Justin
O toque do celular chega aos meus ouvidos de forma estridente, despertando-me do mais profundo sono. Remexo-me na cama, virando para um lado e depois para o outro. Espreguiço meu corpo, erguendo os braços e as pernas o máximo possível. Quando finalmente estou minimamente disposto eu pego o celular em cima do criado mudo, mas surpreendo ao não vê-lo tocar. O som continua, e por alguns instantes penso estar louco. Mas então finalmente eu percebo que é o celular que comprei para me comunicar com Faith. Corro em direção a calça jogada no chão, tirando o celular do bolso e atendendo.
–– Oi Faith. –– digo, com a voz extremamente rouca.
–– Graças a Deus, você demorou tanto que eu pensei.... Deixa pra lá.
–– Eu estava dormindo, me desculpa. –– levanto e sento-me na cama. –– Você está bem? Porque me ligou tão cedo? –– pergunto ao encarar o relógio e ver o fato de ainda ser seis da manhã.
–– Sim, eu estou bem. Mas, estou preocupada com a Luna. Justin ela não dormiu em casa essa noite.
–– Não se preocupe, eu vi Luna ontem na galeria, ela até me entregou aquela lista de funcionários que eu pedi. Tenho certeza de que ela passou a noite com algum cara.
–– Não Justin, não passou. Ninguém trabalhou ontem à noite.
Noto o desespero em seu tom de voz.
–– Amor, ela está bem, eu tenho certeza. Mas, se por acaso ela não aparecer até o fim do dia você me liga, ok?
–– Ok!
A ligação não dura mais do que isso, pois Faith jura ter ouvido a voz de Joseph no corredor. Jogo o celular em cima da cama, e vou em direção ao banheiro. Tiro a cueca e entro no chuveiro, sentindo a água gelada cair sobre meu corpo, levando a preguiça embora pelo ralo.
É frustrante vê-la dessa forma, com medo e assustada com tudo ao seu redor. Luna está bem, tenho certeza, mas agora até mesmo as coisas bobas parecem atormentar Faith. Não a julgo, pelo contrário, a compreendo. Ela passou por tanta coisa que seria um crime esperar qualquer inabilidade de sua parte.
Ao sair do banho visto roupas simples, mas formais o suficiente para que ninguém do trabalho pense que sou um folgado. Pego o distintivo, a arma e o papel com os nomes que Luna me passou. Depois de verificar se tudo está dentro dos conformes eu saio de casa, entrando no carro.
Durante o caminho eu ligo para Henry, e céus, como é bom poder falar com meu velho amigo. Apesar de todos do FBI terem me recepcionado muito bem, nenhum de meus colegas de trabalho se compara a Henry, o mesmo está comigo desde o início, nos formamos na academia juntos, e fomos parceiros por anos. Sinto falta de meu amigo, além do mais ele é a única pessoa com quem posso me abrir sobre toda a confusão envolvendo minha esposa e White Cube.
Estaciono o carro e entro rapidamente no escritório, indo direto para o escritório de meu chefe.
–– Com licença, senhor. –– peço educadamente parado em frente a sua porta aberta.
–– Detetive Bieber, entre. –– assinto, sentando-me em uma das cadeiras em frente a sua mesa.
–– Então detetive, alguma novidade sobre White Cube?
–– Senhor, eu consegui uma lista de todos os funcionários do lugar. Sei que não é muito, mas tenho certeza de que algum deles sabe alguma coisa. –– ele suspira.
–– Esse caso está demorando mais do que o esperado. –– ele apruma o corpo na poltrona. –– Quero que fale com cada uma dessas pessoas, faça o que for preciso para que uma delas abra a boca. –– assinto.
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The case of White Cube ✓
FanfictionQuando ela desapareceu, eu me dediquei inteiramente ao trabalho, na tentativa falha de ocupar meus pensamentos com algo que não lembrasse Faith. Era impossível não vê-la em cada canto da casa, não sentir seu cheiro impregnado sobre os lençóis. A car...