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Hello, voltei logo de começo para relembrar que essa historia é pesada. estupro, automutilação, palavras de ódio etc. Se você tem aversão, ou seja, não gosta desse tipo de história peço que não leia, por favor. E para quem gosta, boa leitura e espero que gostem.

Me despeço de Min Yoongi que mora pro lado oposto ao meu e volto andando como de costume. Entro em casa e vejo meu pesadelo sentado em sua poltrona velha com uma garrafa de cachaça na mão, para meu alívio ele dorme, sinto o arrepio assustador quando se mexe e subo correndo pro quarto, me trancando. Vou pro banho e justo nesses momentos um sorriso perfeito me vem à memória, aqueles olhos lindos que vezes ou outras focavam em mim, suspiro.

E Min Yoongi?

Rio baixo, amei conhecê-lo, mas não posso me dar ao luxo de me escorar nele toda vez que alguém mexer comigo, coragem é algo que me falta em todas provocações que recebo.

Termino o banho saindo do banheiro de pijama, prefiro ficar com fome do que descer pra minha tortura diária, ao menos hoje quero adormecer me sentindo limpo e lembrar daquele sorriso perfeito que me tira a noção da vida.

Acordo no susto com barulhos na porta do meu quarto, me levanto correndo pra abrir mas logo volto pra cama lembrando do que me aguarda, me encolho nela embaixo do Edredom

-Eu sei que você está aí putinha, abra! - manda arrastado bêbado - papai está precisando te dar uns tratos por ser rebelde - ele ri, começo a chorar com o pânico crescendo em mim novamente - nem pra isso você serve... você devia ter morrido junto com a puta safada da sua mãe que só servia pra foder minha vida, nem foder aquela vagabunda sabia... - arranho meu braço cortado pra não ter que levantar e voar no pescoço dele por falar daquele jeito da minha mãe, minhas lágrimas saem com mais força por fazer as cicatrizes ainda extremamente recentes sairem - o que ainda está fazendo vivo putinha? Porque não morreu junto com aquela vadia?! Porque não me deixar em paz?! Não faria falta nenhuma, você não passa de uma merda jogada pra fora, um lixo inútil pro mundo que eu tive o desprazer de conviver, putinha de merda... nem pra dar essa imundice que chama de corpo serve - a voz dele se afasta. Acho que nunca machuca tanto, claro que machucou, a partir do momento em que soube que tinha de vir morar com ele, eu sabia que seria um inferno mas não imaginava chegar a esse ponto, um ponto tão extremo de pensar que a morte seria melhor do que aguentar tudo isso, até o porque ninguém se importa.

"Morre", "você é um inútil", " seu lixo", "você não presta pra nada", "você é um merda!", "putinha de merda", "passa a corda no pescoço", "você não vai fazer falta", "você é tão magro, porque não emagrece mais e some?", "ninguém gosta de você", "eu te odeio","resto de aborto", "monstro", "ASSASSINO!"

Sinto a lâmina aliviar a dor que vem de dentro, as vozes em minha cabeça diminuem, o sangue escorre por meu braço caido ao lado da cama enquanto a sensação de alívio toma conta de mim...

          Ela me entende.

¡Hero {CHW/ SHS}Onde histórias criam vida. Descubra agora