de pé Faith? ––  ela cospe a pasta na pia e me encara, fazendo uma careta logo em seguida. 

––  Tenho médico, ginecologista. Como odeio, é tão constrangedor,mesmo que a doutora Stevens seja médica de minha família a muitos anos, e que me acompanha desde moça, não consigo me acostumar. ––  ela diz me encarando. 

––  Finalmente vai conversar sobre uma possível gravidez? –– pergunto sorrindo abertamente, nunca escondi meu desejo em ser pai, não precisaria correr, seria algo planejado com calma. 

––  Não Justin, só consulta de rotina mesmo, daqui dois anos planejamos nosso filho, como combinamos. ––  ela fala sorridente.

Ligo o chuveiro, e gemo de dor quando a água quente bate contra meu braço, quase queimando a pequena região sensível, e em carne viva onde a bala passou ontem. Praguejo ao ver Faith me olhar procurando respostas, e por não conseguir me conter. 

The case of White Cube ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora