Sábado e domingo se passam voando, talvez eu não perceba o tempo correndo contra mim graças a programação que Hoseok fez. Ficamos no sofá-cama da sala assistindo a alguns filmes de diversos genêros. No almoço nós fizemos macarronada e na janta pedimos comida. Na madrugada, inventamos de jogar uma partida de video-game, partida essa que durou quase até de manhã, e só fomos dormir porque meu sono chegou.
No domingo, Hoseok e eu fomos ao shopping dar um passeio, até que foi divertido, considerando que Shin é uma criança feliz quando vê algo infantil. A cena aconteceu com uma piscina de bolinhas, fui puxado de repente para o outro lado do pátio. Me deparei com várias bolinhas coloridas, o loiro pagou por 10 minutos dentro da piscina e me puxou junto. E lá foi ele, nadando na imensidão colorida, e quando me neguei a nadar, Hoseok atacou de pimentinha e me tacou bolinhas, fui obrigado a ir atrás dele.
Até que foi divertido.
Ao sairmos da piscina de bolinha, Shin inventou de me levar ao Play City apenas para me apresentar o carrinho bate-bate, e lá fomos nós
— Eu te venço fácil, fácil
Ele se gaba sem nem mesmo ter entrado no local
— Você não me vence nem em corrida a pé, quanto mais a carro
Ele ri e começa a correr, vou atrás tentando ultrapassar ele, mas um ou outro fica um passo a frente e voltavamos a correr lado a lado. Empate.
— A massa muscular equilibrou
— Até nisso damos certo — Hoseok me rouba um selinho, mas não tenho tempo de reagir, no segundo seguinte estou sendo puxado pra dentro do local.
É enorme. Tem literalmente um mundo lá dentro, devem ter usado o segundo andar para fazerem um espaço de aviação e outro para a mini asadelta. Sou levado para o canto esquerdo passando por várias pessoas em diversos brinquedos diferentes…
Shin tira um cartão azul da carteira, escrito "Play City e o entrega a pessoa que cuida do jogo.
— O que isso faz? — indico o cartão
— É o cartão magnético daqui, temos 80% de desconto em cada brinquedo
Ele me ajuda a entrar no carrinho e logo entra no de trás. Giro o volante pro lado esquerdo e dou ré sem querer, batendo nele
— Começamos bem
Rimos
Giro pro lado direito e bato em outro carro, Hoseok bate no meu e assim vamos sucessivamente.
Havia me esquecido o significado de um "bom dia", ou talvez, eu esteja o descobrindo com Hoseok… um bebê que se mostra adulto para sociedade. E o que há de errado em ser um bebê? Ele sabe como as pessoas são covardes, sabe que, se mostrar a parte boa e pura de sí, eles o farão de gato e sapato.
O dia foi cansativo, mas foi maravilhoso, dentre essa maravilha, me recordo que amanhã terei que voltar pra casa. É incrível como estou bem em momentos relaxantes e, do nada, meu cérebro sabota e manipula minhas emoções, rodando momentos desagradaveis em minha cabeça.
Respiro fundo sem querer deixar essas lembranças me afetarem. Levanto do sofá de Hoseok e caminho até o quarto dele, vejo o comodo vazio, mas a luz do banheiro ilumina um pouco o quarto. Vou até lá, me deparando com o loiro relaxado dentro da banheira cheia de espuma, seria um pecado deixar de admirar tamanha beleza.
— Achei que não viesse — a voz suave me desperta do tranze do qual entrei e fito as íris negras — vem?
— Eu? — ele estava me esperando?
Shin ri
— Não, você não. Hyungwon, o amor da minha vida. — um sorriso largo surge em meu rosto, estúpidamente largo.
Mas que droga! Para de sorrir, vai assustar ele!
— Não pensa, amor, só venha.
Tiro minha blusa rosa de gola V e a calça jeans, permaneço apenas de boxer branca. Me aproximo da banheira e Hoseok me dá espaço para sentar atrás de sí, assim o faço. O mais velho segura meus pulsos e me faz abraçá-lo, encostando as costas em meu peitoral e apoiando a cabeça em meu ombro. O banheiro está silencioso, mas ambos podemos sentir as batidas fortes dos nossos corações
— Seria possível se fundirem? — brinca
— Talvez já tenham se fundido… mas não sabemos… ainda
— Hyungwon
— Sim?
— Eu te amo.
— Tem certeza?
— Obrigado por me aceitar como sou. — minha pergunta é totalmente ignorada, mas o que me enche de questões, é o motivo do agradecimento. Como ele é? Por que eu não o aceitaria? Por que me agradeceu? Eu deixei passar algo?
Não tenho coragem de questionar em voz alto, visto que, agora Hoseok está em paz. Seu coração está em paz, e eu não sou capaz de tirar essa calmaria logo agora, que tudo está em seu lugar, pelo menos momentaneamente.
Jogo água em seu ombro o acariciando levemente, enquanto o loiro parece cochilar, abraçado ao meu braço como se fosse uma criança abraçada ao urso de pelúcia. Talvez não espere uma resposta, e eu também não sei se tenho alguma para dar…
Sim, Hoseok me acolheu como nenhuma outra pessoa o fez, não ao ponto de me colocar em sua casa e me oferecer o próprio teto para morar. Mas não sei se o que sinto por ele é amor, eu não sei o que é amar, nunca puderam me ensinar o que é esse sentimento. Mas sinto um carinho por ele, talvez não seja o suficiente…
Talvez, talvez, talvez.
Viver de talvez não me parece certo, mas é o que temos por agora.
*Respire fundo, olhe para além do que te prende, veja que já não há motivos para ficar no escuro. Não correr, é uma opção, afinal, não há pressa para viver, mas não esqueça que, após a queda, devemos sempre seguir de cabeça erguida. Não para mostrar que de fato pode, mas sim, para mostrar a sí mesmo que, depois do primeiro tombo, nada mais pode te derrubar novamente. Não vale a pena desistir de um teste, apenas na primeira dificuldade… você nunca saberá o tamanho da sua fôrça, até que sua única alternativa é tê-la.*
N/A: quem aí tá gostando de Hero? Obrigado a todos que lêem e dão suporte a ela, vocês são uns anjinhos <3

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¡Hero {CHW/ SHS}
FanfictionComo viver numa sociedade que nos julga a cada suspiro? Ele queria gritar, se libertar, mas perdia as forças longe de Shin Hoseok. Baseado em fatos reais. Capa feita pela minha irmãzinha: @taemonet