Dou um jeito rápido na casa e vou fazer a janta, não é algo demorado, apenas pra matar a fome. Meus cabelos são puxados e meu corpo arremessado na parede, oh isso dói! Ele me analisa, abre minha calça e ela escorrega pro chão... de novo não. Ele abre a dele que vai pro mesmo lugar
-O que está esperando, puta?! - cospe, fico com ânsia de vômito por imaginar o que ele quer que eu faça, abaixo a sua frente e sem aguentar prender, vômito.
Ganho alguns socos no rosto, pontapés no corpo, levanto do chão limpando o vômito sendo segurado pelos cabelos, ao terminar. Ele me arrasta pro quarto dele, tento sair da cama sendo acertado com um tapa forte no rosto, empurro seu corpo com o pé ao se aproximar e sou surrado com um cinto
-QUAL É A PORRA DO TEU PROBLEMA?! - berro
-A putinha resolveu ter voz, é?! - debocha rindo enquanto puxa minha perna, ou ao menos tenta enquanto tento distância até apagar com algo que ele joga em meu rosto...
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Me arrasto pra fora da cama ainda confuso e vou pro meu quarto. Me deito um pouco no chão tentanto retomar um pouco de consciência
-Putinha... não adianta se esconder de mim, eu vou te foder do mesmo jeito... até pior - ele ri, meu choro volta, eu não aguento mais, meu corpo inteiro dói, principalmente uma parte em questão. Dou um soco no chão querendo pular naquele filho da puta e encher ele de porrada pra saber o que sinto quando me agride, passo as unhas nas cicatrizes do meu braço tirando as recentes que haviam se fechado com dificuldade
Não é o suficiente.
Me levanto com dificuldade, tranco a porta, pego minha fiel amiga de todos esses anos e manco pro banheiro. Me sento na bancada sentindo fortes dores na bunda e passo a lâmina em minha perna, deixo um gemido sair baixo junto com toda revolta, odio e raiva, faço mais outras três linhas nela e me encosto na parede sentindo o alivio do ato.
É a única que sabe o que eu passo, sabe como me sinto e não me julga em momento algum, o sangue escorre pela minha perna misturando-se com o do ato violento de momentos atrás, posiciono a lâmina encima de uma veia alterada...
"Corta! Corta! Corta! Corta!" minha mente grita pedindo pela ação, foco num frasco de antidepressivos e largo minha lâmina, me jogo nele ingerindo os comprimidos misturados com outros... não o bastante pra levar minha vida de vez desse inferno horrendo mas o bastante para que eu sinta uma pancada forte na cabeça quando caio no chão me trazendo a inconsciência. Jogado num chão sujo, ensanguentado, machucado, ferido de todas as formas inimagináveis, violado e largado, independente do esforço que faço pra me manter vivo não sei o motivo de lutar contra algo que sei que virá de um jeito ou de outro, não posso lutar contra isso, lutar contra a morte é uma batalha perdida. Eu deveria estar no lugar da minha mãe, talvez ela aproveitasse melhor essa vida, talvez ela já tivesse acabado com esse filho da puta imundo que divide o mesmo sangue comigo, talvez Joohyun estivesse certo, sou um lixo como pessoa, não presto ao menos pra resolver minha maldita vida sem correr pro quarto e procurar ajuda com minha lâmina. Vou continuar vivendo até o dia em que finalmente o corte mais profundo me leve. Procurar ajuda pra que? Não preciso ser julgado de dramático, drogado ou outras coisas piores, de julgamento, já basta minha mente fazendo todos os dias, algo cruel é ter que acordar todos os dias e ter que conviver com o fato de que sou só, nada vai mudar, nunca muda e sinceramente, estou cansado de esperar para saber se estou certo ou errado...
Chega.
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¡Hero {CHW/ SHS}
FanfictionComo viver numa sociedade que nos julga a cada suspiro? Ele queria gritar, se libertar, mas perdia as forças longe de Shin Hoseok. Baseado em fatos reais. Capa feita pela minha irmãzinha: @taemonet