*01*

654 64 49
                                    

Vortei, beleza? Então, a fanfic tem ações (cenas) fortes e eu não recomendo a leitura para aqueles que tem aversão a estupro ou automultilação. Mas caso você não se importe com isso, sejam bem vindos. Amo vocês.

****

-Sai da frente, inútil!

Sou empurrado por um dos alunos deste estúpido colégio, vou pelo canto e ando até a saída trombando com vários outros.
É um tormento à cada dia ter que acordar sabendo que será a mesma coisa que o dia anterior e assim prosseguindo com mais um ano de tortura. Eu sinceramente não aguento mais...

Na verdade, não sei o porque não acabei com isso, acho que só estou com medo do que pode acontecer em minha ausência...

Nada.

Respiro fundo ar "puro" finalmente fora do colégio, observo algumas pessoas rirem, gritarem e brincarem em frente à entrada.
Alguns fumam em um lugar mais afastado, outros lêem e tem os que ficam como eu, parado num canto ainda mais afastado apenas observando a falsa felicidade que os demais fingem ter, suas altas risadas e histórias contadas da noite anterior festiva que tiveram --muitas delas com uma ou duas mentiras--. A menina de cabelos rosa que está em pé contando como sua noite acontecera, tira o casaco o amarrando na cintura... invejo seus braços limpos e lisos. O nó se forma em minha garganta denunciando minhas lágrimas.

Eu só queria ser normal, acho que isso não é pedir muito.

Abro meu armário e coloco o livro da última aula lá dentro, até que minha porta é violentamente fechada e eu sou posto do mesmo jeito na parede sentindo o ar me faltar um pouco, Lee Joohyun ri da minha cara

-Como você ainda consegue viver tendo que se aguentar todos os dias? - pergunta sorrindo - como é viver sendo um lixo pra sociedade?

-Por favor, me solte - peço baixo

-Se eu fosse você não aguentaria mais um dia e passaria a corda pelo pescoço - fala bem próximo ao meu rosto, seu hálito de nicotina me acerta em cheio me deixando enjoado - e eu vou te fazer enxergar que essa é a melhor opção se você não fizer isso por conta própria - sorri e me solto dele a força pulando pro lado

-A gazela está com medo - um de seus amigos debocha rindo

-Acho que está na hora de aprender a ser homem

-Homem? -Joohyun diz - ele nunca será homem, ele não passa de um resto de aborto jogado pra fora - cospe

Saio apressado dali e entro em minha sala, me sento nos fundos puxando mais o capuz do casaco enquanto meu único desejo é sumir, desaparecer pra um lugar bem longe.
Olho pela janela vendo o céu meio nublado e sem querer deixo que minhas lágrimas caiam.

*
Ao final da aula, saio da escola e ando à pé pra minha casa alguns minutos longe. Minha tristeza me aquece do frio e anestesia qualquer outra coisa a não ser a dor, já me acostumei com ela desde meus onze anos tendo sua fiel amizade.
Um carro passa por mim com uns meninos gritando coisas horrendas sobre mim até começarem a me jogar coisas, abraço mais meu corpo dentro do casaco, por Deus, me deixem em paz!
É só disso que eu preciso, não aguento mais vocês!

Abro a porta de casa depois de um tempo andando e vejo a casa revirada. Suspiro, tiro meu casaco sujo e subo mas quando chego no andar de cima sou acertado com um tapa no rosto, abaixo a cabeça com o local latejando

-Onde estava?! - meu pai pergunta

-Escola - respondo baixo

-Estava na escola e chegou todo imundo? Você parece ter saído do lixo, seu irresponsável idiota! Minha vontade é te dar outra surra mas preciso ir no mercado, limpa a casa antes que eu volte! - ordena enquanto se afasta

Meu rosto lateja, outra coisa normal, já virou rotina apanhar do meu pai... não só apanhar mas...

Obedeço suas ordens e limpo a casa toda, não faxino por já ter feito faxina três vezes nessa mesma semana então, só arrumo.
Faço a janta e quando ele chega nós jantamos em silêncio, um silêncio que eu mais do que ninguém já sei o que significa... seu cheiro me intoxica de longe. Pulo da cadeira ao sentir sua mão em minha perna e aperta ela

-Pegue mais pra mim - manda e eu obedeço

Trato de lavar logo as louças e subo pro meu quarto alegando puro cansaço e estudar para provas tendo consentimento. Me tranco em meu quarto para não correr o risco de ter meu sono interrompido e meu corpo violado, finalmente me permitindo afundar em meu pequeno mundinho sem cor e gélido.
Vou pro banheiro, tiro minhas roupas e me olho no espelho... E lá estão elas... gritando, chorando e se mostrando bem vivas à quem quisesse ver.

Elas são à prova do que vivo.

¡Hero {CHW/ SHS}Onde histórias criam vida. Descubra agora