Five Names

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Justin

Pela milésima vez confiro meu equipamento de trabalho, não nego, estou fascinado com o que o FBI disponibilizou para mim, um equipamento de ponta e última geração. Passo as mãos em meu cabelo, bagunçando meus fios, pego uma arma e travo bem na minha perna fazendo que a mesma não fique a amostra e sim bem camuflada, pois nunca se sabe o que pode acontecer de ruim. Na minha perna esquerda, dentro da meia coloco um pequeno canivete, a calça com lavagem desbotada não marca minhas pernas o que favorece para não marcar a calibre 38 em minha perna direita. A bolsa preta de couro está sobre a cama, com tudo que precisarei para montar um estúdio em uma sala que Henderson preparou para mim.

Olho no espelho algo me surpreende, o meu coração está acelerado. Em um ato inesperado, que não faz parte de mim, o faço acontecer, fico inseguro e suspiro, nunca senti isso antes. Tenho a total certeza que estou com medo, o que é estranho, não entendo porque estou assim, o que posso dizer com convicção é que meu coração está apertado, e pequeno. A expressão que algumas pessoas usam parta definir a angustia, seria uma premonição? Que algo de ruim aconteceria? Ignoro tais pensamentos. Sou um policial, estou sujeito a qualquer momento me acontecer algo.

Pego a bolsa, e sua alça vai para meu ombro esquerdo. Saio do meu apartamento, fecho a porta da frente segurando a chave entre meus dedos com uma força descomunal, vou a passos rápidos até onde meu Corolla está, manobro o carro e logo meu carro movimenta pelas ruas de Chicago. Em meu mp3 a voz de Sam Smith ecoa com a música stay with me, meus dedos batucam calmamente no volante enquanto o sinal vermelho não abre. Fecho os olhos prestando atenção na letra, de fato certas coisas ali servem para mim como uma luva. Controlo a vontade de chorar, novos ares, nova vida, eu aceitei minha nova vida e não posso ficar remoendo. Preciso focar somente no meu presente e futuro, estou em uma missão grande, minha vida profissional atingiu seu ápice, e sou grato por isso, e minha vida pessoal depende unicamente e exclusivamente de mim e ninguém mais para seguir em frente.

Paro em frente a galeria, respiro fundo novamente saindo do carro, e enquanto subo as escadas um sorriso não tão falso assim surge em meu rosto, não tem como ficar indiferente em um lugar tão glamoroso como esse. Como combinado Dean já me aguarda, vou até ele que mantém sua expressão de sério como sempre.

–– Bom dia senhor Bieber, por favor, me acompanhe. –– retorno o cumprimento e me ponho ao caminhar ao seu lado, até a sala onde seria meu estúdio.

Já está com toda iluminação necessária, a sala contém somente cadeiras, ventiladores e painéis brancos e verdes, tudo que um fotografo precisa. Em um canto continha uma maquiadora e algumas roupas das mulheres que fotografarei. Pelo jeito Dean é totalmente detalhista, o que todo fotografo de verdade amaria, não precisar ter dor de cabeça para conseguir o que precisa.

–– Senhor Bieber eu tenho apenas duas regras para você. Apenas trabalhe, aqui você não é pago para criar amizades e ficar de papo com minhas preciosas, ignore a presença delas, e a outra regra é que não faça perguntas a não ser aquelas que não envolva o seu trabalho. Garanto que se ficar na linha, não teremos problemas e terá seu serviço por muito tempo, e acredite quem me obedece, muito tem. –– sua voz sai gélida, e por mais que minha vontade seja o pôr em seu devido lugar por me tratar com tanta inferioridade, sendo que ele é que me deve respeito, me seguro, se quero informação terei que ser seu submisso, obedecer suas ordens. O acerto de contas ainda chegará.

–– Sim senhor, farei como deseja. –– ele sai da sala, não antes de me dar uma lista, apenas com cinco nomes. Percebo na hora o que ele está fazendo, ele está testando minha lealdade, e se isso é o que ele quer, é isso é o que ele terá.

Arrumo as duas câmeras em seu devido lugar, coloco as lentes em um local sem luminosidade para evitar que as queime por exposições a luz. Com ajuda do assistente que pedi, coloco o painel branco no fundo, para facilitar mais tarde o fundo que utilizarei no Photoshop, com as recomendações que Dean pedir. Olho na lista e o primeiro nome é S. Conelly, ele não me revela muita coisa aqui, sinal de culpa. Peço gentilmente que a maquiadora a chame e a prepare, espero alguns minutos, e logo uma loira alta aparece diante a mim. Engulo em seco, sua beleza é exuberante, seu olhar sobre mim é de raiva e um pouco enojado.

The case of White Cube ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora