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Faith

–– Amor... –– sinto um toque leve em minhas bochechas, alisando minha pele. Subindo e descendo, me fazendo despertar bem devagar. A luz forte torna minha visão turva. Pisco meus olhos algumas vezes até finalmente conseguir estagnar minha visão no homem a minha frente, lindo e sorridente. –– Você acabou pegando no sono. Eu não queria te acordar, você estava dormindo tão serena.

–– Então por que me acordou? –– brinco, coçando os olhos e erguendo meu corpo sem saber ao certo em qual momento eu me deitei nos assentos da delegacia.

–– Por que eu pensei que você fosse gostar mais de dormir em uma cama. –– franzo a testa, ainda não conformada por ele ter me acordado. Os assentos da delegacia não são o lugar mais confortável do mundo, mas meu dia havia sido cansativo e cheio, estou exausta e sem dúvida alguma teria dormido até o dia seguinte se Justin não tivesse me acordado. –– Comigo. –– ele completa me fazendo sorrir.

–– Tudo bem, mas você terá que em carregar até o carro. –– estendo minhas mãos em sua direção como uma criança pedindo colo.

Ele gargalha, mas não protesta. Justin me puxa para cima, passando suas mãos ao redor de minha cintura e me ajudando a caminhar para fora do lugar. Estaria mentindo se dissesse que não senti falta de momentos bobos como antes, momentos sem qualquer tensão. Momento em que eu podia ser simplesmente a Faith, uma mulher adulta que vez ou outra se permitia agir como a criança que ainda habita dentro de mim.

E Justin por sua vez... Não há palavras que descrevam o quão maravilhoso meu marido foi nas últimas semanas, passando por cima de seus limites e sendo o profissional que me enche de orgulho. Mas, senti falta do homem relaxado por detrás do distintivo, e agora, nesse exato momento enquanto ele me acomoda no banco do passageiro como um pai acomoda o seu bebê eu consigo ver esse homem relaxando voltando para a minha vida.

Durante todo o caminho eu cochilei, sem saber assim quanto tempo levou ou se alguma coisa inusitada aconteceu durante o trajeto, me fazendo perceber que eu não estou apenas exausta, mas sim completamente acabada. Entretanto, são quase uma da manhã e por isso não me sinto nenhum um pouco culpada. Um pouco velha talvez. Mas culpada não.

O carro é estacionado em frente ao prédio que Justin se acomodou durante o tempo em Chicago. Ele dá a volta no veículo e abre a porta do passageiro me ajudando a sair, os lances de escada são realmente um desafio, tanto para mim que mal me aguento em pé quanto para ele que não consegue se decidir entre me ajudar ou se aproveitar da minha fragilidade para apalpar meu corpo me fazendo rir.

–– Você está terrível hoje. –– afirmo com a voz sonolenta enquanto ele abre a porta do apartamento.

–– Eu estou feliz Faith. Você não está? –– ele me encara antes de me dar passagem.

–– Sim, muito feliz. Mas, também estou com muito sono. –– adentro o apartamento indo direto para a cama de casal onde eu me jogo sem ao menos tirar os sapatos.

–– Então durma. –– sinto seus dedos corriqueiros deslizarem meus tornozelos até finalmente tirarem os sapatos de meus pés. Ele beija meu ombro e eu me acomodo na cama, abraçando um dos travesseiros. –– Eu vou tomar uma ducha.

No instante em que ouço o som do chuveiro sendo ligado meus olhos se abrem e sou atraída para a porta aberta como um gato é atraído pelo novelo de lã. Analiso a fresta aberta, e deduzo que Justin a tenha deixado assim de propósito exibindo sua bunda redondinha apenas para me provocar. Mordo meu lábio inferior e sinto um calor se instalar no meio de minhas pernas.

Os minutos seguintes passam em câmera lenta e eu acompanho cada movimento de meu marido com o máximo de atenção, analisando desde a forma como ele ensaboa seu abdômen tatuado a ereção que se forma quando o mesmo massageia seu membro grande, rosado e grosso. O chuveiro é desligado e assim que o vejo pegando a toalha viro-me para o lado e fecho os olhos, fingindo estar adormecida sem me importar com o quão infantil isso parece. De jeito nenhum eu darei a Justin o prazer de saber que sua sensualidade tirou meu sono.

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